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Relembrando 'O Pasquim'

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Mais de uma vez lembrei nestas linhas quinzenais ser bom lembrar coisas passadas, rever os lampiões e os ancestrais. Exatamente como diz aquela linda canção do Jayme Lubianca. É mesmo assim! Acabo de ver na televisão Nelsinho Motta relembrando "O Pasquim", que a partir de 1969 me encantou! Sergio Cabral, Tarso de Castro, Jaguar e Ziraldo o fundaram.

O Tarso, que já se foi - amigo fraterno de um meu irmão por adoção, Miguel Kozma, que também se foi - e seu irmão de verdade que há de estar no Passo Fundo, onde nasceram. Amigo fraterno do camarada Aymoré, vulgo Marcelo Cerqueira, o Sérgio Cabral está lá no Rio, afastado do presente - felizmente - por conta da idade.

Reencontramo-nos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro na metade dos anos 2000, não me recordo a data. Luiz Paulo Sampaio havia assumido a direção do teatro e eu me fora, de Brasília para lá, a fim de assistir sua reinauguração.

Sentado na terceira ou quarta fila do balcão, no intervalo do primeiro para o segundo ato, o presidente do Tribunal de Justiça me viu, abanou a mão e veio ao meu encontro acompanhado do então governador e seu pai, a quem me apresentou como "ministro do STF". Sérgio Cabral - o pai, note-se bem! - estendeu-me a mão e disse: "Fala, camarada Rogério!". Um sorriso imenso tomou conta de nós dois.  

Estivemos juntos inúmeras vezes no Rio. Em um almoço de domingo na casa do Zelito Viana, no Cosme Velho. Uma noite no Zicartola - março de 1964 - no dia seguinte ao Comício da Central, Nara Leão e Oduvaldo Viana Filho, que se foram, e outros amigos que ainda encontro por aqui, o Sérgio entre eles. A esta noite, maravilhosa, fiz alusão em um artiguinho publicado aqui mesmo, na edição de sábado e domingo, 9 e 10 de setembro de 2017. Depois, por volta de 2012 ou 2013, Luiz Paulo e eu jantando no Real Astoria, em frente à praia de Botafogo, ele na mesa ao lado. 

O Pasquim encantou-me, realmente, de modo que o programa do Nelsinho - é sempre assim - leva-me assim como que a recuperar o tempo perdido. Ainda que nem tudo o que aconteceu me deixe em paz. A censura prévia instalada na metade de 1970 e, em novembro, a prisão de parte da sua equipe pelo DOI/CODI. A criatividade dos que não haviam sido detidos, especialmente Millôr Fernandes e Henfil, fez mágicas. Millôr escrevendo textos cuja autoria atribuía aos colegas presos, Henfil compondo desenhos que publicava como se fossem de Jaguar.

Tempo bom, ainda que - como escrevi em um destes meus artiguinhos - eu também tenha sido hospedado no DOI/CODI paulista, recuperando a liberdade pelas mãos do meu amigo Dilson Funaro. O Pasquim sendo recuperado no final dos anos setenta pelo Fernando Gasparian, amigo também que já se foi. Um dia destes contarei histórias dele por aqui.

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