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Auxílio emergencial já equivale a um quarto do orçamento de um ano de Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Santa Maria já recebeu R$ 215,8 milhões por meio do auxílio emergencial do governo federal em seis meses de pandemia. Em termos comparativos, o valor equivale a um quarto do orçamento anual do município, projetado em cerca de R$ 870 milhões em 2020.

Na cidade, de acordo com informações do Ministério da Cidadania, 69,6 mil pessoas foram beneficiadas pelo programa até agora. O número equivale a 25% da população.

O público que recebeu o valor de R$ 600 está dividido em três grupos: integrantes do Programa Bolsa Família, inscritos no Cadastro Único e pessoas que solicitaram o benefício via aplicativo da Caixa. Entre as cinco maiores cidades gaúchas, o Coração do Rio Grande, em termos de valor, fica atrás apenas de Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Porto Alegre.

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No Rio Grande do Sul, 2,8 milhões de cidadãos receberam o auxílio. O Estado acumula um repasse de R$ 8, 67 bilhões.

Na última semana, a Caixa Econômica Federal começou a pagar a extensão do auxílio emergêncial, com parcelas de R$ 300. Neste sábado, algumas agências da Caixa da região estarão abertas para saque do benefício (leia mais detalhes sobre o auxílio emergencial nas páginas 24 e 25).

REPERCUSSÃO

A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marli Rigo, acredita que a renda do programa é importante para as famílias manterem o acesso às necessidades básicas. Para ela, os governos devem, agora, pensar maneiras de a população sobreviver sem o auxílio direto de recursos públicos. O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) Região Central, José Ademir da Costa, segue na mesma linha. Ele pede que o poder público olhe com mais carinho para as empresas e crie maneiras de estimular a geração de empregos.

DETALHES DO AUXÍLIO EMERGENCIAL NO PAÍS

  • Total de recursos utilizados pelo governo federal  no programa: R$ 216,84 bilhões 
  • Estado que mais recebeu recursos - São Paulo: R$ 39,59 bilhões
  • O Rio Grande do Sul é o 10º que mais recebeu repasses: R$ 8,67 bilhões
  • Total de beneficiários no Brasil: 67,7 milhões 
  • Total de beneficiários no Rio Grande do Sul: 2,8 milhões 
  • Total de beneficiários em Santa Maria: 69,6 mil 
  • Cidade gaúcha que mais recebeu repasses - Porto Alegre: R$ 1,07 bilhão
  • Total de repasses recebidos por Santa Maria até agora:  R$ 215,8 milhões 

ECONOMISTA AVALIA EFETIVIDADE DO PROGRAMA

A professora Rita Inês Paetzhold Pauli, chefe do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), lembra que a população de Santa Maria, assim como a do restante do Brasil, tem se beneficiado de políticas públicas de combate à pobreza, principalmente nos últimos 20 anos. Para ela, a importância do auxílio emergencial cresce diante da situação de desigualdade social no país.

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Segundo a pesquisadora, os recursos financeiros realocados pelo governo federal pelo programa também são fundamentais para reduzir tensões sociais que poderiam aumentar a criminalidade em regiões com maiores índices de pobreza. Em Santa Maria, conforme Rita, os empreendimentos que mais se beneficiaram com a renda do auxílio emergencial foram supermercados e demais pontos de vendas de alimentos.

- Dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) mostram que, em média, pessoas que recebem até um salário mínimo gastam mais da metade da renda em arroz e feijão. Isso permite compreender a forma como são alocados os recursos dos beneficiários dessa transferência pública - explica.

A expectativa agora é sobre qual será o comportamento da economia local quando o programa acabar. Segundo Rita, as perspectivas de retomada são incertas.

- Em Santa Maria, fornecedores de máquinas e equipamentos agrícolas e o setor de serviços, por exemplo, terão melhor chance de recuperação. O comércio de vestuário tende a continuar deprimido, porque há indícios de alterações nas práticas de consumo exacerbado da população - comenta a economista.

APOIO LOCAL

No pós-pandemia, o poder público terá muito com o que se preocupar. Mas além de promover políticas públicas para o desenvolvimento econômico sustentável, os municípios precisam contar com o apoio da população. Gastar dinheiro nas empresas locais, incentivar cooperativas, economia solidária, agricultora familiar e pequenos empreendimentos são formas de iniciar a gerar empregos e estimular a recuperação, diz Rita.

A professora ainda alerta para o fraco desenvolvimento industrial de Santa Maria em relação a outros municípios. Ela acredita que os postos de trabalho oferecidos se configuram oportunidades "precárias", não só pela longa jornada de trabalho, mas também pelos salários baixos. Nesse sentido, o auxílio emergencial proporciona um alento, observa a professora.

*Colaborou Rafael Favero

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