Escuridão no perímetro urbano de Santa Maria deixa motoristas e pedestres em alerta

Foto: Beto Albert

É na caminhada de fim de tarde pelo perímetro urbano de Santa Maria que a analista de suporte Paola Bortoloto, 23 anos, encontra um hobby e também um motivo de perigo constante. No trecho próximo ao Bairro São João, onde reside, a falta de iluminação e sinalização da via dificulta a travessia de pedestres e motoristas. No trecho, que se estende do Trevo do Castelinho, na Faixa Velha, até a Ulbra, na entrada do Distrito da Boca do Monte, são raros os postes com lâmpadas em funcionamento. Em locais como o Trevo da Faixa de Rosário, que fica entre a BR-158 e a BR-287, os únicos pontos de luz são aqueles vindos dos carros ou estabelecimentos do entorno.


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Paola conta que, diariamente, após o expediente, faz o trajeto. Mas, nos últimos dias tem pensado em substituir a caminhada pela esteira da academia, já que a falta de iluminação impede que ela faça a travessia em segurança. Nos últimos anos, foram diversos acidentes presenciados. O último, a morte de uma idosa por atropelamento na última quinta-feira (31). Paola passava pelo local quando o fato aconteceu e, devido a crises de pânico, evitou o percurso, antes diário, por quase uma semana.

É bem perigoso. Na semana passada, estava voltando para casa e, infelizmente, eu presenciei a senhora que morreu atropelada. São pouco mais de seis da tarde e já está muito escuro e parece que piora cada vez mais. Não me sinto segura em lugar nenhum. Os carros também não param e a parada de ônibus é mal sinalizada. Na frente das paradas, tem árvores e postes, o que dificulta muito, porque o pedestre fica em um ponto cego quando ele vai atravessar. E carros passam mais rápido pela BR e acabam não vendo – conta Paola.

O cenário descrito por Paola se repete em outros pontos do perímetro urbano. Na BR-158, entre o Trevo do Castelinho e o viaduto da Duque, sentido São Pedro do Sul, além de pouca iluminação, chama atenção a pintura desgastada nas sinalizações da pista. No acesso à Avenida Fernando Ferrari, apenas o reflexo das placas de sinalização orienta os motoristas. Já em outros trechos, como aqueles próximos ao Viaduto da Uglione, placas pouco refletem e as paradas de ônibus são difíceis de identificar, diante da falta de pontos dos pontos de luz no local.

Em alguns trechos, os únicos pontos de luz são os faróis de veículosFoto: Beto Albert

No perímetro entre os Bairros Santa Marta e Tancredo Neves, pouco muda. Em muitos pontos, de pista dupla, a falta de marcações na via impede que motoristas saibam os limites do asfalto. Nos acostamentos, pedestres passam despercebidos. Alguns optaram por colocar na roupa adesivos refletores, na tentativa de maior segurança. A assistente social Milena Vieira, 25, frequenta o trecho próximo ao Trevo da Faixa de Rosário todos os dias e conta sobre a dificuldade no local:

– É um local bem perigoso porque não tem iluminação. Por ser um perímetro bem movimentado, é essencial melhorar. O pior ainda é na travessia de um lado para o outro.

Paola e Milena frequentam diariamente o trecho que fica próximo ao Trevo do São PedroFoto: Beto Albert

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção do perímetro, foi questionado pela reportagem a respeito das condições do perímetro, mas não enviou resposta até a publicação dessa reportagem. Em outras oportunidades, o órgão havia informado que o Dnit não tem como responsabilidade a iluminação de rodovias federais, pois isso é incumbência das prefeituras. No caso da duplicação da Travessia Urbana, trechos em que a obra de iluminação foi concluída havia sido acesos, mas tiveram os fios furtados. Diante dos frequentes furtos, o Dnit informou que, quando 100% da Travessia for concluída, vai ligar a iluminação de todos os postes e entregar para a prefeitura de Santa Maria fazer a manutenção. A previsão atual do órgão é que, até dezembro, toda a duplicação esteja pronta. Por isso, a tendência é que, no final deste ano, todos os trechos da Travessia Urbana com iluminação estejam com as lâmpadas acesas.


Dificuldade para motoristas 

Para os motoristas que trafegam pelo local, onde falta iluminação e sinalização, não existe também segurança. E aumenta a preocupação em relação aos pedestres. O mecânico Daniel Marques, 42 anos, frequenta o perímetro todos os dias a trabalho e convive com a os problemas na infraestrutura:

Eu faço o trajeto todo santo dia. Tem pessoas para atravessar que não tem como enxergar. Faz falta a iluminação, faz muita falta. Só que colocam os fios de dia e, de noite, o pessoal leva. E falta sinalização também. Em alguns lugares, tu não sabe qual pista vai. A única coisa que divide é o muro.

No acostamento, pedestres passam despercebidos devido a falta de iluminaçãoFoto: Beto Albert

O mesmo é relatado pelo cozinheiro Rodrigo Zanini, 48 anos. Para ele, a falta de iluminação aumenta os risco de acidente e atropelamentos.

– É totalmente escuro, então corre o risco da gente, de moto, sofrer algum acidente porque a luz não é muito forte. Então, tenho medo de atropelar animais, cair de moto por causa de animal na pista ou até diante de uma pessoa que atravessa correndo. É bem precário – conta Zanini. 


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