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Em entrevista ao programa F5, da CDN 93.5 FM, nesta quinta-feira (2), o ex-deputado estadual Giuseppe Riesgo avaliou a decisão do Novo em aderir aos recursos do Fundo Partidário – regra aprovada por 85% dos membros presentes na convenção nacional de terça-feira –, e abordou sobre alianças e a possível candidatura a prefeito. Ele que aumentou sua votação de 16,2 mil para 28,2 mil, mas não conseguiu a reeleição devido à legenda do partido.
Contrário ao uso do dinheiro público, até então uma das principais bandeiras do Novo e diferencial em relação aos demais partidos, Giuseppe manteve a posição.
— Essa era uma das essências do Novo: a não utilização do recurso público. Essa alteração descaracteriza um pouco a ideia, mas nós fomos voto vencido. Por outro lado, eu compreendo que é uma dificuldade gigantesca competir sem as mesmas armas. (…) Mas a realidade se impôs: a verdade é que o Novo usa o recurso ou o Novo acabava — analisou o agora chefe do gabinete do deputado federal Marcel vam Hattem, sobre a flexibilização do estatuto da sigla.
Também na convenção, a legenda reconheceu que foi um erro restringir o lançamento de candidaturas a prefeito, em 2020, a somente um grupo de cidades. Como consequência da decisão da cúpula nacional, Santa Maria, apesar de ter o único deputado do interior do Estado, ficou de fora do processo eleitoral municipal. “Internamente, fui um dos mais ávidos críticos dessa estratégia ridícula de 2020. Não tem o menor sentido, imagina deixar Santa Maria, uma cidade grande e relevante do interior do Estado, sem nenhum candidato! É um erro crasso, eu poderia ter concorrido a prefeito”, afirmou o ex-deputado, enfatizando que o Novo “era um partido centralizado na direção nacional”.
Com as mudanças, Santa Maria deverá ter candidatura própria. Primeiro, segundo Giuseppe, será reorganizado o partido e “fazer uma chapa” para vereador. E sobre ele concorrer a prefeito?
— É uma possibilidade, tem muita água para rolar ainda. Não vou cravar que sim nem que não, o partido é um ponto importante — respondeu o ex-deputado, que fez 10.290 votos na cidade nas eleições de 2022. Ele foi taxativo ao defender que o Novo precisa construir uma aliança para concorrer a prefeito.
— Para mim, é muito claro: ou o Novo coliga ou não tem por que ter candidatura a prefeito. Da minha parte, eu não concorreria sozinho, sem construção de base de apoio — afirmou.
O Progressistas santa-mariense, inclusive com a participação da cúpula estadual da sigla, já convidou Giuseppe para se filiar e concorrer pelo partido já nas eleições de 2022 e não desistiu de tê-lo em suas fileiras para lançar a prefeito. No passado, o ex-deputado preferiu ficar no Novo, partido em que deve permanecer. Entretanto, admitiu que as conversas prosseguem e deu pistas que poderá encabeçar uma chama com o Progressistas de aliado.
— Eu tenho uma boa relação com eles, conheço todos, tanto em nível estadual quanto municipal, tenho proximidade, o meu vereador (Pablo Pacheco) está no Progressistas. A gente segue conversando, eu não fechei a porta para ninguém. A política é uma construção de conversa, de diálogo e se, por ventura, acontecer essa candidatura, eu teria muito prazer de poder ter eles (Progressistas) junto conosco — concluiu Giuseppe.