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OPINIÃO: Servidores públicos valorizados, melhores serviços prestados

A priorização da agenda da segurança e da justiça no país passa, sem dúvidas, pelo aprimoramento do gasto público a partir da qualificação de dados e informações sobre a dinâmica das violências e crimes e da adoção e fortalecimento de políticas públicas integradas de prevenção, de controle e de reintegração social. Inobstante, a outra metade desse complexo campo da Administração Pública impõe um melhor nível de valorização dos profissionais que atuam na área.

Essa valorização abrange, por óbvio, melhores salários e condições de trabalho, assim como a pactuação e o atingimento de níveis mais civilizados de convivência e segurança (e justiça). Para além dessas questões objetivas, todavia, há um outro aspecto, geralmente negligenciado tanto pelo Estado quanto pela população brasileira, que poderia gerar impactos positivos no moral, na motivação e na autoestima dos profissionais que se dedicam à essa problemática social, colocando em risco, não raro, as suas próprias vidas. Refiro-me ao reconhecimento elogioso daqueles agentes que se sobressaem pelo seu elevado grau de compromisso com a causa pública.

É precisamente esse um dos objetivos do evento promovido pela Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP) na cidade, no próximo dia 10 de agosto de 2018, às 19h, na Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), entidade parceira junto com o Sindicato Estadual das Guardas Municipais do Rio Grande do Sul. A ABFIP, instituição da sociedade civil, surgiu para preservar a memória das Forças de Paz do Brasil. Estas últimas foram criadas em 22 de novembro de 1956 para integrarem, à época, a Força Internacional de Emergência das Nações Unidas (ONU) com um contingente de 600 homens do chamado "Batalhão Suez", no Egito, tendo, desde então, contribuído em diferentes contextos internacionais, em todos os continentes do globo.

As Forças de Manutenção da Paz da ONU, registre-se, restaram agraciadas pelo Prêmio Nobel da Paz em duas ocasiões, nos anos de 1988 e 2001, junto à comunidade internacional. Com efeito, desde a sua fundação, nos idos dos anos oitenta do século XX, a ABFIP vem-se dedicando não só a zelar por essa história de engajamento cívico, como também a premiar e a reverenciar as ações meritórias levadas a efeito por agentes públicos, bem como por lideranças acadêmicas, comunitárias e eclesiásticas. Por essa razão, a atividade da ABFIP, que se realizará no Coração do Rio Grande nesta semana, reveste-se de um caráter simbólico deveras relevante em face do potencial fomento, espera-se, de uma nova prática social e institucional voltada a enaltecer o espírito público de homens e mulheres que compõem as instituições de segurança, justiça e defesa, assim como de pesquisadores(as), gestores(as) e lideranças comunitárias de diversos matizes.

Trata-se de um momento ímpar para prestigiar atores centrais para o funcionamento do Estado, na medida em que suas conquistas individuais são também, nessa perspectiva, coletivas! Por fim, se é verdade que precisamos repensar a relação entre o tamanho do Estado, o emprego de tecnologias de comunicação e informação (TIC's) e a qualidade das "entregas públicas" à cidadania, parece também evidente que profissionais valorizados, material e animicamente, concorrerão para um melhor provimento dos serviços públicos, em geral, e dos de segurança, justiça e defesa, em particular.

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