Alexandre Reis: um retorno ao passado

Redação do Diário

Alexandre ReisConsultor econômico e professor universitário

A história da vida é surpreendente. E porque não conhecer mais sobre o nosso passado? Eis a sua importância, conhecendo a nossa realidade para projetar o nosso futuro. Portanto, a economia precisa muito da dimensão histórica. Então, vamos aos fatos.

Voltemos à data de 1780. A população era de 9.433 (brancos) 3.388 (índios) e 5.102 (negros), totais de 17.923 no Rio Grande do Sul. E a dinâmica da economia do sul se concentrava bem ao meridiano do continente. Hoje, seria a cidade de Rio Grande, Pelotas por exemplo. Era a matriz do charque que dominava a nossa riqueza local. É de se salientar que o ciclo do charque aqui possuía dinamismo capitalista bem diferente dos ciclos econômicos do norte do país, como café, açúcar e etc.

Como afirmam autores e estudiosos da economia gaúcha: “é importante lembrar que os colonos implantaram no sul uma outra sociedade completa: haviam ricos e pobres no campo como nas cidades: agricultores ricos e pobres, artesãos (mestres e aprendizes), comerciantes (atacadistas e varejistas), capitalistas e operários.” De fato, tínhamos um outro perfil de população por aqui, diferentemente do norte do Brasil. E isso fez a diferença.

Mas, passam-se os anos e o ciclo do charque inicia a sua fragilidade e logo o seu declínio, contudo, deixa um legado. É da decadência ou a diminuição da pujança do charque que a boca do monte acende em mais volume de população, e ora, inicia o progresso de nosso pago.

Por volta de 1800, a Santa Maria era um povoado muito pequeno, população muito pobre e bem mistificada. Tinha de tudo por aqui, diferente do sul do Estado que concentrava os mais nobres. E sendo assim, começou-se de forma estratégica, e de segurança, povoar a região. E, ao longo do tempo, se estabeleceu aqui o grande centro burocrático em favor do Estado da época.

Logo, se instalava o polo ferroviário. Aliás, o sul não quis promover as linhas férreas, então o centro foi o local escolhido e por causa disso o capital ferroviário se instala aqui. Agrega-se a tudo isso os ciclos migratórios europeus consolidando ainda mais o polo ferroviário, além do serviço e do comercio.

Sendo assim, a migração interna também cresce para cá e, posteriormente, teremos o nosso segundo ciclo o da educação. Ora, é notório que o nosso crescimento ocorreu devido ao declínio e fragilidade de um sistema ao sul, o da charqueada latifundiário, para um sistema mais diferenciado e disperso (tipo acampamento) que logo se organiza através de um polo burocrático de serviço e de um polo de transporte (ferrovias). Então, houve na época um trade off, aqui crescemos via os polos já mencionados, já no sul o latifúndio se mostrou ineficiente.

Eis a nossa história,  nossa formação tanto social quanto econômica. A origem da região. Hoje, temos o polo educacional consolidado e constituído, e o que faremos para frente? Vejamos visionários e podemos iniciar um novo ciclo por aqui e afirmo deve ser o da logística que dará suporte e riqueza para os setores econômicos que aqui estão instalados. Vamos pensar grande e vamos em frente.

Leia todos os Colunistas

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

PLURAL: adoecimento docente

Próximo

PLURAL: que país é este?

Geral