data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Psicopedagoga e educadora especial Vera Saccol está ajudando Arthur com atividades que contribuem para a fase da alfabetização
Esta quinta-feita, 14 de maio, marca o Dia de Conscientização sobre a Apraxia de Fala Infantil (AFI), um distúrbio que impede que o cérebro envie os estímulos necessários para os músculos que produzem a fala. Arthur, 7 anos, foi diagnosticado com Apraxia de Fala aos 4. Ele tinha atendimento gratuito, uma vez por semana, no Serviço de Atendimento Fonoaudiológico (SAF) na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas, com a pandemia e o cancelamento das aulas na clínica escola, ficou sem as sessões. A história dele foi contada pelo Diário em reportagem publicada no dia 4 de maio. Depois disso, duas profissionais se disponibilizaram a oferecer serviços gratuitos à família.
A psicopedagoga, pedagoga e educadora especial Vera Saccol, foi uma delas. Ela procurou o Diário para no dia da publicação da reportagem. Na mesma semana, Arthur começou a receber os atendimentos.
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- Senti a necessidade de fazer algo pelo Arthur. Analisando o caso, percebi que poderia contribuir de forma bem especifica, oferecendo atendimentos dentro da minha especialidade como educadora especial e psicopedagoga, em uma tentativa de maior desenvolvimento e conforto para ele - conta Vera.
Desde então, Vera, Arthur e a mãe dele, Cristiane Gelatti, 33 anos, se encontram duas vezes por semana para as terapias presenciais na clínica de Vera. Como Arthur está em fase de alfabetização, e está sem aulas na escola que frequenta, a ajuda profissional está votada para ajudar o menino no retorno à sala de aula, como detalha a psicopedagoga:
- O trabalho que iniciei com Arthur busca facilitar este aprendizado, motivar e explorar outras habilidades, possibilitando que ele consiga encontrar os mais diversos meios de se expressar, de potencializar seu conhecimento e encontrar alternativas para complementar a comunicação, minimizando as dificuldades pedagógicas que fazem parte da rotina escolar.
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Cristiane conta que até o momento, Arthur só tinha feito terapia profissional com fonoaudióloga e que o acompanhamento tem um foco bem diferente e importante no desenvolvimento dele:
- A Vera é uma profissional excelente e o Arthur adorou ela. Será ótimo esse acompanhamento durante a quarentena. Estamos contentes e agradecidos pela disposição dela em nos auxiliar nesse período.
REENCONTRO
O menino também está sendo atendido sem custo pela fonoaudióloga Marileda Gubiani. Ela já conhecia a família, pois participou do diagnóstico de Arthur enquanto era bolsista de pós-doutorado no SAF, em 2017. Marileda também foi entrevistada na reportagem do dia 4 de maio e, depois da publicação, procurou Cristiane para retomar as terapias por Skype.
- Fiquei me questionando o quanto ele iria regredir agora que estava sem atendimento e procurei a mãe dele. Tivemos dois encontros, que serviram mais como reavaliação. A ideia agora é continuar trabalhando com a fala e realizando a associação com a escrita, já que Arthur está em fase de alfabetização - explica a fonoaudióloga.
Cristiane, que tem mais uma filha, a Rafaela, de 3 anos, e está trabalhado em casa, diz que a rotina continua puxada durante o isolamento social, mas que, com o apoio profissional para Arthur, o esforço é compensador.
- Não é viável sentar e estudar por horas com uma criança, é preciso usar em torno de uma hora pela manhã e fazer outra etapa pela tarde, por exemplo. À noite lemos uma história, ou ficha de leitura. Além disso, temos que encontrar tempo para as brincadeiras clássicas de criança, como andar de bicicleta e jogar bola, com jogos pedagógicos ou desafios de leitura. É fantástico receber todo esse apoio dos profissionais que se disponibilizaram acompanhar o Arthur nesse período. Nossa família só tem a agradecer todo carinho e dedicação - completa.
SAIBA MAIS
- Apraxia de Fala na Infância é um distúrbio neurológico que afeta a produção motora dos sons da fala. Na maioria dos casos, a criança compreende o que é falado com ela, mas não consegue se expressar. O transtorno ainda é desconhecido do Brasil e o diagnóstico, que é feito por fonoaudiólogo, pode ser demorado.