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E o povo?

Quando, por exemplo, fazendeiros se encontram em alguma feira de gado ou em remates, o assunto predominante é a situação da pecuária ou do agronegócio que nunca está rendendo o suficiente, ainda que estejam bons. Isso não é novidade e nem significa que sejam simples reclamações. Na verdade, é óbvio que todos buscam uma maior produtividade com menor custo. Citei "fazendeiros", como poderia citar qualquer outro ramo de atividade! Ou, talvez, pela falta de um local de feira em nossa Santa Maria.

A troca de ideias e, aos poucos, ou de imediato, revelam atitudes a serem tomadas a curto ou longo prazo, dependendo da necessidade de cada um ou dos que participam da conversa.

Vai daqui, vai dali e alguém levanta o custo da energia elétrica. "Pois é, diz um", retruca outro: "e subindo mais!" A partir desse tema, qual seria a solução é a pergunta quase unânime: O que fazer? Opiniões surgem aos borbotões e o tema toma conta da conversa. Um deles, talvez, o mais afoito que já vinha pensando no assunto, revela: "Estou pensando muito, mas muito mesmo, em energia eólica!"

Outro que estava um pouco mais distante, "se aprochega" e revela, até meio encabulado: "Que negócio é esse, já ouvi falar, mas não entendi muito?" Outro, rindo baixinho responde: "É aquele negócio que parece muito, mas são mais modernos e bonitos do que os antigos "cata ventos".

Dessa maneira, o assunto passou ser a pauta da conversa e os mais esclarecidos sobre o assunto passaram a - da maneira que entendiam - explicar o que era, como implantar, custo aproximado, vantagens e possibilidade de ganho. E, por aí, seguiu "a prosa." O papo leva-nos a deduzir que cada um pensava, maximamente, nele mesmo. Não analiso, apenas cito, pois - no mais das vezes - o ser humano age assim.

Mas como esse assunto "não é a minha praia", também não vou arriscar com palpites que afastam do assunto do que esclareçam alguma coisa.

Mas aproveito para expor algumas dúvidas a respeito. Quer dizer que o processo não é assim tão comum e simples? Quem quer instalar aqueles enormes "cataventos" teria que ter, além de um bom dinheiro, uma ótima porção de terra, com um bom vento, ou seja, talvez uma coxilha. E prossigo indagando: "Depois de quanto tempo, começaria realmente a se apresentar algum bom retorno financeiro?" Teria, obviamente, um número bem maior de indagações, mas fico por aqui, pois além de que eu não vá fazer esse tipo investimento por vários motivos, sendo o primeiro deles a falta de grana e terra para tal.

Mas, por curiosidade e praticidade, enveredo para um outro lado. Um outro lado mesmo! Qual benefício para a grande comunidade que jamais terá essa chance e continuará pagando energia elétrica às companhias geradoras? E se esses "tipos" modernos de captação de energia, por vento ou solar e etc., forem suficientes a grandes núcleos populacionais que, evidentemente, atinjam os lucros das fornecedoras e transmissoras, elas quebrariam ou aumentariam seus preços? É, quem sabe, para o caso, mais do que minha dúvida, o meu medo de que os de menos posse venham a ter muito mais dificuldades e problemas.

Não sou, em hipótese, alguma o "defensor dos mais pobres!" Mas penso, sim, nas necessidades que eles passam e no que sempre possamos fazer para minimizar essas situações.

Para quem dispõe de condições, os tipos de dificuldades são outras, mas para quem, muitas das vezes, não tem o que comer, são mais profundas, doloridas e um tanto desumanas. Fica claro que não estou jogando "uns contra os outros" e tampouco buscando igualdades, mas atrevo-me a dizer que "por sermos humanos", devemos pensar que todos somos passageiros de um mesmo trem que não queremos que saia dos trilhos e tombe. Um abraço a todos!

Texto: Bira Alves
Jornalista

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