Deni Zolin

Agronegócio cresce 35% e volta a salvar o PIB do Rio Grande do Sul

Mais uma vez, a ótima safra de grãos ajudará a salvar a economia gaúcha. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul no 1º trimestre deste ano, de alta de 4% sobre os últimos três meses de 2020, reforçam que a economia do Estado começa a reagir lentamente depois da crise provocada pela pandemia. O crescimento foi puxado pelo excelente resultado da agropecuária (+35,7%) e da alta da indústria (+3,8%). O setor de serviços, que engloba também o comércio, subiu apenas 0,4%. É um resultado bem melhor do que o do Brasil, que cresceu apenas 1,2%.

Só aqui na região, a safra de soja deve movimentar cerca de R$ 9 bilhões, um valor muito expressivo e praticamente três vezes maior do que em 2020. Isso terá um impacto muito positivo em todas as cidades da região também nos próximos meses, inclusive em Santa Maria, porque muitos agricultores acabam comprando máquinas e insumos aqui, além de investir em imóveis.

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Outra boa notícia é que essa alta de 4% ocorreu mesmo depois do aumento expressivo do PIB gaúcho no último trimestre de 2020, que tinha registrado um salto de 12,9%. Já na comparação com o 1º trimestre de 2020, os primeiros meses de 2021 tiveram uma alta ainda maior, de 5,5%, bem mais do que a alta de só 1% do Brasil.

- Em 2020, tivemos o impacto da estiagem no 1º trimestre e, a partir de março, a pandemia afetou todos os setores de forma muito intensa. A sequência de três altas seguidas do PIB na comparação com os trimestres anteriores demonstra uma tendência de recuperação efetiva da atividade econômica no Rio Grande do Sul - afirma a pesquisadora do Departamento de Economia e Estatística do Estado e coordenadora da Divisão de Análise Econômica, Vanessa Sulzbach.

Na comparação com o 1º trimestre de 2020, a agropecuária teve crescimento de 42,2%, sendo que a receita com soja cresceu 74%, e de outras culturas também: uva (+29%), fumo (+20%) e milho (+5%). Só o arroz apresentou resultado semelhante ao do ano anterior (-0,8%).

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Na indústria, a alta em relação a igual período de 2020 foi de 10,5%, acima do avanço de 3% no Brasil. Entre as atividades do setor, o principal ganho foi na indústria de transformação (+15,3%), que teve nos segmentos de Máquinas e equipamentos (+55,9%), Produtos de metal (+33,8%), Produtos do fumo (+29,5%) e Móveis (+22,5%) os percentuais de alta mais elevados.

O setor de serviços foi o único a registrar queda na comparação com os três primeiros meses de 2020 (-2,4%), abaixo do resultado nacional (-0,8%). Os desempenhos de Outros serviços (-5,9%) e do Comércio (-2%) puxaram a baixa, enquanto os Serviços de informação (+2,9%), as Atividades imobiliárias (+1,8%) e Intermediação financeira e seguros (+1,6%) minimizaram a queda geral.

Considerando só o comércio, duas das 10 atividades apresentaram crescimento: Material de construção (+24,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,8%). Os demais segmentos registraram queda, entre eles o de Hipermercados e supermercados (-6,9%) e Combustíveis (-22,3%).

No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul registrou variação de -4,9%, abaixo do desempenho do país (-3,8%). No quarto trimestre de 2020, o resultado acumulado no Estado era de -7%.

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