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Do senso crítico ao negativismo

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Cada pessoa precisa desenvolver senso crítico. Diante de notícia, opinião ou informação, reflita que pode ser versão de alguém e outra diferente a respeito exista ou que esconda motivação por interesses que devam ser considerados. Um cidadão preparado para viver na comunidade necessita da capacidade de discernimento para não ser massa de manobra e apenas um número em rebanho.

Somos encorajados a essa reserva crítica diante de comentários de botequim, matérias jornalísticas, artigos de diferentes pensadores ou até mesmo informações sobre pesquisas e descobertas científicas. Sempre raciocinar com cautela e não acreditar sem avaliação é sinal de sabedoria.

Tal virtude foi radicalizada ao extremo por grupos exóticos e, desvirtuada, esparrama consequências pelo tecido social, graças às redes de relacionamentos da internet. Acaba produzindo exatamente o efeito que se busca evitar com o senso crítico: a individualidade e a capacidade de raciocinar exauridas em comportamento de boiada, de rebanho.

Surgiu o negativismo em relação a tudo o que se leia em livros e jornais, ouça no rádio ou veja na televisão, mas uma crença cega e absoluta no que circule pelas redes sociais, mesmo com origem duvidosa ou desconhecida. As coisas mais absurdas tomam ares de verdade na cabeça de muita gente. Se alguém escrever em rede social que estão enterrando caixões vazios para aumentar a estatística de mortos com a pandemia da Covid-19, milhares acreditarão e outros mal intencionados ou apenas incautos irão reproduzir. Diariamente a gente vê dezenas de tais bobagens e notícias falsas acompanhadas de vídeos, imagens e até supostos documentos em arapucas para conquistar a ignorância dos que se julgam espertos.

O negacionismo (termo inicialmente usado para quem nega que tenha havido o holocausto, hoje estendido àquilo que rejeite realidades empiricamente verificáveis ou preconize pseudociência que contradiga resultados de imenso conjunto de pesquisas), sustentado por fanáticos, chega à exacerbação de afirmar que a Terra é plana, quando ela até já foi olhada e filmada do espaço! Também negam vacinas, Aids, coronavírus, danos ambientais, etc. Os que duvidam fanaticamente das coisas evidentes estão alojados nas duas extremidades do arco ideológico: extrema direita e extrema esquerda. Por exemplo, ainda agora se uniram nalguns países europeus para contestar pontos consensuais sobre a endemia.

Hoje estamos diante de um novo babaca: o cara que se considera astuto, duvida de tudo o que a ciência ou o senso comum diga, descrê da imprensa e das fontes oficiais, mas é incondicional ao "tio" da internet, a qualquer baboseira que um espertalhão mal intencionado postar em rede social e ainda manda adiante, reproduz para que outros caiam na esparrela ou vejam o tamanho da sua estultice! E se anula para ser apenas mais um boi num enorme rebanho tangido por interesses de oportunistas e fanáticos.

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