Inflação

Conta do supermercado está mais salgada em Santa Maria

Jaiana Garcia e Naiôn Curcino

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Os alimentos já começam a cobrar a conta pelos últimos aumentos como o da gasolina e da energia elétrica. Desde dezembro, alguns produtos básicos para a alimentação do dia a dia tiveram altas consideráveis. A cebola está 74% mais cara, assim como o queijo, 68%, e as carnes, até 27%. E ainda pode vir mais por aí. Conforme o coordenador do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), Mateus Sangoi Frozza, o preço dos produtos que precisam de refrigeração, como a carne, por exemplo, ainda pode subir.

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_ O principal fator foi o aumento do combustível. O protestos dos caminhoneiros refletiu. Há fatores sazonais, principalmente em relação à cebola, batata e tomate, pois não é época de safra. Os preços ainda podem subir, já que os mercados não conseguiram mensurar o aumento com a energia _ afirma.

Os aumentos são confirmados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na sexta, usado para medir a inflação nacional. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação marca 7,7%, a maior desde 2005. O mês de fevereiro registrou a maior taxa desde 2003: 1,22%.

O ICVSM, que mede a inflação local, deve ter um percentual ainda maior do que o IPCA,  como de costume. Na estimativa de Frozza, os bens complementares, aqueles alimentos que são mais consumidos na rotina dos santa-marienses, devem chegar aos 15%. Além dos reajustes do PIS e Cofins, o aumento dos juros para 12,75% foram determinantes para todos esses reajustes.

_ O pacote está completo, a cereja do bolo foram os juros. Só pode ficar pior se autorizarem os aumentos para os táxis. Os aumentos arrecadatórios que tinham de vir, vieram _ reforça.

Os consumidores, que já buscaram alternativas para assimilar os reajustes e diminuir os gastos com combustível e energia,  agora, são desafiados a substituir alimentos que estão muito caros por outros mais baratos e com o mesmo valor nutritivo.

Trocas na mesa que podem resultar em economia no bolso

Em tempos de inflação, as donas e os donos de casa podem tentar escapar da alta dos alimentos, trocando por opções mais baratas,  com o mesmo valor nutricional, e que dependem de pequenas mudanças de hábitos. A nutricionista Irene Düvelius Barros explica que a cebola que aumentou 74% desde dezembro, por exemplo, pode ser substituída por outros temperos, como cebolinha, salsa, manjericão, louro e pimenta. A maioria deles pode ser cultivado em casa, em portes pequenos, na janela ou na sacada. Se não plantar, os temperos são encontrados em feiras por valores que valem a pena a troca.

_ Faz parte da nossa cultura comprar tudo "pronto" no mercado, mas tem tanta coisa que podemos plantar e colher até num apartamento _ ressalta.

Até o tomate pode ser cultivado em casa. Basta comprar sementes de tomate cereja amarelo ou vermelho, que dão em grande quantidade, e podem ser usados para molhos. A nutricionista explica que os molhos prontos possuem uma quantidade muito grande de sódio, portanto, precisam ser usados com moderação, mas podem ser uma alternativa para "engrossar" o molho.

A maçã e o melão podem ser substituídos por qualquer outra fruta. Irene destaca as frutas da estação, como ameixa, abacaxi, manga e pitanga, que são antioxidantes como a maçã.

Com o preço do frango estabilizado, ele tem ocupado o lugar da carne vermelha. Porém, a nutricionista recomenda o consumo de carne de gado três vezes por semana. Além disso, as proteínas vegetais também podem ser uma opção, entre elas, feijão, lentilha e grão-de-bico.

Quem não abre mão do queijo no café da manhã ou no lanche da tarde, pode experimentar uma geleia ou mel no pão? É difícil achar um substituto para o alimento, mas quem sabe a mudança de hábito não ajude na economia no fim do mês"

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