Deni Zolin

Arrecadação de ICMS em Santa Maria fechou 2020 com queda real de 3,5%

Apesar do grande impacto negativo para as vendas devido às medidas de restrição à circulação durante a pandemia, especialmente em lojas de calçados e vestuário (-49,2), transporte (-33,3%) e veículos (-5,3%), Santa Maria fechou o ano de 2020 com uma queda real (já descontada a inflação) até pequena na arrecadação do ICMS sobre 2019. A redução real, com base na inflação da prévia do IPCA, de 4,2%, ficou em 3,5% na cidade, na comparação entre o total de 2019 e o de 2020. O tombo só não foi maior porque alguns setores compensaram, tendo altas nominais expressivas nas vendas no ano passado, como bebidas (8,4%), supermercados (12,1%), móveis e materiais de construção (28,3%), metalmecânica (45,2%) e produtos médicos e farmacêuticos (67,8%). Diante da gravidade da crise provocada pela pandemia, dá para considerar um resultado até satisfatório. Os valores arrecadados pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dão um indicativo indireto da economia local e são um dos poucos dados que se tem acesso de forma imediata para medir a situação econômica dos principais setores de Santa Maria - essas informações foram obtidas com exclusividade pela coluna junto à Receita Estadual. Já o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), que é mais abrangente, leva mais de ano para ficar pronto.

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Porém, se for levar em conta apenas os valores nominais (sem a atualização pela inflação), Santa Maria até teve uma leve alta da arrecadação de 2019 para 2020, ficando em 0,7% de aumento (no quadro ao lado, estão todos os valores nominais de cada setor, além dos percentuais de reajuste nominal).

A partir dos dados da Receita Estadual, foi possível calcular também qual o impacto nas vendas (e na arrecadação) só no período da pandemia, entre março e dezembro. Nesse recorte, é possível concluir que o setor mais afetado foi o de calçados e vestuário, com queda nominal de 58% no acumulado de março até dezembro, na comparação com o mesmo período de 2019. Depois, vêm os setores de transportes (-42,8%), eletroeletrônicos e eletro (-5,8%) e veículos (-1,9%). Por outro lado, as principais altas nas vendas foram dos setores de produtos médicos e farmacêuticos (66,6%), metalmecânica (44,4%) comunicações (34,9%), móveis e materiais de construção (23,0%) e agronegócio (17,6%). Outras duas áreas, que têm arrecadações mais expressivas e grande importância econômica, também tiveram aumento: supermercados (14,4%) e bebidas (4,9%).

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Os piores tombos na arrecadação em Santa Maria foram nos meses de abril e maio, quando foram tomadas as primeiras medidas mais duras de limitação à circulação de pessoas e de funcionamento de comércio e serviços, e também em dezembro - nesse caso, possivelmente por causa da antecipação de compras em novembro, em função das promoções da Black Week, e também devido à redução do auxílio-emergencial do governo e ao corte do benefício a partir de agora. Isso pode ter feito muita gente deixado de consumir para guardar um pouco da grana para 2021.

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