
Foto: Renan Mattos (Diário)
O Rio Santa Maria, em Rosário do Sul, chegou a 8,8m acima do nível
Após as chuvas intensas dos últimos dias, que fez com que cinco cidades da região central do Estado decretassem situação de emergência e milhares de gaúchos tiveram de deixar suas casas, o governador Eduardo Leite (PSDB) assinou, na tarde desta quinta-feira, o decreto de emergência de mais quatro cidades gaúchas: São Francisco de Assis, Rosário do Sul, Dom Pedrito e Quaraí. Além destas, o governador já havia assinado os de São Gabriel, Alegrete e Uruguaiana. Agora, na Região Central, falta apenas o reconhecimento da situação de emergência em Caçapava do Sul e Lavras do Sul, que enviaram o pedido no início desta semana.
Assinei os decretos de situação de emergência de + 4 municípios afetados pelas chuvas: São Francisco de Assis, Rosário do Sul, Dom Pedrito e Quaraí. Somando com Alegrete, São Gabriel e Uruguaiana. Ao todo são 7 cidades que poderão contar com a ajuda mais ágil do @governo_rs. pic.twitter.com/GQvbeZ7wOF
- Eduardo Leite (@EduardoLeite_) 17 de janeiro de 2019
Saiba como ajudar famílias que foram atingidas pela chuvarada na Região Central
O decreto é válido por seis meses e os municípios contam com prazo de 15 dias para apresentar relatórios e laudos que comprovem a existência de danos materiais, humanos e ambientais, permitindo, com isso, a contratação de produtos e serviços emergenciais. Depois dessa etapa, o governo federal poderá reconhecer os decretos para que as cidades tenham acesso a recursos da União.
Segundo os dados mais recentes da Defesa Civil, o RS tem quase 8 mil pessoas atingidas pela enxurrada, sendo que 6 mil estão fora de casa (1,5 mil desabrigadas e 4,5 mil desalojadas) e outras tiveram danos em suas residências, mas não saíram delas. Também foram registrados três óbitos em decorrência de danos provocados pela chuva, um em Santana da Boa Vista e dois em Alegrete.
Em Rosário do Sul, o Rio Santa Maria continua 7,68 metros acima do nível e cerca de 600 pessoas continuam fora de casa, abrigadas no Ginásio da Escola Municipal Oliveiro Thaddeo ou em casas de familiares.
Em São Francisco de Assis, conforme o prefeito Rubemar Paulinho Salbego (PDT), o estrago maior é no interior do município. A Defesa Civil e a Emater, em conjunto com a prefeitura, trabalham no levantamento dos estragos. O prejuízo na agricultura já chega a R$ 5 milhões, segundo balanço preliminar. Esse número, contudo, tende a aumentar. Na cidade, 800 hectares de soja estão abaixo d'água, toda a produção de arroz já foi perdida e estima-se que 30% da produção de fumo também seja inutilizada. Além disso, as estradas do interior ficaram em péssimo estado após a chuvarada
Em São Gabriel, cerca de 600 pessoas deixaram suas casas na semana passada, mas praticamente todas já voltaram para as residência. Conforme a prefeitura, apenas três famílias continuam fora de casa. Na agricultura, os prejuízos atingem R$ 185 milhões no município. Em três dias, o acumulado de chuva no município chegou a 400 mm e a cheia do Rio Vacacaí é considerada a maior dos últimos 20 anos em São Gabriel.
*Colaborou Janaína Wille