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Ambiente obesogênico: nossa nova realidade

Com saudade da minha Santa Maria, usei o dia para ver o centro, a periferia, e terminei no shopping tomando café com bate-papo.

Nesta andança vi o quanto tornamos nossa terra um ambiente obesogênico no amplo sentido da expressão, pois ela indica o lugar que induz, produz e suporta o sobrepeso e a obesidade. Quem contribui para isto é a oferta e o consumo de comida com muito açúcar e gordura, combinada a vida sedentária.

O ambiente obesogênico ainda propala o uso de comida processada, condimentada, pobre em nutriente, de rápido preparo e baixo custo. Além de hipercalórica, propaga repetido ciclo alimentar por ter sustentação de curto prazo.

A obesidade anda muito estudada porque também promove discriminação e estresse, resultando em atitude negativa que leva o obeso a se isolar e a não participar de eventos sociais.

No Hemisfério Norte, as pessoas com sobrepeso já estão sendo discriminadas em teatros, museus, cinemas, salas de exposição, etc. Na França, falando com um amigo diretor de um teatro, perguntei porque havia na bilheteria um degrau-balança, onde se deve subir e esperar o ponteiro indicar o peso com o respectivo valor do ingresso?

Ele respondeu: quem pesa mais de 60 quilos deve pagar mais, porque consome mais oxigênio, amassa mais o carpete, quebra mais cadeira e usa mais papel higiênico. Balancei a cabeça e levei o papo noutra direção, afinal, peso mais de 60 quilos.

Na prática, para ter um ambiente saudável, comecemos pelo alimento balanceado, pelo auto-cuidado e afastemos o sedentarismo. Evitemos a comida industrializada, que não é a do tempo da nossa mãe, façamos as folhas virem para o prato e vamos fugir dos três pós brancos (farinha, sal e açúcar), que além de letais, se somados a gordura são inimigos invisíveis. Tem dias que não dá para alterar isto, mas dá para controlar o preparo.

Se conseguirmos, teremos a probabilidade de descontar da saúde casos cardíacos, hipertensão, cansaço, sono, memória, visão, vida sexual e outros.

É bom ter claro que alterações vindas da mudança de estilo de vida como viuvez, aposentadoria, casamento, nova casa, cidade, amigo ou grupo, e exagerados festivais gastronômicos motivam comilança, mexem ou flexibilizam os horários e contribuem para o sobrepeso.

Sobrepeso é fator de risco, e o brasileiro em sobrepeso já perfaz 19% da população, enquanto nas capitais é 54%, considerando a massa corporal. Palmas, Goiânia e Belo Horizonte já têm 70% da população menos obesa pelo experimento de comer folhas e feijão diariamente.

A saúde está nos pés e na boca. O corpo é uma máquina e o seu combustível é o alimento. Mais do que nunca temos que nos exercitar e cuidar da comida para vivermos mais e melhor.

Caro leitor, que tal presentear nossa Santa Maria com a ideia de minimizar este ambiente obesogênico?

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