claudemir pereira

A incrível situação do MDB, bem próximo do esfacelamento

Até o momento em que esta página era fechada, a reunião do Diretório Estadual do MDB, prevista para este domingo, na Capital, estava confirmada. Nela, os emedebistas, segundo o edital publicado há uma semana, definem quem será o pré-candidato ao governo do Estado. Nome que terá de receber a chancela oficial, mais adiante, no final de julho, da convenção do partido.

Dito isto, como o escriba já intuía e publicava há alguns meses, é cada vez mais evidente que Gabriel Souza, ex-presidente da Assembleia Legislativa, será o nome do emedebismo em outubro. Inclusive porque foi o único a ter se inscrito. Quer dizer então que a solução política chegou, e o partido se encontra devidamente pacificado e pronto para a disputa. Nananinanão!!!

Até chegar a essa conclusão provável, o partido zanzou bastante. E mostrou diferenças bastante claras. De um lado, os históricos, grupo que já teve muitos votos e controlou a sigla com mão de ferro. Do outro, uma nova geração, aliada com descontentes da ordem até aqui vigente.

Nesse caldo, que pode queimar inclusive imagens exaustiva e cuidadosamente cultivadas, nasce uma agremiação pragmática. Se adequada aos novos tempos, é preciso distanciamento maior para conferir. Mas com certeza diferente. Sim, parece ter acabado o tempo em que dois ou três ou quatro, quiça cinco líderes sentavam a uma mesa e decidiam o futuro do MDB gaúcho.

O diretório, a revelia dos ditos históricos, confirmará um nome novo nessa história, o do deputado estadual Gabriel Souza. Que conta com apoio majoritário dos parlamentares e da juventude emedebista. Isso deve ter algum significado - que o partido precisará avaliar.

O virtual pré-candidato afastar, de pronto, desejo de grupos minoritários, que gostariam de aliar-se a uma das duas chapas pró-Bolsonaro no Rio Grande e vai por outra via, muito possivelmente ao lado do governador Eduardo Leite.

Se dará certo ou não, os tempos próximos dirão. Mas o resultado já se sabe: o MDB sai desse processo internamente dilacerado. E dará muito trabalho juntar os pedaços. Conseguirá? Não demora se saberá.

Em tempo. A região central desempenha papel importante nesse processo. Afinal, são seis votos (quase 10%) no Diretório, já excluído Cezar Schirmer, hoje na capital. Depositarão seu sufrágio nessa decisão os santa-marienses Tubias Calil (não citado outras vezes pelo escriba, por puro desconhecimento, pelo que se desculpa), Magali Marques da Rocha e Roberto Fantinel, a prefeita cacequiense Ana Paula Mendes Machado Del'Olmo, o edil jaguariense Igor Tambara e o vereador restinguense Norton Soares.

Petistas e comunistas do B e as candidaturas da Federação

Ainda não há informações precisas sobre como se darão as federações. Se sabe, no entanto, que há duas bem encaminhadas. Uma a que reúne PSDB e Cidadania, com clara predominância tucana.

Outra, que se discute há bem mais tempo, pelo lado canhoto, reúne PT, PC do B e PV. Nessa entraria o PSB, que hoje está fora, embora há quem imagine não ter terminado o papo a respeito.

Sobre essa segunda, especificamente, uma questão se põe: como será em Santa Maria? A única certeza é que o PT será majoritário. Inclusive, ou especialmente, na direção, por ser bem maior que os demais.

Objetivamente, novos Diretórios e Executiva, que reunirão militantes das três (ou quatro) siglas, terão de ser formados. E valerão por quatro anos. E são esses dois setores de comando que definirão, por exemplo, quem concorre a que, em outubro.

Se o PSB não entrar no jogo, e é o que aparenta, a decisão está dada: os petistas Paulo Pimenta (federal) e Valdeci Oliveira (estadual) concorrem à reeleição. Os comunistas do B Werner Rempel e Maria Rita Py Dutra também disputam, ainda que não se saiba hoje em que posição.

