Trash de luxo: o simples, o rústico e o reaproveitamento

Não é de hoje que me deparo com o fascínio crescente do mundo do maior poder aquisitivo, pelo simples, o rústico e o reaproveitanto. E não estou me referindo a reciclagem convencional, e sim de uma valorização daquilo que, em situações normais, seria descartado. Especialmente quando olhamos para o “expensive” mundo dos serviços de luxo.

Móveis usados (e bem usados); talheres desparceirados; máquinas e utensílios estragados; tudo vira “cool” em restaurantes badalados, cafés descolados, pousadas bacanérrimas e até hotéis de cinco (ou mais) estrelas.

O que antes iria direto para o lixo, agora virou peça de apreciação, para “costumers” que pagam fortunas para ter seu lazer (ou fazer suas “selfies”) entre a ferrugem do tempo, a descostura dos tecidos e a improvisação, que virou superchique.

E por mim, tudo numa “ótimas”, até porque sempre fui colecionador de tranqueiras, e no mundo em que vivemos, reaproveitamento e criatividade é tudo.

Vida longa as relíquias da bisavó.

Las Cumbres e sua rusticidade “chic”!

Para não ficar só no conceitual, trago a seguir alguns exemplos de quem soube transformar suas excentricidades em negócios de sucesso. Entre Punta del Este e Punta Ballena, está um charmoso hotel de luxo, chamado Las Cumbres.

Casa de um arquiteto que gostava de colecionar e expor suas coleções de “miles” de coisas antigas (e algumas apenas velhas mesmo), o hotel é um deleite para quem curte essas rusticidades. E, para os apreciadores, tem muita beleza para ser vista.

Lá ninguém se importa se as cadeiras de descanso estão para lá de descascadas na pintura; se os móveis de ferro estão se terminando de ferrugem; ou se as poltronas há muito que botaram os forros à mostra. Lá vale o contexto, o todo, a atmosfera, e aí tudo parece que era para ser assim mesmo.

E não é que o lugar é bonito de dar gosto?! Nunca me hospedei, mas para um chá da tarde, com vista – esta sim, de valor incalculável -, para isso já fui e devo voltar.

“Glamping”, glamour para o antigo acampamento

E quanto mais eu ando por aí, mais vejo que essas minhas teorias parecem ter eco que as comprove. Prova disso observo no crescimento dos chamados “Glamping”, conceito que surgiu no Reino Unido, e que reúne os preceitos básicos do acampamento – como o contato com natureza e a exposição ao ar livre -, mas sem abrir mão do conforto, e até de um certo luxo.

Mas se engana – e redondamente -, quem imagina que isso possa sair mais em conta, do que se hospedar em um hotel razoável. Nas paragens mais conhecidas de nossos arredores, usufruir de um “não temos wifi”, comidinhas do local; e “não temos TV à cabo, pegue um livro”; equivalem (ou ultrapassam) a valores de acomodações cinco estrelas bem brilhantes, oh, sim!!!

Como disse acima, é um “conceito”. Só me parece um tanto esdrúxulo, em todos os casos citados, que tanta economia em manutenção, materiais, construções e até em serviços, acabem por render em acréscimo e não em descontos.

Well, coisas do mundo atual e de um mercado que sabe cobrar bem de quem curte pagar mais pelo acesso ao novo.

Ces’t la Vie, como ela é!

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