Santa Maria registra 292 pessoas com sintomas gastrointestinais; setor epidemiológico analisa relação com rotavírus

Santa Maria registra 292 pessoas com sintomas gastrointestinais; setor epidemiológico analisa relação com rotavírus

Foto: Beto Albert (Diário)

São 292 casos suspeitos de rotavírus no município, atualiza a Vigilância em Saúde de Santa Maria nesta terça-feira (1). O quantitativo se refere às pessoas que procuraram atendimento médico com sintomas gastrointestinais. E esse número pode ser ainda maior devido a subnotificação (casos que não passaram por atendimento médico e até aqueles que não chegaram ainda no setor de vigilância). Só no Hospital Universitário de Santa Maria, até segunda-feira (30), 140 pessoas foram atendidas com os sintomas. 


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A secretária da Saúde, Ana Paula Seerig, indica que os casos estão crescendo. Na segunda (30), houve mais pessoas chegando com sintomas gastrointestinais, sobretudo diarreia, dor abdominal, náusea e vômitos, alguns com febre. 

– O município vai trabalhar com essas notificações. A vigilância epidemiológica vai em posse dessas informações que constam nas fichas de notificação. Irão entrar em contato com esses pacientes, pois, nesse momento, ainda não é possível afirmar que é um surto de rotavírus. Hoje não tenho como afirmar isso. 

A secretária indicou continuar monitorando os casos, a frequência de atendimentos e a gravidade de cada um deles. Ainda alerta que as quase 300 notificações não contemplam todos os atendimentos, tanto no setor público quanto no privado. 

Alimentos em avaliação 
Pelo alto número de casos entre os estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, a primeira suspeita foram os alimentos do Restaurante Universitário ou a água da instituição. Conforme avaliação do setor de equipe da universidade, a água foi descartada. Ainda está em curso o diagnóstico dos alimentos. 

A secretária Ana Paula indicou que uma nova amostra dos alimentos foi coletada e enviada para o Laboratório Central de Saúde Pública. 


– Enviamos amostras dos alimentos. Isso faz parte de um protocolo para a gente ir excluindo algumas possibilidades, digamos assim. Coletamos uma amostra ontem (segunda), enviamos nessa madrugada e vamos aguardar o resultado – afirma a secretária. 


Tudo sobre o surto de rotavírus

O que é

rotavírus é um vírus que possui alta taxa de contágio e pode ser transmitido por contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados.  Já a gastroenterite é uma inflamação causada de forma viral ou bacteriana que atinge o estômago e o intestino.

Transmissão

  • O rotavírus (rotavirose) é transmitido pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas;
  • O período de incubação é de dois dias, em média;
  • A transmissão máxima acontece nos 3º e 4º dias a partir dos primeiros sintomas.

Sintomas

  • Os sinais e sintomas clássicos do rotavírus, principalmente na faixa etária dos 6 meses aos 2 anos, são as ocorrências repentinas de vômitos. Na maioria das vezes, também podem aparecer, junto com os vômitos;
  • Diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo;
  • Febre alta.

Prevenção

Algumas medidas podem prevenir a infecção, como a administração da vacina para rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) em crianças menores de 6 meses;

Outras ações de prevenção incluem práticas de higiene e consumo adequado de alimentos, tais como:

  • Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais;
  • Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
  • Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados);
  • Guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar a recontaminação;
  • Não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados;
  • Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado;
  • Usar sempre a privada, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água;
  • Manter o aleitamento materno (aumenta a resistência das crianças contra as diarreias), evitando o desmame precoce.


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Bibiana Pinheiro

bibiana.pinheiro@diariosm.com.br

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