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Graças ao mundo virtual, o número de brasileiros jogando em cassinos online tem aumentado constantemente. Isso porque, como todos nós brasileiros sabemos, o cassino é proibido em território nacional desde 1946, mas ainda há quem pergunte o porquê de tudo isso e se um dia será legalizado dentro do nosso país.
Ninguém desconhece o número expressivo de brasileiros que jogam internamente de várias formas, tanto em jogos permitidos quanto em jogos proibidos. São milhões de pessoas e milhões de reais envolvidos nesse hábito/vício de que poucas pessoas conseguem se libertar. Examinando nossos vizinhos do cone sul, apenas com esses, é possível dimensionar a quantidade de brasileiros e a quantidade de reais transferidos para os cassinos da região. Rivera, São Tomé, Oberá, Possadas são destinos mais frequentes dos gaúchos menos favorecidos economicamente. Depois vem Montevideo, Buenos Aires, Punta de Leste e outras menos cotadas, sem contar Las Vegas para os mais folgados. Todos esses e outros destinos consomem nossos reais com expressivos impostos para os países visitados.
Certa vez, impressionado com o número de brasileiros em um dos cassinos que visitei, perguntei ao funcionário: e se os brasileiros desistissem de frequentar esses cassinos? Resposta: A economia do país despencaria. Mas por que o Brasil insiste em manter essa proibição sem sentido e que não evita que as pessoas joguem? Atualmente, há um Projeto de Lei do Senado 186/2014 que autoriza a exploração de jogos do bicho, cassinos, bingos e apostas online dentro de todo o território nacional. A proposta propõe regulamentar e fiscalizar jogos de apostas permitindo o trabalho de empresas licenciadas.
Se isso acontecer, a liberação de jogos deve aumentar a arrecadação de impostos, gerar mais empregos, aumentar o turismo e outros setores da economia e render para os cofres do Estado uma média de, aproximadamente, R$ 15 bilhões anualmente. Não é difícil imaginar essa arrecadação bastando examinar o que as loterias, semanalmente, e até diariamente, como a quina, arrecadam e só distribuem para os apostadores 50% das receitas. O resto fica para as entidades identificadas pela União.
A proposta ainda diz que o dinheiro vindo de apostas, será destinado à saúde, previdência pública e assistência social, ou seja, beneficiará grande parte da população brasileira e não há nenhuma contraindicação. Não deixará os aposentados mais pobres pelo vício/hábito nem os mais pobres perderão suas migalhas.
Os jogos de cassinos no Brasil são considerados jogos de azar desde 1946 quando o presidente da época, o general Eurico Gaspar, atendeu a solicitação de sua religiosa esposa, Carmela Dutra, que por ser devota ao catolicismo acreditava que cassinos "estragavam" as pessoas. Se estragavam, continuam estragando porque ninguém deixa de jogar por isso. Se jogo é coisa do "diabo" nem isso assusta os religiosos ou os menos religiosos. Com essa crise e falta de dinheiro para atender as necessidades mais básicas da sociedade brasileira, não se entende porque esse projeto não tramita com celeridade. Há quem diga que servirá para lavagem de dinheiro. Isso é mais uma piada de mau gosto, porque no Brasil tudo serve para lavar dinheiro, até eleição, e não há como evitar; com ou sem jogo liberado vai haver lavagem em todos os setores da sociedade.