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VÍDEO: alterações no projeto da Travessia Urbana evitam a desapropriação de 150 imóveis

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Foto: Fabiano Marques (Diário)

Quando a obra de duplicação das BRs da Travessia Urbana de Santa Maria começou, em 16 de dezembro de 2014, a estimativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) era de que mais de 200 imóveis e pedaços de terrenos tivessem de ser desapropriados para duplicar os 14,5 km. Porém, devido a alterações de traçado que foram possíveis, não foi preciso avançar sobre dezenas de imóveis, e agora que os processos na Justiça Federal estão na reta final, ficou definido que só 53 precisarão ser desapropriados.


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No final de 2019, foram realizados 26 acordos na Justiça Federal, entre o Dnit, moradores e empresários às margens da BR-287. Foi preciso desembolsar R$ 3,8 milhões para indenizar todos que cederam parte de seus terrenos para que a obra prosseguisse. Segundo o engenheiro responsável pelo Dnit em Santa Maria, João Carlos Tonetto, houve acordo porque as negociações partiram de um valor próximo da realidade do local, a partir de estudos técnicos de avaliação dos terrenos. Ele diz que os pagamentos já foram realizados agora em janeiro e que foram marcadas para março as audiências de conciliação com as últimas 19 famílias atingidas pela duplicação.

- São três casas para a obra da passagem inferior da Urlândia e 16 ao lado do viaduto da Cohab Santa Marta, em que será feita a chamada compra assistida. A Justiça vai definir um valor de teto, e elas poderão usar até esse valor para comprar uma casa, mas não é qualquer moradia, precisa estar legalizada, com tudo em ordem na prefeitura - afirmou Tonetto, sem revelar qual será a quantia disponibilizada a cada família.

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A intenção é que os moradores possam comprar essas casas logo em seguida para permitir a retirada das famílias dos imóveis que precisarão ser demolidos para dar continuidade às obras de duplicação.

Além desses 26 acordos e das 19 remoções por meio de compra assistida, o Dnit já havia fechado acordo, no ano passado, com outros oito moradores do entorno do viaduto da Avenida Walter Jobim com a BR-287 e a Faixa de Rosário. Com isso, o total de desapropriações de imóveis de toda a duplicação totalizará 53 casos, bem menos do que os mais de 200 projetados inicialmente.

Entre os locais em que foi possível mudar o traçado da duplicação para não afetar moradias está na curva entre o Distrito Industrial e a ponte do Arroio Ferreira e na reta entre a Cohab Tancredo Neves e a fábrica da CVI Refrigerantes, onde dezenas de imóveis construídos sobre a faixa de domínio não precisaram ser removidos.

82% CONCLUÍDA
A duplicação está com 82% dos serviços prontos e, segundo o Dnit, se houver a liberação das verbas necessárias, será possível concluir toda a obra ainda em 2020. Porém, ainda não há garantia de que a totalidade do dinheiro será liberado, o que pode atrasar mais a construção.  

Iniciada no fim de 2014 com previsão de ser feita em três anos, a obra de duplicação já completou 5 anos em dezembro passado.

FALTA DE INFORMAÇÃO
A técnica em enfermagem Maristane Facco, 37 anos, diz que aguarda contato de algum órgão que esclareça sobre a saída das famílias. Ela mora às margens da BR-287, próximo ao trevo da Santa Marta, há 12 anos, e conta que, no início das obras da Travessia Urbana, procurou o Dnit para saber como ficaria a situação dela. 

- O engenheiro disse que não iam nos deixar desamparados, mas isso já faz tempo. Eu sei que vamos ter de sair, dá para ver que a estrada vai passar bem aqui, onde é a minha casa. Mas ninguém procura a gente. Eu só estou esperando - diz Maristane.

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Ela acredita que a saída dela e de outras famílias deve ocorrer ainda este ano, mas diz não saber quando vão pedir que ela e os vizinhos se retirem.

Enquanto Maristane espera, o pedreiro Antonio Augusto Batista de Almeida Flores, 75 anos, está ansioso para saber quando sairá do local em que mora há 21 anos. Ele conta que, por conta da trepidação do rolo compressor muito próxima à casa dele, rachaduras surgiram na parede e no telhado, o que ocasiona goteiras em dias de chuva. Ele diz que pensou em consertar, mas o pessoal da obra alertou que seria dinheiro gasto à toa, pois logo ele e as demais famílias serão retirados da área. Enquanto aguarda, Flores conta que vai lidando com situação como consegue.

Outra situação que o pedreiro enfrenta é que o solo do pátio cedeu, também por consequência da obra. Como ele tem uma neta pequena, teme que a menina se machuque enquanto brinca fora de casa. O que reforça a ansiedade em sair logo da atual casa para um novo lugar, o que dependerá do dinheiro da indenização.

*Colaborou Joyce Noronha

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