santa maria

TCE responsabiliza dois ex-gestores no caso da obra da Câmara

José Mauro Batista

Foto: Renan Mattos (Diário)

Em votação na tarde desta segunda-feira, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que os ex-presidentes da Câmara de Vereadores de Santa Maria Sandra Rebelato (PP) e Manoel Badke (DEM) devolvam recursos referentes a pagamentos da obra da nova sede do Legislativo "por erros grosseiros", além de pagarem multa.

Instituto de Previdência de Santa Maria estuda abrir concurso com 40 vagas

O julgamento, que ainda não é definitivo, se refere à denúncia feita pelo Ministério Público de Contas (MPC) em inspeção extraordinária sobre a ampliação da sede da Câmara, obra que iniciou em 2012 e foi interrompida em janeiro de 2013, por uma série de irregularidades que vão de falhas no processo licitatório a pagamentos que teriam sido feitos sem que serviços tivessem sido realizados pela empreiteira contratada - Engeporto, de Campo Bom. O parecer do procurador-geral do MPC, Geraldo Da Camino, apontando as falhas e recomendando as penalizações é de 1º de novembro de 2017.

O projeto original da nova sede previa uma construção com cinco andares em uma área de 3,98 mil metros quadrados, com 26 gabinetes e um auditório para 400 pessoas. O custo estimado no final de 2011, quando a obra foi lançada, era de R$ 4,9 milhões. A Câmara gastou cerca de R$ 1,6 milhão na construção, que é alvo de uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) e já foi investigada em comissão especial formada pelos próprios vereadores e que confirmou falhas na execução do projeto.

Ao mesmo tempo, o ex-presidente Marcelo Bisogno (PDT) foi considerado inocente, mas uma nova investigação deverá ser feita em relação a pagamentos feitos em sua gestão. 

Discussão sobre lei que regulamenta altura de prédios pode terminar na quinta

Pela decisão da Primeira Turma Especial do Tribunal de Contas, vereador Manoel Badke (DEM) deverá devolver R$ 157,1 mil e pagar multa de R$ 1,2 mil, enquanto Sandra deverá devolver R$ 8,3 mil e pagar multa de R$ 1 mil. Bisogno ficou livre de multa e da devolução de R$ 507,3 mil, mas sua gestão será alvo de nova investigação (tomada de contas especial) para apurar responsabilidades. 

O Tribunal de Contas considerou que nenhum dos gestores agiu com má-fé, mas Sandra e Badke teriam cometido falhas. Cabe recurso ao Pleno do Tribunal. 

Tribunal de Contas julgou parecer que responsabilizava ex-presidentes da Câmara de Vereadores de Santa Maria

Inspeção extraordinária em construção parada

  • Em 2014, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) autorizou a realização de inspeção extroardinária para investigar possíveis irregularidades na contratação e execução da obra de ampliação da sede da Câmara de Vereadores de Santa Maria

Parecer aponta irregularidades  

  • Em 1º de novembro de 2017, o procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo da Camino, apresentou relatório apontando irregularidades e falhas no processo de contratação e na execução da obra
  • Entre as falhas apontadas está o pagamento por serviços não executados pela empreiteira Engeporto

MPC pediu devolução de dinheiro aos cofres públicos 

  • O parecer de Da Camino sugeriu a devolução de R$ 627,8 mil aos cofres públicos pelos três ex-presidentes, além da aplicação de multa
  • Sandra Rebelato (PP) teria que devolver R$ 8,3 mil
  • Manoel Badke (DEM), Maneco, teria que devolver R$ 157,1 mil
  • Marcelo Bisogno (PDT) teria que devolver R$ 507,3 mil

O resultado do julgamento de ontem 

  • O conselheiro que relatou o caso para a sessão de ontem, na Primeira Turma Especial do TCE, sugeriu a manutenção das punições de Sandra e Badke, para que eles paguem multas e devolvam recursos, conforme valores apontados no parecer do MPC
  • A gestão de Sandra teria cometido falhas no processo licitatório e a de Maneco teria sido omissa ao pagar por medições e serviços não executados
  • Segundo o relator, nenhum dos três gestores agiu de má-fé, com intenção de causar prejuízos aos cofres públicos

O QUE DIZEM OS ADVOGADOS

Antonio Maioli, advogado de Manoel Badke (DEM), Maneco

  • Existe uma questão determinante quando se trata de responsabilidade, que exige contato com o fato, uma relação direta com o que causou o prejuízo. No caso (do vereador Maneco), foram medições erradas da obra. Se existe um servidor nomeado pelo prefeito para fazer as medições, o presidente da Câmara não pode ir lá na obra e questionar as medições. Não cabe pedir segunda opinião em uma medição de obra. Não foi ele (Maneco) quem escolheu o engenheiro fiscal. E ele tomou as cautelas normais, como parecer do controle interno da Câmara, parecer do engenheiro (fiscal da obra) e parecer do secretário-geral (da Câmara) dizendo que estava tudo ok. Ele tem que confiar no staf f que ele tinha. 

Sandra Rebelato 

  • A ex-vereadora Sandra Rebelato disse, por meio de sua assessoria, que não tinha conhecimento da sessão. O Diário não conseguiu contato com o advogado dela, Giovani Bortolini, que estava em audiência na Comarca de Santiago. Em novembro de 2017, Sandra deu a seguinte declaração: "Não cheguei a fazer nenhum pagamento daquela obra, só assinei a ordem de serviço no final de dezembro. Ou seja, a ordem de serviço foi no final de 2011. E eu fui a presidente que, com um orçamento de R$ 11 milhões no ano, economizei R$ 5,4 milhões, com muito sacrifício, inclusive tranquei diárias de viagens. Para a obra, foram projetados R$ 4,9 milhões, que era o custo na época. Entendo que foi um lapso de entendimento (do MPC). Não teve nenhum prejuízo aos cofres públicos."

Daniel Tonetto, advogado de Marcelo Bisogno 

  • Já esperávamos a abolvição do Marcelo porque ele sempre seguiu corretamente a legislação, além de ser uma pessoa honesta, que sempre se preocupou com o bem comum.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Projetos de segurança são os mais votados na Consulta Popular Anterior

Projetos de segurança são os mais votados na Consulta Popular

Instituto de Previdência de Santa Maria estuda abrir concurso com 40 vagas Próximo

Instituto de Previdência de Santa Maria estuda abrir concurso com 40 vagas

Política