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Depressão

A depressão é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença mais incapacitante entre todas as outras que acometem as pessoas em todo o mundo, pois seus sintomas afetam diretamente a rotina e as relações do doente. A pessoa deprimida não tem ânimo para realizar até mesmo tarefas cotidianas e, apesar de ser uma doença com relativa facilidade de diagnóstico por parte principalmente de psiquiatras e psicólogos, a depressão atinge indivíduos pelos mais diversos motivos que não buscam ou não são encaminhados para tratamento.

Conforme a OMS, 7% da população mundial sofre com os sintomas da doença. São 500 milhões de pessoas em números atuais. De acordo com a Academia Nacional de Medicina, uma de cada quatro pessoas, em um determinado momento de suas vidas, terá um episódio depressivo. Apesar dos números alarmantes, é uma doença tratável e, na maioria dos casos, com um prognóstico bom se acompanhada por um profissional adequadamente. Terapias, uso de medicação antidepressiva e, em situações mais graves, a internação (possibilidade que deve ser adotada somente quando o indivíduo apresentar riscos graves e com a avaliação criteriosa de um profissional médico especialista em psiquiatra) são as formas mais conhecidas para o tratamento da depressão.

Muitos pacientes com quadros depressivos têm outros familiares com problema semelhante, mas, de acordo com psiquiatra Ivan K. Goldberg (estudioso da psiquiatria e da fármacopsicologia) a doença não é geneticamente transmissível. Existem eventos que podem desencadear processos depressivos, como perdas familiares, pós-parto ou perda de emprego. Enfim, a depressão atinge todas as classes sociais e pessoas de todas as idades. Nem as crianças estão livres desse mal. É muito importante que os pais e/ou responsáveis estejam atentos, já que é muito comum que nesta fase da vida os sintomas sejam confundidos por timidez.

Outro fato importante é que alguns relacionam a depressão a uma doença de classe média o que é um equívoco. Os mais pobres quase não recebem tratamento e, nesta classe social, ela costuma ser mais severa e requer mais cuidados. Isso muitas vezes leva ao consumo excessivo de álcool e/ou drogas como uma forma de amenizar os sintomas. A depressão também afeta o sono e o apetite.

O que podemos fazer? Como ajudar?

A família e os amigos devem estar atentos à mudança da personalidade, a processos de irritação ou a fatores como o isolamento, a dificuldade para realizar atividades rotineiras e de expressar os sentimentos. Muitas vezes, esses sintomas são acompanhados pela vergonha e a incapacidade de falar sobre a situação que vive para a família e os amigos mais próximos.A família e os amigos devem incentivar a busca de ajuda ou buscar, eles mesmos, orientação para manejar a situação de forma a ajudar o ente doente por meio de contato com psiquiatra e/ou psicólogo. É importante lembrar que a depressão é uma doença crônica que pode em alguns momentos se agravar, e que não são presentes, viagens, festas e outros tipos de compensações que vão melhorar o quadro.

Outro número importante é que 15% das mulheres em período pós-parto são acometidas por depressão em razão da situação nova da maternidade. Neste caso, além de psiquiatras e psicólogos, os gineco-obstetras são muito importantes, principalmente para orientação e encaminhamento necessários, pois são eles que observam os sintomas iniciais.

A depressão é uma doença incapacitante, mas com várias possibilidades terapêuticas e com muitas formas de acompanhamento, mas como toda a doença é fundamental o seu diagnóstico e tratamento por profissional habilitado, evitando o preconceito e o agravamento do quadro. Em relação à falta de diagnóstico, percebo que ocorre muitas vezes pelo corre-corre do mundo moderno, que faz com que não vejamos as dificuldades vivenciadas pelas pessoas mais próximas ou, outras vezes, pelo desconhecimento ou simples processo de negação frente ao sofrimento alheio e pelo não entendimento do processo da doença em si. O que torna fundamental a busca de ajuda e o acolhimento do indivíduo acometido pela "dor" da alma. Olhem para os lados, vejam como estão seus filhos, sua esposa, seu marido, sua irmã, sua mãe. Pergunte como estão, querendo realmente escutar respostas, observem o outro. Muitas vezes, o ato de ouvir é o começo da busca para o tratamento de uma doença incapacitante e que adoece não só o paciente, mas todos que estão em sua volta. O deprimido precisa de ajuda, não de julgamento ou conselhos, precisa de apoio e auxílio profissional.

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