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Militante de internet


style="width: 100%;" data-filename="retriever">Em tempos de pandemia, quando o isolamento se fez necessário, a saída mais fácil para a comunicação, foi ampliar o uso da internet. Somado às tantas prioridades de interlocuções, as redes sociais tornaram-se palco de manifestações e uso de hashtags para o ativismo online. Ao abrirmos as 'www', geralmente, somos inundadas por discursos e mensagens de autoajuda, de proteção as minorias, antirracismo, anti homofobia e outras tantas, politicamente corretas. O mundo parece perfeito nas páginas da web: pessoas lindas, solidárias, com uma vida maravilhosa que só querem ajudar o próximo. Declarações infinitas de boa vontade. Grupos se unindo para ajudar os mais vulneráveis, milhares de cestas básicas distribuídas, campanhas para arrecadar verbas para os mais necessitados e assim por diante. Olha que maravilha! Como o mundo melhorou! As pessoas estão mais respeitosas, compreensivas e exercendo a compreensão. Que coisa linda!

Entretanto, nas últimas semanas, o tema mais debatido são os absurdos ocorridos no BBB. Os participantes, em sua maioria, atuantes pelos direitos humanos na internet, derraparam feio. A luta por um prêmio em dinheiro está retratando que, para chegar ao objetivo final, vale qualquer indignidade. Shows de arrogância, hipocrisia e abusos psicológicos vieram à tona. Rolaram demonstrações claras de intolerância e falta de empatia. Nem vou me deter em analisar os personagens que lá estão, pois seria até injusto da minha parte, que acompanho apenas os comentários via redes sociais. O que percebo, através delas, é que o discurso "bonitinho", foi substituído pela brutalidade.

Eu diria até que é uma encenação real do que acontece aqui fora. Ouvimos, todos os dias, que não somos preconceituosos, não julgamos nem rotulamos os outros, mas na hora do "vamos ver" a coisa não é bem assim. As famosas máscaras caem e a falta de humanidade emerge. Falamos nisso o tempo inteiro: estamos com uma doença chamada ódio que apresenta como principais sintomas o egoísmo, a soberba e a falta de afeto. Mas, como citado na música da Karol Conká, "num mundo onde dão mais valor para aparência surgem as consequências". Ela ressalta em outra canção que "se estiver disposto a mudar, já é um grande passo para se libertar". Eu prefiro acreditar que podemos refletir e remover o que nos faz mal ou prejudica outras pessoas.

Comentei, em outras oportunidades, que o feio não é ter preconceito, afinal fomos criadas e educadas para tê-los. O duro é se acomodar e não lutar todos os dias contra ele. Desconstruí-los, recomeçar e tentar um mundo melhor.

Talvez a marca que esse BBB deixe é de que não adianta militarmos apenas pelas redes sociais. É preciso ação além de discursos bonitos e decorados. Seja uma ativista da vida, lute pelo que acredita. Desça do muro e venha construir um mundo mais justo e igualitário. Deixe fluir o respeito, seja na escolha de fantasias ou nas suas atitudes.

Falando em fantasias, o carnaval vem chegando e podemos aproveitar para rever nossos conceitos, tendo em vista que ainda estaremos em isolamento. Eu também amo o carnaval, mas vou me guardar para o próximo, quando estivermos todas vacinadas. Falta pouco. Afinal, ninguém vai querer voltar com um vírus da Covid-19 pendurado em sua roupa de folia, não é mesmo?

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