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'É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito'

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Tem um ditado popular muito antigo que diz o seguinte: "Quem procura o que quer, acha o que não quer". Pois, procurando outra coisa, achei escondido no fundo de uma gaveta um caderninho onde eu escrevia as dúvidas que as pessoas, normalmente em conversas em velórios, me diziam que tinham a respeito de vários temas, como vida, morte, espíritos, mediunidade e tantos outros.

Pois, hoje, vou aproveitar para responder alguns desses questionamentos anotados no meu achado. E o primeiro é "o que se faz nas casas espíritas"? Essa é uma curiosidade de quem não vai ou só vai à casa espírita para receber o passe e não participa efetivamente das outras atividades que lá acontecem. Pois, além das palestras edificantes, do passe espiritual e das sessões mediúnicas, discute-se e estuda-se, através das obras básicas da Doutrina Espírita e à luz da lógica e da razão, as grandes e pequenas questões que afligem o ser humano.

E o que chama muito a atenção quando se aprofunda o estudo das angústias humanas que afligem o ser humano há milênios, tais como amor, ódio, ciúme, inveja, ignorância e tantos outros sentimentos, é de que, apesar de toda evolução humana no aspecto material, em termos de emocionalidade e espiritualidade, no entanto, continuamos ainda progredindo a passos de tartaruga.

Outra dúvida é por que no espiritismo não se cobra dízimo? Essa é mais uma questão que, quando analisada à luz da lógica e da razão, fica fácil responder. O dinheiro, ou o apelido que você der a ele, compra o seu sossego, a sua paz de espírito e a sua felicidade? Não, não compra não é? Acho que nisso nós concordamos. Não há troca de dinheiro do corpo por benefícios do espírito. Por isso, se você for a uma casa espírita e lhe pedirem dinheiro, dê meia volta e vá embora. Simples assim!

Outra pergunta que está no caderninho é "como o espiritismo entende a salvação?" Para o espiritismo, não existe céu e nem inferno. E para explicar melhor, vamos fazer, você e eu, um exercício de lógica. Você seria capaz de condenar o seu filho que você ama com todo o seu amor com um castigo que tem data para começar ,mas não tem data para terminar? Infinito, portanto. Não tenho nenhuma dúvida de que a sua resposta será uma sonoro "não". Pois, se você que é, assim como eu, imperfeito e cheio de defeitos, não consegue condenar seu filho ao castigo eterno, que diremos de Deus que é perfeição absoluta e só olha para todos nós com "olhos" de compaixão e amor? Você não concorda?

Outra questão que encontrei no caderninho. Se o espiritismo acredita em promessas aos santos. Não, por outra simples razão. Não há barganha entre os "vivos" e os "mortos", e muito menos com Deus. O Criador não é, assim como nós humanos, chegado a uma troca de favores tais como "se eu for aprovado no concurso" prometo que darei uma contribuição bem polpuda para a minha igreja. Ou outras promessas para casos mais graves, como, por exemplo: "Se o meu marido/esposa voltar do coma e não morrer, eu prometo que farei o trajeto da procissão de joelhos". Nesses dois casos, o espiritismo acredita que se você passou no concurso, foi por seus esforços e seu merecimento. Ou seja, a cada um segundo os seus méritos. Já no segundo caso, se o esposo/esposa voltou do coma, é mais coerente colocar isso na conta de toda a equipe de médicos e enfermeiros que cuidou do paciente, associado ao fato de que ainda não era o seu momento de retornar à pátria espiritual.

A barganha, o velho e sempre atual toma lá da cá, são negociatas bem próprias de quem ainda, independente da idade cronológica e da religião que professa, não entendeu que Deus não se importa com bajulações e trocas de favores, pois que nossas tribulações diárias não são castigos e sim fazem parte do nosso processo de aprendizado.

Para finalizar, uma questão sobre homossexualismo. Aliás, sobre esse tema pretendo escrever, em uma próxima oportunidade, um artigo sobre ele, na visão espírita, logicamente. Por enquanto só algumas rápidas considerações. A pergunta anotada no caderninho é a seguinte: "Como o espiritismo encara o homossexualismo?" Pois, começo a minha resposta fazendo uma pergunta: O que deve envolver o relacionamento afetivo entre duas pessoas que decidem viver juntas? Não sei na sua opinião, mas na minha, é o amor. Portanto, se dois espíritos encarnados, independente do sexo de cada um, se amam, se respeitam e respeitam as pessoas que com eles convivem na sociedade, eu pergunto: tem algum mal nisso ou o mal está nas pessoas que condenam esse tipo de relacionamento?

A propósito desse mal que se esconde nas entranhas de alguns (ou de muitos?) corações humanos, encerro com uma frase de Albert Einstein que diz: "É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito".

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