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Tolerância tem limite

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Nossa tolerância política está sendo testada e se não fixarmos um limite agora corremos sérios riscos.

Para introduzir o assunto, trago a obviedade de que crianças são seres em desenvolvimento, que precisam de liberdade para experimentar ludicamente como sobreviver e enfrentar os desafios da vida. Não é recomendável, segundo os educadores, limitar demais as brincadeiras, mesmo aquelas que, em tese, podem resultar em algo desagradável para a criança, pois é uma forma de aprendizado. Há que se ter tolerância para que os pequenos se desenvolvam.

A tolerância, todavia, deve ter limite. O limite, em geral, é fixado pelo bom senso e demarcado pelas atitudes e brincadeiras de mau gosto ou perigosas. Assim, vai se educando a criança para que não corra riscos pessoais, não cause prejuízo a terceiros, saiba lidar com as diferenças e desenvolva sentimentos de respeito e empatia pelos outros.

Não fixar limites é irresponsabilidade de quem tem a obrigação de cuidar, zelar e educar um ser em formação.

Partindo desta obviedade, como introdução, adentro num terreno minado, mas que não posso evitar.

Há adultos que envelhecem fisicamente, mas psicologicamente continuam a agir como crianças mimadas, que não conheceram e não conhecem limites e, por isto, comportam-se de forma reprovável colocando suas "vontades" acima de qualquer outra coisa, mesmo que isto cause dor e sofrimento aos outros. São adultos infantilizados, não conseguem entender a realidade, vivem uma espécie de mundo virtual, no qual eles são o centro e a razão de existir do mundo.

Geralmente, estes adultos psicologicamente infantilizados não conseguem lugares de destaque na sociedade e, portanto, o efeito tóxico de seus comportamentos, que não conhecem limites, afetam os que lhe são mais próximos.

Quando, por herança ou por sorte (talvez melhor seria por azar), conseguem uma posição de mando, passam a afetar pessoas que estão de qualquer forma subordinadas ou dependentes de suas diatribes. Por não conhecerem limites, sempre vão além daquilo que o bom senso considera razoável.

É preciso ter limites na tolerância com este tipo de pessoa, porque sempre, na boa-fé, espera-se de que a linha da tolerância foi atingida e dali ele não passará. Ledo engano, o adulto psicologicamente infantilizado usa as mesmas artimanhas da criança, que vai testando o limite. Sempre que consegue ultrapassar o limite que lhe foi imposto não recua, mas ao contrário, dá um passo à frente e assim vai dilatando o limite a um ponto em que não há mais volta.

Se prestarmos atenção no momento em que estamos vivendo será fácil constatar que isto está acontecendo. A tolerância está sendo testada constantemente. A cada dia ficamos chocados com um dito, uma ordem, uma ideia absurda, mas não reagimos com a força suficiente para dizer basta. Reagir demonstrando que não admitiremos que continuem avançando além do extremo a que chegaram.

Não havendo reação, enquanto as afrontas ainda são verbais, quando elas se tornarem atos poderá ser tarde.

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