júri da kiss

'Estavam dentro da validade', afirma funcionário de empresa que fazia a recarga dos extintores

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

O terceiro dia de júri do Caso Kiss é marcado por polêmicas e ânimos mais exaltados. O primeiro depoimento já havia contado com discussões mais acaloradas. Na segunda oitiva, houve um pedido da defesa do réu Mauro Hoffmann, ex-sócio da boate, para que a testemunha Gianderson Machado da Silva, funcionário de uma loja de extintores, não fosse ouvida. O argumento levava em consideração uma publicação da filha de Gianderson em uma rede social, cerca de 10 minutos antes do depoimento, em que ela manifestou opinião pedindo prisão aos sócios da boate. 

Após ouvir as considerações do Ministério Público, o juiz Orlando Faccini Neto decidiu por seguir com o depoimento, mas com Gianderson na condição de informante e não de testemunha. Na prática, isso significa que a fala do funcionário da Previne Extintores passa a ter menos peso na hora de os jurados tomarem a decisão sobre os réus. Por mais de 4 horas, ele respondeu a questionamentos do juiz, do Ministério Público e dos defensores. 

'Tentaram o extintor e não conseguiram', relembra sobrevivente sobre noite do incêndio na Kiss

Gianderson relatou que, por três anos, fez a recarga dos extintores da Kiss. Segundo ele, a Previne Extintores fazia o controle e avisava os clientes quando um extintor estava próximo do vencimento - o prazo de validade era de um ano. 

- Até onde eu sei, os extintores estavam dentro da validade naquele ano (quando o incêndio aconteceu) - afirmou, dizendo que todas as recargas do equipamento na boate eram feitas regularmente.

O depoente diz que, ao realizar troca de extintores para recarga, não encontrou todos nos lugares previstos e que precisou procurar pela boate.

- Uma vez eu fui lá (na Kiss) e não encontrei um extintor. Procurei e achei ele debaixo de um móvel. Peguei e levei ele para recarregar. Os demais extintores estavam nos locais corretos - lembrou. 

Ele também afirmou que não tem relação com a quantidade de extintores necessários no ambiente nem com a localização deles, que deve ser indicada no Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Sua função, disse, é apenas fazer a recarga, que é necessária para a renovação anual do alvará com o Corpo de Bombeiros. 

EXTINTOR QUE NÃO FUNCIONOU

Durante a inquirição, o Ministério Público exibiu um vídeo, do início do incêndio na Kiss, que mostra pessoas tentando usar um extintor que não funcionou. A promotoria perguntou a Gianderson o que poderia ter acontecido para o equipamento não funcionar.

- Pode não ter funcionado porque foi violado, mexido, derrubado, deslacrado, tirado pino, derrubado, alguma coisas dessas pode acontecer - analisou. 

Os promotores ainda perguntaram a ele se, com o uso correto do extintor de incêndio, o fogo poderia ter cessado ainda no começo.

- Poderia retardar o alastramento do fogo - considera Gianderson. 

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