Maurício Araujo

Na reta final: Calçadão está 90% concluído

Na reta final: Calçadão está 90% concluído

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Há pouco mais de quatro anos era anunciada, pela prefeitura de Santa Maria, a reforma para melhorias no Calçadão Salvador Isaia. A revitalização do espaço era um pedido antigo de lojistas e consumidores, principalmente pelos problemas crônicos que atingiam lojas, como alagamentos e problemas no subsolo do terreno. Após muitas idas e vindas e um serviço que parecia não ter fim, justamente no coração da cidade, a obra entra na reta final e já está com 90% do cronograma físico-financeiro concluído. A previsão inicial, conforme anunciado lá atrás, é que a finalização ocorra no próximo mês, exato um ano depois do recomeço das obras. Quem cruzou pelo Calçadão nos últimos meses conseguiu acompanhar o andamento das melhorias constantes.


De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, em função da chuva intensa recente, a previsão é que, nos próximos dias, comece o acabamento dos canteiros e do deck, além da parte do paisagismo, que deve dar uma “nova cara” ao espaço. A prefeitura não confirma exatamente que a obra terminará no próximo mês – apesar de estar previsto em contrato –, já que “só poderá ser estabelecido o prazo nas próximas semanas, uma vez que foram resolvidos problemas crônicos que não estavam no escopo”.


Assim como toda obra pública, infelizmente, nem sempre os serviços são concluídos dentro do planejado e anunciado. Neste caso, a prefeitura reforça que “para que os serviços ocorram, dependerá das condições climáticas, como baixa umidade, por exemplo”.


Andamento dos serviços

Ao longo dos últimos anos, durante o serviço, foram encontrados diversos problemas (imprevistos) que acarretaram no atraso da obra, que começou oficialmente em janeiro de 2020. Desde então, o principal problema era o subsolo, que estava “oco” e até mesmo comprometia a estrutura e, consequentemente, a segurança de quem transitava por ali. Duas empresas prestavam o serviço, por meio de medidas compensatórias. Juntas, elas investiram cerca de R$ 1,2 milhão (R$ 525 mil da empresa De Marco e R$ 695 mil da empresa Urbanes Empreendimentos). Até então, a revitalização seria feita por estas contrapartidas, sem uso de dinheiro público. O que, por fim, não se confirmou, já que a prefeitura teve que entrar na jogada, lançar licitação e aportar cerca de R$ 3,6 milhões dos cofres do município para a finalização do serviço.


Atualmente, nesta última etapa, também houve imprevistos – e que estão sendo resolvidos. A Secretaria de Desenvolvimento cita um problema crônico na Rua Floriano Peixoto, em que foi necessário reposicionar todas as redes (pluvial, cloacal e de água) ao longo de três semanas. Na última quarta-feira, começou a concretagem da última parte. Segundo o Executivo, com os serviços, terminaram os alagamentos crônicos nas proximidades da Livraria da Mente, do Edifício Imembuí, na Galeria Roth, na Galeria do Comércio e no Instituto da Face. No entanto, durante a execução, foram encontradas irregularidades, como rede de esgoto em local irregular e rede elétrica clandestina.


Uma longa espera

Demorou e não foi pouco para que a revitalização, finalmente, acontecesse. A principal justificativa dada pela gestão Jorge Pozzobom (PSDB) é de que o serviço precisava ser feito de forma completa, resolvendo os problemas crônicos, como no subsolo, e não apenas uma “maquiagem”, que até poderia deixar o Calçadão bonito, mas não resolveria o problema que, em algum momento, retornaria. Mesmo que a justificativa seja plausível, a demora para concluir uma obra essencial e no centro da cidade deixou marcas na administração. Mas elas podem ser revertidas, a depender de como ficará a revitalização.


De toda forma, é preciso reconhecer que os avanços nesta última etapa são bem significativos e as expectativas são positivas para que, enfim, Santa Maria tenha um Calçadão repaginado, moderno e atraente aos consumidores e lojistas, além, claro, de voltar a ser um espaço pulsante.


Histórico

  • Abril de 2019 – Prefeitura anuncia reforma completa do Calçadão sem utilizar recursos próprios. Previsão de início era até final de julho, e de entrega, até 25 de outubro daquele ano
  • Outubro de 2019 – Prefeitura afirma que obras podem ficar para 2020. Início dos serviços dependia da entrega de projetos complementares, mas, por conta da movimentação de fim de ano, poderia ser adiado para janeiro
  • Janeiro de 2020 – Prefeitura dá início às obras de reforma no Calçadão
  • Março de 2020 – Obras são suspensas por conta da pandemia
  • Julho de 2020 – Encaminhado Termo de Ajuste de Conduta para as empresas responsáveis, e acordos para reinício das obras avançam
  • Setembro de 2020 – Prefeitura afirma que obras serão retomadas na primeira quinzena do mês, após a finalização da produção das galerias pluviais
  • Outubro de 2020 – Retomada das obras prevista para dezembro. Após ofício protocolado por entidades representativas do setor empresarial da cidade, prefeitura adia retomada das obras para janeiro de 2021
  • Janeiro de 2021 – Obras são retomadas, previsão é de conclusão em oito meses
  • Em abril de 2021 – As obras, que estavam paradas há cerca de um mês, são retomadas novamente. Serviço ficou parado, pois a Urbanes Empreendimentos encerrou a sua parte e a De Marco precisava assumir a obra
  • Setembro de 2021 – Corsan começa etapa de ligação de esgoto na obra do Calçadão
  • 1º de dezembro de 2021 – Calçadão recebe novas tampas dos poços de inspeção; prefeitura afirma que as obras tiveram de ser interrompidas por questões climáticas e falta de insumos
  • 27 de dezembro de 2021 – Prefeitura afirma que pode rescindir termo de compromisso com a De Marco Construtora
  • 3 de janeiro de 2022 – Data em que terminou o contrato com a De Marco. A partir disso, prefeitura avalia se renova ou se rescinde com a empreiteira
  • 5 de janeiro de 2022 – Prefeitura informa que a De Marco tem até 14 de janeiro para apresentar documentação física e comprobatórios de conclusões pontuais nas ações de intervenção do Calçadão
  • 31 de janeiro de 2022 – Começam as intervenções no período da noite na área externa do Calçadão. Corsan inicia o trabalho nas redes de abastecimento de água e de esgoto cloacal e pluvial
  • Março de 2022 – A prefeitura confirma que não concluiria a obra neste ano e que lançaria uma licitação, com recursos próprios, para terminar as obras
  • Maio de 2022 – Após lançamento e abertura de licitação, foi homologada a Construtora Continental de São Paulo Ltda., de Porto Alegre, como a responsável pelas obras
  • 10 de junho de 2022 – Recomeçam as obras da última etapa do Calçadão. Previsão de conclusão é de um ano (junho de 2023)
  • 11 meses de obras – Ao longo deste período, a obra andou conforme o planejamento. Obra 90% concluída

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