Saiba qual o risco (real) ao acordo da Mesa da Câmara

Será que, após vários anos de previsibilidade, a Câmara de Vereadores voltará a surpreender, retomando sua história de viradas de mesa? Aliás, é uma situação que remonta ao tempo do regime militar, quando havia apenas a Arena e o (velho) MDB e invariavelmente eram 11 de um lado e 10 do outro. Um edil emedebista elegeu-se presidente mesmo em minoria e eventualmente contra seu partido, pois contava com 10 votos do lado contrário. Ele já morreu, mas tem vários ex-vereadores bem vivos para contar e comprovar a história.


Agora, não. Afora o poder inerente ao cargo, ainda há funções de confiança a distribuir, o que torna a disputa, para além da política, também algo mercantilista. E não são poucos os CCs disponíveis à Mesa Diretora. Dito isto, como está a situação neste momento, no Legislativo, e que pode redundar numa mudança em relação ao roteiro que se montou há um ano, quando o atual grupo chegou ao poder?


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O fato objetivo é que a ideia de manutenção do acordo para a direção do Legislativo em 2026, que colocaria o pepista Sérgio Cechin na presidência outra vez, corre cada vez mais risco. Sob areia movediça, os ventos da política parecem soprar, com intensidade, para uma mudança de lado.


O grupo mandatário, longe de ser coeso, parece estar balançando diante de uma articulação que conta com o protagonismo de um ex-aliado e também de um possível dissidente. No caso, Tubias Callil, do PL, e Marcelo Bisogno, do UB.


É voz corrente nos corredores do Palacete da Vale Machado que ambos são artífices de uma engrenagem que pode levar à virada. Entre os alvos da articulação pela mudança estão dois descontentes com os rumos do Executivo. No caso Luiz Fernando Cuozzo Lemos, do PDT, e Lorenzo Pichinin, do PSDB.


Nessa ciranda de articulações e de imprevisibilidade, um terceiro nome também está sendo requisitado (por ambos os lados e, inclusive, pelo governo municipal) para que não mude de posição: o vereador Rudys Rodrigues. Muito da sequência dos planos dos “donos da Mesa” passará pelo emedebista que, se diga, não anda nada contente com a gestão municipal liderada pelo pessedista Rodrigo Decimo. De qualquer forma, não há nada definido. Fato mesmo é que quem diz que está tudo garantido, nada entende do jogo que (o)corre na sede do Parlamento.


Dizem não convir mexer com quem está quieto. Mas, para fechar, a escolha de Sérgio Cechin para comandar a Casa em 2026 é vista com preocupação também pelo espírito mais cordato do pepista. E que, há quem diga, talvez não tivesse o pulso necessário, veja só, para enfrentar um ano que, como disse fonte graúda à coluna, “deve ser de chumbo grosso à administração municipal”. Uma amostra se tem agora, com “as pedradas que o Legislativo tem levado, tanto em redes sociais quanto pelos movimentos sindicais”. Enfim, Cechin estaria “longe de ter o perfil adequado à ocasião”. Será?

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