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Dia dos namorados

Vivemos numa sociedade volátil, onde tudo é transitório e passageiro e cujas relações são superficiais. O que era importante deixou de ser ou nem sempre se valoriza mais. Será que isso também acontece com o namoro? Será que o namoro é  assunto  do passado?

Não. Continuo a crer que falar de namoro é extremamente importante, é falar do essencial, daquilo que o ser humano mais necessita, mais busca, mais tem fome e mais tem sede: é falar de amor.

Namorar, no sentido etimológico, profundo, significa fazer morada, estar com o outro(a). Em sentido mais amplo, quer dizer partilhar sonhos, alimentar esperanças, buscar caminhos, estabelecer relacionamentos e, em especial, experimentar a presença amorosa da outra pessoa.

Posso afirmar, com certeza, que o namoro não saiu de moda, claro, mudaram as circunstâncias, os conceitos e as formas de relacionamento, mas não mudou a necessidade do conhecimento, da partilha e, sobretudo, da necessidade de amar. No entanto, para isso, teremos que vencer a mentalidade e a cultura do egoísmo e da autossuficiência que dominam os sentimentos e as atitudes de muitas pessoas.

Sem dúvida, precisamos investir na cultura do encontro, do respeito e na consciência de que não nos bastamos a nós mesmos, mas que somos feitos para a comunhão.

Convido para que, com muita simplicidade, reflitamos sobre alguns perigos e tentações que dificultam ou podem até estragar o namoro, como, por exemplo, deixar-se dominar pela tentação de voltar-se mais ao prazer, ao celular, à internet, ao WhatsApp de tal forma que, mesmo estando ao lado da pessoa que amamos, ela fique em segundo plano.

Necessitamos tomar consciência do perigo de estar fisicamente juntos, mas ao mesmo tempo, distantes no pensamento, no sentimento e no coração. É necessário evitar o perigo das relações periféricas e momentâneas. Creio que precisamos redescobrir a beleza do encanto e, sobretudo, do romantismo, da surpresa e mesmo do mistério que é cada pessoa.

O namoro não deveria ser apenas um tempo, mas um modo de se relacionar e uma postura a ser construída.  Namorar é um divino gesto de encontro de almas e de sentimentos, é um exercício de humanização e descoberta do outro e renúncia do egoísmo. É expressão de humildade, é demonstração de grandeza, é atitude de partilha.

Saúdo os namorados de ontem, com sua santa ingenuidade, mas com toda a sua ternura e paixão.

Saúdo os namorados de ontem não menos apaixonados que os de hoje.

Saúdo os namorados de hoje, quem sabe, mais afoitos, mas tão cheios de amor como os de ontem.

Saúdo os casados que continuam namorando, capazes de parar, de sentar lado a lado, de partilhar esperanças e sofrimentos, de buscar soluções para os problemas e de descobrir que nada pode substituir o amor gratuito e incondicional.

Felizes os namorados que descansam um na alma do outro.

Parabéns aos namorados e aos eternos namorados.



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