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VÍDEO: Sob pressão, governo Pozzobom terá que responder a três CPIs na Câmara de Vereadores

Maurício Araujo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Arquivo)

Pressionado politicamente com a abertura de três CPIs na Câmara de Vereadores, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) sabe que os próximos meses serão desafiadores, inclusive para a harmonia entre os poderes. Mesmo que de forma tímida, para não causar ainda mais desgaste na pouca relação entre Legislativo e Executivo, o tucano reconhece o fato atípico e promete enfrentar as comissões com transparência.


Desarticulação do governo deixa o caminho livre para a oposição no Legislativo

O governo Pozzobom terá que responder pelas CPIs do Shopping Independência, dos pronto-atendimentos e pela condução da Covid-19 no município.

Mesmo que todas tenham objetivos distintos e possam, em diferentes graus, desgastar a imagem da administração tucana, é a última delas (a da Covid-19) que causa maior preocupação, pois serão buscadas "ações e omissões" da gestão no enfrentamento da pandemia.

O prefeito diz respeitar o instrumento do Legislativo, apesar de, afirmar, querer "gastar energia no combate à Covid-19". Pozzobom ressalta que sempre forneceu informações aos vereadores, tendo, inclusive, secretários e servidores do município "indo ao Legislativo para explicar os andamentos" do Executivo. As iniciativas da administração, no entanto, não surtiram efeito na Casa. Bem articuladas, as oposições se uniram para criar as três comissões, com todas as miras voltadas à prefeitura.

CPI da Covid pauta e muda a relação entre Câmara de Vereadores e prefeitura de Santa Maria

- Eu, particularmente, estou triste. Neste momento, deveríamos estar unidos para o enfrentamento da pandemia. Nunca vi isso (três CPIs simultâneas) na história de Santa Maria, nem mesmo no meu convívio enquanto deputado. Eu queria mesmo é gastar toda energia no combate à Covid - diz Pozzobom, que já se valeu do intrumento regimental quando foi vereador no Legislativo local.

embate iminente

Com a base reduzida no Parlamento, são apenas seis vereadores, Pozzobom sabe que os quatro anos serão de embates.

 - Nenhuma CPI vai fazer a gente perder o foco na pandemia e na vacinação. Em uma guerra política, ninguém ganha, quem perde é a cidade. Hoje, temos que estar unidos e fardados para combater o coronavírus - disse o prefeito à reportagem do Diário, na última quinta-feira.

"JÁ PARTICIPEI DE CPIS, SEMPRE COM RESPONSABILIDADE"

Diário - Surpreende o senhor a criação de três CPIs que miram o seu governo?

  • Jorge Pozzobom - Eu já fui vereador, deputado. Já participei de CPIs, sempre com absoluta responsabilidade. É um instrumento do poder Legislativo que eu tenho absoluto respeito. Então, acho que de forma geral é um instrumento legítimo, constitucional. Vamos prestar conta de tudo que for pedido esclarecimento, como sempre fizemos. Mas não vamos perder o foco no combate a pandemia. É um momento delicado, de pandemia. Nosso governo queria estar gastando energia no combate ao coronavírus.

Diário - Ainda assim, o ineditismo está em três CPIs simultâneas...

  • Pozzobom - Todas as vezes que pediram esclarecimentos, nós demos. Secretários e servidores foram até a Câmara fornecer as informações. O que não foi dado? O que não pode é pedir informação de manhã, e querer resposta de tarde. Temos um Portal da Transparência que é o primeiro lugar no Tribunal de Contas do Estado.

Diário - A CPI da Covid é a que deve causar mais desgaste ao governo?

  • Pozzobom - Vamos responder tudo que nos for solicitado. O que não vou abrir mão é na absoluta confiança que tenho nos servidores da saúde. Tenho confiança e transparência na equipe de servidores, que, inclusive, montou todo o nosso planejamento estratégico da vacinação

Diário - A relação do Executivo, a exemplo do primeiro mandato do senhor, é novamente problemática. Falta articulação?

  • Pozzobom - Eu falo com todos os vereadores, inclusive da oposição. Eles me ligam, têm meu whatsapp. Terça-feira eu vou ir lá, na abertura do ano legislativo. Não tenho nenhum problema. Se eu for chamado na CPI, vou onde tiver que ir. Vou prestar todas as informações. Só reforço: nenhuma CPI vai fazer a gente perder o foco no combate à pandemia.

