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Descaso habita o Morro do Cechella, no Bairro Itararé

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Foto: Renan Mattos (Diário)
Com pouca iluminação e sem pavimentação, moradores têm medo de andar perto dos trilhos

No Bairro Itararé, no nordeste de Santa Maria, está localizado o Morro do Cechella. Os moradores da região dizem estar esquecidos pelo poder público e pedem melhorias do entorno e mais ações efetivas para a segurança do local que tem convivido com assaltos e esconderijos de carros.

- Quando tem algum roubo de veículo, os policiais vêm direto aqui porque sabem que vão encontrar todo o carro ou peças escondidas na vegetação do morro. Moro há 18 anos na Rua Doutor Eduardo Emiliano Pereira dos Santos e já tive minha casa arrombada três vezes. Precisamos sempre nos cuidar, pois os entornos do morro estão perigosos - lamenta um dos moradores que pediu para não ser identificado.
O QUE DIZ A BRIGADA MILITAR 
O Diário entrou em contato com o órgão de segurança pública, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno
O QUE DIZ A RUMO Sobre os assaltos na região
A empresa diz que mantém equipes de vigilância ao longo do trecho ferroviário, mas que os seguranças não têm poder de polícia 

Sobram problemas e falta manutenção no Bairro São José

Outra reclamação é em relação a quantia de lixo acumulada na subida do morro. Há lixo doméstico, restos de animais mortos e peças de carros abandonados. O cenário é desolador, pois o dono do morro, Walter Cechella, sonhava em fazer do local um ponto turístico, o que não ocorreu.

- A população não colabora, não respeita nossa natureza. Simplesmente joga o lixo no morro e acha que o problema está resolvido, mas é aí que ele começa. Sempre tento manter limpo, conservo, mas quando vejo, já tem milhares de sacolas plásticas e eletroeletrônicos jogados na subida do morro. É bem triste - diz outro morador.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre o acúmulo de lixo
A Secretaria de Meio Ambiente diz que fez vistoria no local, mas que só encontrou focos incinerados 

Foto: Renan Mattos (Diário)
Sacolas plásticas e materiais eletroeletrônicos são jogados na subida do morro

Buraco no morro

A vizinhança também fala que, em dias de chuva, é quase impossível descer do morro, já que não existe pavimentação. A manutenção da via não é feita há anos.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre a falta de manutenção na subida do morro
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos diz que o trecho existente entre a Rua Euclides da Cunha e topo do morro é um trecho de estrada particular e a responsabilidade é do proprietário do imóvel, não cabendo intervenção por parte do município neste local 

Ruas esburacadas incomodam vizinhança do Bairro Renascença

Uma família que morra há mais de cinco décadas no local fala que não tem saneamento básico e reclama da falta de iluminação na rua.

- À noite, quando o pessoal volta da aula, precisamos buscar na parada de ônibus ou pagar um táxi, já que é um trecho muito perigoso. Estamos sempre gastando com a segurança privada, já que não temos a pública - lamenta uma moradora que não quis ter o nome publicado na matéria.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre a falta de esgoto no morro
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos diz que é responsável pela instalação da rede pluvial, coletora de água da chuva, em áreas regularizadas. Mas que a rede coletora de esgoto é de responsabilidade da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) 
O QUE DIZ A CORSAN
O Diário entrou em contato com a Corsan, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno 
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre a falta de iluminação na subida do morro
Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, o local ainda não tem iluminação pública porque é área privada e está aguardando determinação judicial 

A reivindicação é por asfalto e saúde no Bairro Pinheiro Machado

Os moradores também reivindicam melhorias da estrada junto à caixa d'água, a qual possui muitos buracos e uma área verde nas proximidades dos trilhos, cuja região é administrada pela empresa Rumo.

- Se formaram tantas valetas que é difícil passar até a pé. Quando a Brigada Militar (BM) sobe o morro para fazer ronda, precisa deixar o carro estacionado e subir a pé ou os policiais vêm nas caminhonetes - conta um morador que não quis se identificar. 
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre a buraqueira no morro
O Morro do Cechella, conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, é uma área particular e o município não pode fazer intervenção  
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre o pedido de área verde
A Secretaria de Meio Ambiente diz que a área do morro é propriedade privada e que não pode fazer nenhuma intervenção no local 

Buracos e insegurança preocupam moradores do Bairro Camobi

Outro empecilho é quanto a alta vegetação próxima aos trilhos de trem e a falta de manutenção naquela área.
O QUE DIZ A RUMO Sobre a vegetação ao redor dos trilhos
O serviço de corte da vegetação é realizado conforme cronograma interno e compatível com a circulação no local 

Foto: Renan Mattos (Diário)
A área, que é uma propriedade privada, acaba não recebendo manutenção

Histórico

As terras do morro foram compradas, uma a uma, pelo cientista econômico Walter Cechella (falecido há 36 anos). Ele foi professor, chefe do departamento e coordenador do curso de Economia, além deter sido vereador e presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria. O sonho dele era transformar o morro em um ponto turístico.

Vizinhos do Bairro Juscelino Kubitschek sofrem com buracos e faltam de ônibus

Em 2007, o Diário publicou um projeto da prefeitura da cidade em que o monumento de Nossa Senhora Medianeira seria colocado no topo do morro. A estátua iria ter 60 metros, mas o projeto nunca saiu do papel. Na noite do dia 19 de janeiro de 2012, um incêndio de grandes proporções atingiu o morro, devastando grande parte da área verde.

Colaborou Natália Venturini

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