As duas candidaturas governistas deste pleito, a de Jorge Pozzobom (PSDB) e a de Sergio Cechin (Progressistas), carregam mais semelhanças que se pode imaginar. Unidos pelo pleito de 2016, quando a dobradinha recebeu a unção do eleitor de Santa Maria, prefeito e vice-prefeito trilham hoje, cada um, caminhos próprios.
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Porém, os dois políticos vivem uma mesma situação: a deserção de apoiadores e a intervenção das direções estaduais nos rumos das siglas em solo santa-mariense. O Avante que, no último dia 11, deixou o bloco progressista para se somar à frente tucana, teve alteração em sua rota.
Ainda na tarde de quarta-feira, a presidente estadual do Avante, Carmen Santos, fez valer a autoridade, que lhe é conferida, para fazer com que o Avante volte a ser apoiador da dobradinha Cechin/Harrisson (MDB). Desta forma, Moacir Alves, que era o presidente do Avante local, foi destituído da direção municipal do partido.
CHEGADAS E SAÍDAS
Se por um lado, a candidatura de Cechin, que leva o nome de "Santa Maria agora sim", teve o retorno de um aliado, houve, contudo, uma baixa. O Podemos, que também estava ao lado do longevo político, desembarcou do bloco progressista. O partido está agora ao lado de Pozzobom.
Assim, Paulo Xavier, que presidia a sigla localmente, foi destituído. Ou seja, foi nomeada uma comissão interventora capitaneada por Marco Vieira, que é o presidente do Podemos-RS.
SEPARAÇÃO
Do lado do Progressistas de Cechin, Rafael Dulor, coordenador da coligação, explica que já era prevista essa alteração no espectro político-partidário da coligação. Mesmo assim, ele sustenta que, ao todo, a aliança em torno da dobradinha Cechin/Harrisson contabiliza oito partidos. São eles: PP, MDB, PL, Solidariedade, PRTB, Avante, Patriotas e PROS.
- Recebemos com alegria o retorno do Avante à coligação. Isso mostra que o Cechin tem uma ótima articulação no Estado, e Santa Maria precisa disso para crescer. São oito partidos que entendem que o melhor para Santa Maria é a nossa coligação. Todos os partidos estão unidos em um projeto único, que é reconduzir Santa Maria ao protagonismo merecido. Em relação ao Podemos, o partido pode ter ido, mas as pessoas, como o Paulo Xavier, que realmente importam, permanecem conosco - diz Dulor.
Já do lado tucano, o presidente do PSDB local, João Chaves, vê as alterações, de ambos os lados, "como parte do processo" de construção e de alianças:
- É legítimo que os partidos busquem apoio e, claro, tentem desmobilizar o outro lado. As construções são parte do processo de uma eleição que tem composições e arranjos próprios.
Agora, a coligação em torno de Pozzobom/Decimo tem, além do PSDB e PSL, o DEM, o PTB e o Podemos. Resta saber, logo ali adiante, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberar a grade do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV, o tempo que cada coligação terá. Em princípio, o maior tempo ficará mesmo com os dois governistas.