Foto: Arquivo Pessoal
Registro do dia em que Daniele presentou Orosman com a camiseta do Internacional, seu time de coração
Colorado fanático, trabalhador e uma pessoa de bom coração. Esses foram os adjetivos usados Daniele Padão, 38 anos, para descrever Orosman Flores, 70, que morreu após ser atropelado na BR-158, na noite de sexta-feira (6), em Santa Maria.
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Daniele perdeu o pai cedo, e Orosman, ao iniciar um relacionamento com sua mãe, se tornou o seu "pai de coração". O relacionamento, com idas e vindas, durou muitos anos, porém, atualmente, eles não estavam mais juntos. No entanto, o carinho e o respeito entre eles permaneceu.
– Mesmo não morando mais juntos, sempre íamos na casa dele levar comida, estávamos por perto – afirma.
Orosman era natural de Santa Maria, tinha duas filhas e era morador da Vila Schirmer. Trabalhou durante muitos anos em uma oficina mecânica, no Bairro Nossa Senhora das Dores, e também atuou na parte de manutenção da sede campestre do Clube Dores. Ele estava aposentado há cerca de três anos.
Dentre as diversas marcas registradas dele, estavam a paixão por churrasco, pescar, "ir para fora" e estar com a família. Mas a mais marcante de todas, segundo Daniele, era o fanatismo pelo Internacional:
– Ele era muito colorado. Um dia vesti uma camiseta do Inter e ele ficou tão feliz. Costumávamos assistir aos jogos juntos também, e ele costumava ficar brabo quando o time perdia, mas faz parte do fanatismo.
Emocionada, ela confessa que é difícil lidar com a perda neste momento.
– O que vou levar para o resto da vida foi o respeito que ele sempre teve comigo. Sempre me respeitou demais. Um vez, sofri um acidente de moto, me machuquei bastante. Ele ficou em casa e cuidou de mim durante todo o tempo. Nunca é fácil lidar com a morte, ainda mais de forma trágica.
Relembre o caso
Orosman atravessava a pé o trecho da BR-158, no Bairro Cerrito, quando foi atropelado por um carro. Segundo Daniele, amigos teriam afirmado à familia que ele estaria indo para a casa de um amigo, que mora no bairro.
O caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), que instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias do acidente.
Despedida
Orosman foi velado ao longo do sábado (7), na Capela do Cemitério Ecumênico Municipal. O sepultamento ocorreu na manhã de domingo (9).
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