DUAS OPOSIÇÕES UNIDAS COM UM MESMO ALVO: A PREFEITURA

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Em um movimento considerado circunstancial, as oposições na Câmara se uniram em pautas que consideram comuns aos dois blocos, tanto da esquerda quanto da direita. Nas CPIs propostas pelos Progressistas e PSL, por exemplo, têm assinaturas de parlamentares do PT, assim como o contrário também é observado. Se, em âmbito nacional, as siglas são rivais quase que naturais, no município, a aproximação é vista com certa estranheza. A retórica da oposição, porém, é a mesma: ideologias devem ficar de lado para o bem comum da sociedade.

A petista Helen Cabral é a proponente da CPI da Covid-19. Além dela, assinaram a criação da comissão outros 10 parlamentares ligados ao Progressistas, MDB, PSL, PSB, PC do B e, claro, PT.

- Tem pautas nacionais que não fechamos. Mas, em relação a pandemia no município, como a vacinação, identificamos problemas comuns.

voz corrente

Na mesma linha, a progressista Roberta Leitão, que integra duas CPIs, afirma que as diferenças ideológicas são inferiores ao bem comunitário:

- Sou combativa ao PT e aos modelos do partido. Mas, as ideologias não podem se sobrepor ao bem comum, e tenho visto que os demais vereadores têm tido esta mesma visão.

A Câmara de Vereadores é formada pelo bloco de situação, composto por PSDB, DEM e Republicamos. Um dos blocos de oposição é formado entre PT e PC do B.

Já o outro conta com Progressistas, MDB, PSL, PSB e PDT.

O QUE AS CPIS INVESTIGAM

CPI do Shopping Independência

Objetivo

  • Investigar possíveis irregularidades no cumprimento do contrato entre a empresa administradora do Shopping Independência, a CPC, e a prefeitura de Santa Maria

Integrantes

  • Presidente - Pablo Pacheco (Progressistas)
  • Vice-presidente - Admar Pozzobom
  • Relatora - Helen Cabral(PT)

Andamento

  • Foram solicitados documentos, como contratos, termos, ajustes, entre outros documentos
  • As reuniões acontecem nas quartas-feiras, às 9h

Assinaram a CPI

  • Pablo Pacheco (Progressistas)
  • Anita Costa Beber (Progressistas)
  • João Ricardo Vargas (Progressistas)
  • Tony Oliveira (PSL)
  • Tubias Callil (MDB)
  • Helen Cabral (PT)
  • Ricardo Blattes (PT)
  • Werner Rempel (PC do B)

CPI dos pronto-atendimentos

Objetivo

  • Investigar possíveis irregularidades nos atendimentos de urgência e de emergência nos pronto-atendimentos do município, com foco na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA)

Integrantes

  • Presidente - Tony Oliveira (PSL)
  • Vice-presidente - Manoel Badke (DEM)
  • Relatora - Roberta Leitão (Progressistas)

Andamento

  • Foram solicitadas informações à prefeitura, que tem prazo de 10 dias para responder
  • As reuniões acontecem nas sextas, às 9h

Assinaram a CPI

  • Tony Oliveira (PSL)
  • Danclar Rossato (PSB)
  • Paulo Ricardo Pedroso (PSB)
  • Luci Duartes (PDT)
  • Rudys Rodrigues (MDB)
  • Roberta Pereira Leitão (PP)
  • Marina Callegaro (PT)
  • Tubias Calil (MDB)
  • Pablo Pacheco (Progressistas)
  • Helen Cabral (PT)
  • Anita Costa Beber (Progressistas)

CPI da Covid-19

Objetivo

  • Apurar "ações e omissões do governo municipal no enfrentamento a pandemia da Covid-19"

Integrantes

  • Presidente - Roberta Leitão (Progressistas)
  • Vice-presidente - Givago Ribeiro (PSDB)
  • Relatora - Helen Cabral (PT)

Andamento

  • A comissão será instalada na terça-feira, às 11h

Assinaram a CPI

  • Helen Cabral (PT)
  • Tubias Calil (MDB)
  • Rudys Rodrigues (MDB)
  • Roberta Leitão (Progressistas)
  • Pablo Pacheco (Progressistas)
  • Marina Callegaro (PT)
  • Tony Oliveira (PSL)
  • Ricardo Blattes (PT)
  • Anita Costa Beber (Progressistas)
  • Danclar Rossato (PSB)
  • Maria Rita Py Dutra (PC do B)

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