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OPINIÃO: O dom de desenhar

Na última segunda-feira, 15 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Desenhista. A data foi criada em decorrência do aniversário de um dos desenhistas mais importantes de todos os tempos, Leonardo da Vinci, que nasceu em abril de 1452, na Itália. Esse dia é destinado a homenagear aqueles que têm o dom ou talento de encantar com seus traços e sua criatividade a vida da pessoas.

Usamos as palavras dom e talento para definir a desenvoltura perfeita que alguém apresenta para desempenhar determinada atividade. No entanto, existem teorias que dizem que talento e dom não são a mesma coisa, pois representam características distintas, apesar de serem empregadas de formas semelhantes.

Dom vem do latim donus, que significa dádiva, presente. Nessa perspectiva, trata-se de uma capacidade inata para desempenhar, com destreza e aptidão, determinada tarefa, até mesmo em aspectos que elas parecem mais complexas para a maioria das pessoas e são executadas por alguém, sem que nunca lhe tenham ensinado. Apesar de ser muito parecido com o dom em definição, o talento se distingue por ser justamente uma habilidade que pode ser desenvolvida ou aperfeiçoada. É um gosto  especial, uma  predisposição espontânea a algo que atinge sua plenitude por meio de muito treino, dedicação e perseverança. Nesse sentido, ser muito bom em determinada  atividade  somente depende do interesse, paixão, comprometimento e disciplina da pessoa para alcançar o objetivo.

Conta a história que os maiores desenhistas de todos os tempos, como Michelangelo, Picasso e Da Vinci não aprenderam a desenhar do nada. Todos eles começaram, ainda criança, a ser orientados por artistas renomados. Na história de Da Vinci, foi relatado que um de seus primeiros desenhos foi uma serpente cuspindo fogo, desenho tão horrível e, ao mesmo tempo criativo, que chamou atenção e, a partir daí, começou o seu aprendizado até chegarmos no Da Vinci que conhecemos.

Apesar das teorias, para mim, o desenhista tem que ter dom, pois a pessoa tem que nascer com o gosto pelo desenho, tem que ter uma relação, mesmo que inconsciente, com o lápis e o papel para conseguir tocar as pessoas com a sua arte. Pode até aperfeiçoar a habilidade com o tempo, mas ela tem que estar na sua essência. Além disso, somente quem tem o dom para desenhar consegue colocar num único desenho o que muitas vezes um escritor, para expressar sua ideia, precisa de várias páginas.

Foram muitas as vezes que fiquei admirando o trabalho do ilustrador dessa coluna que, com seu desenho, conseguiu e consegue, diariamente, passar ao leitor, de forma criativa e simples, a mensagem do articulista. Mas, ele não apenas reproduz no papel uma ideia pré-concebida, ele transforma o artigo num novo objeto de comunicação, com um novo sentimento, oriundo da sua imaginação e estilo, porém, mais vivo, dando ao leitor uma nova imagem do que foi escrito, que, não raras vezes, é até muito mais fascinante. Portanto, nada mais justo do que lembrar daqueles que mais do que talento para ser ilustrador, têm o dom de encantar os leitores e, principalmente, a mim, diariamente, com seus desenhos.

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