Esse é o cenário do momento. Até evidências - ou decisões - em contrário.

O desincompatibilizado. E os futuros calados

FORA - Até onde se sabe, do Executivo, apenas o secretário municipal de Licenciamento e Desburocratização, Ewerton Falk, é candidato em outubro. Tentará uma vaga na Câmara dos Deputados e, por isso, terá de se desincompatibilizar do cargo até o dia 1º, a próxima sexta-feira, e deixa o governo - pelo menos por seis meses.

Após o desaparecimento do Democratas, seu partido original, Falk (foto) é um recém-convertido ao PL, aliás a escolha praticamente total dos demistas, inclusive dos outros integrantes do primeiro escalão municipal.

FICAM, MAS... - Além do secretário Falk, anunciam-se outros oito agentes políticos santa-marienses como confirmados ou pretendentes ou próximos a isso, na disputa de outubro. São os seis vereadores considerados concorrentes e no mínimo dois suplentes.

Devem concorrer à Assembleia Legislativa, se não acontecerem acidentes de percurso, Admar Pozzobom (PSDB), Paulo Ricardo Pedroso (PSB), João Ricardo Vargas (PP) e Tony Oliveira (Podemos). À Câmara dos Deputados se apresentam Givago Ribeiro (PSDB) e o primeiro suplente do PP, Zaluar Soares.

Os comunistas do B Werner Rempel e a suplente Maria Rita Py Dutra também concorrem. Só não há ainda definição a que cargo eletivo. Um deles vai disputar vaga na capital gaúcha, outro em Brasília.

Em tempo: todo esse contingente não precisa se desincompatibilizar. Ao contrário do secretário Falk, podem continuar na Câmara ou a ela ser chamados, no caso dos "regra três". A única inconveniência se dará depois das convenções, quando não poderão aparecer na TV Câmara. É importante. Mas é menos, de todo modo.

LUNETA

MINÚSCULO

O fato de um partido ser pequeno não quer dizer inanição em 2022. Inclusive por conta de uma estratégia estadual, e em busca de votos para superar a cláusula de barreira, um dos bem pequenos na cidade, o Avante (21 filiados, segundo levantamento mais recente do Tribunal Superior Eleitoral) vai às urnas em outubro. O partido apresentará seu presidente, Gerri Machado, como candidato a deputado federal.

REELEIÇÃO

A possibilidade de o parlamentar novista Giuseppe Riesgo (foto) virar candidato à Câmara dos Deputados tende a não se confirmar - como este espaço, aliás, já antecipava ainda no mês passado. O pedido para que o supercampeão de votos Marcel Van Hattem seja candidato ao Senado não deverá mesmo ser aceito e, assim, o santa-mariense irá disputar é um segundo mandato na Assembleia Legislativa.

ATRASADO

Provavelmente manietado pelas decisões de governo, o fato é que Onyx Lorenzoni, agora no PL (com um séquito de seguidores vindos do falecido DEM), se atrasou na articulação de alianças, ele que quer ser governador. No lado destro da política gaúcha, Luiz Carlos Heinze (PP) já conquistou o PTB, quando ocupava por inteiro a pista livre. E agora, como será? Tendência é de congestionamento na estrada.

MIUDEZA

Serão dias bem animados, os próximos cinco ou seis, até 1º de abril. A janela, ou o mês, da traição se esgota nesta data. E a questão é: quem em Santa Maria vai virar a casaca, seja por discordar da atual direção da grei ou mesmo para concorrer em outubro por nova casa. Palpite claudemiriano: se houver pulada de cerca será da miudeza política. Os graúdos, nem que seja por prudência, ficarão onde estão.

PARA FECHAR!

É possível que, no balanço definitivo, que se terá somente depois das convenções partidárias do final de julho, início de agosto, Santa Maria apresente pelo menos uma dezena e meia de concorrentes à Assembleia Legislativa e dois terços disso para a Câmara dos Deputados. Parte desse contingente porém, pode apostar, tem apenas um objetivo: antecipar a campanha para vereador, em 2024.

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