Cada vez mais famílias e empresas geram sua própria energia elétrica, por meio de painéis solares, o que é benéfico por ampliar as fontes renováveis, mas pode gerar um problema no futuro. É que a expansão da energia fotovoltaica nos próximos anos pode reduzir a receita das concessionárias de energia e forçar aumentos das tarifas aos consumidores que seguirem dependendo das empresas de distribuição. Esse custo elevado pode fazer mais pessoas e empresas migrarem para a energia solar e provocar um efeito em cascata, numa espiral negativa. O tema preocupa o setor e virou tema de um projeto de pesquisa, chamado "Modelagem para a previsão e monitoramento da evasão de unidades consumidoras, devido à expansão da geração distribuída fotovoltaica", que está sendo desenvolvido pelo professor doutor Júlio Cezar Mairesse Siluk, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com a Fatec.
Cyrilla começa a produzir para valer e deve iniciar vendas em maio
O estudo tem o objetivo de desenvolver um sistema por meio de uma modelagem de um algoritmo para monitoramento e análise preditiva da evasão do mercado de unidades consumidoras e seus impactos econômico-financeiros, decorrentes da expansão da geração distribuída fotovoltaica nas concessionárias de energia elétrica. Segundo a assessoria da Fatec, como justificativa, o professor Júlio considera que a micro e a minigeração distribuída é um direito do consumidor e que ela é fortemente influenciada pelas diretrizes regulatórias e eventuais políticas de incentivos, e torna-se necessário avaliar e prever o potencial de evasão de consumidores do mercado de energia elétrica e os impactos percebidos pelas distribuidoras de eletricidade. Desta forma, os principais impactos econômico-financeiros decorrentes da expansão fotovoltaica são a redução de receita, aumento de custos, aumento de tarifa e influência na evasão de outros consumidores.
IMAGENS: como será o novo prédio do Centenário
O professor Júlio explica que o impacto acumulado do fluxo de caixa das distribuidoras tende a chegar a R$ 1 bilhão em 2023, e que apesar de o setor elétrico já demonstrar preocupação quanto a esta questão, soluções regulatórias e tarifárias são vislumbradas em um futuro de médio a longo prazo, sendo necessária uma solução mais efetiva a curto prazo.
Confira como as enchentes influenciaram nos cortes de emprego em todo o Estado 
