próximo ano

O cenário de Santa Maria e região central às eleições 2022

Maurício Araujo e Marcelo Martins

No dia 2 de outubro do próximo ano, milhões de brasileiros irão às urnas para definir representantes à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Na mesma data, a população também escolherá quem comandará os palácios do Piratini e do Planalto em uma disputa que já se anuncia tensa e marcada, ao que tudo indica, pela polarização. Em meio às eleições gerais, o maior nome do tucanato da Região Central, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), pode levar Santa Maria ao protagonismo do pleito de 2022 no Rio Grande do Sul. Isso porque o partido enxerga no tucano um forte candidato ao governo do Estado ou ao Congresso Nacional.

27ª Feicoop começa neste domingo com show virtual e sem público

Apesar de nos últimos meses o chefe do Executivo negar qualquer propensão a lançar uma candidatura _ o que acarretaria renunciar a prefeitura _, agora, uma combinação de fatores pode alçá-lo a candidato. Na última segunda-feira, Pozzobom esteve em Porto Alegre e se reuniu com a cúpula do PSDB. O partido tem o entendimento de que ele pode ampliar a bancada tucana na Câmara dos Deputados _ hoje o partido tem dois deputados _, e Pozzobom _ prefeito reeleito da sexta maior cidade do Estado _ teria condições de assegurar uma cadeira em Brasília. 

Mais distante, mas não menos possível, é a possibilidade de o prefeito de Santa Maria ser o nome do PSDB ao Piratini. Quatro nomes são cogitados: o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, o ex-prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior e o de Jorge Pozzobom.

Hemocentro Regional de Santa Maria terá agendamento de doações pela internet

O chefe do Executivo municipal afirma que tem ainda duas grande missões em Santa Maria, o controle da pandemia de coronavírus e a conquista da Escola de Sargentos das Armas (ESA), mas não descarta nenhuma das possibilidades, ainda mais se for chamado pelo maior nome do partido no Estado, o governador Eduardo Leite. Tudo será avaliado, aponta Pozzobom:

_ Controlar a pandemia e trazer a ESA são minhas missões no momento. Com resultados favoráveis, existem estas possibilidades. O partido lembrar do meu nome ao governo do Estado é algo muito positivo, de que estamos fazendo um bom trabalho na cidade. E também é preciso lembrar que se a ESA vier, precisamos garantir todas as concessões que fizemos, e tudo isso passa por Brasília, para trazer recursos. 

CONVERSAÇÕES

A 365 dias para as chamadas eleições gerais, partidos e lideranças políticas já estão em conversações e tratativas para o próximo pleito. Quem ainda não se lançou como pré-candidato é porque avalia as melhores estratégias. O quinto maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, com mais de 200 mil eleitores, é estratégico às pretensões partidárias. Siglas e legendas apostam em nomes já conhecidos no cenário político, bem como em estreias para emplacar mandatos a partir de 1º de janeiro de 2023. 

O desafio está colocado. Independentemente da posição dentro do espectro político-partidário, a reportagem do Diário observou uma tendência entre líderes partidários: a necessidade de se ter nomes que transitem longe dos extremos representados pela direita de Jair Bolsonaro e da esquerda de Lula.

Mesmo que haja um nicho e, até mesmo, um vácuo a ser preenchido, a polarização na disputa presidencial se reflete, aos poucos, por aqui em Santa Maria. O município, em 2018, deu uma guinada à direita. À época, na disputa ao segundo turno, ao irem às urnas, foram mais de 80 mil santa-marienses (quase 52% dos votos válidos) que disseram "sim" à proposta de Jair Bolsonaro, filiado, naquele momento, no PSL. 

A esquerda, com Fernando Haddad (PT), ficou com 32,5 mil votos (21%). Porém, lideranças partidárias e políticos observam uma situação que, pode logo ali à frente, se desdobrar em uma "surpresa": a existência de uma chamada "maioria silenciosa" que não vai às ruas para defender um lado. Ou seja, é um grupo que busca e quer um diálogo à margem do bolsonarismo e do lulopetismo.

DEPUTADOS QUE BUSCARÃO NOVO MANDATO (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA)

BETO FANTINEL (MDB)

  • Nome ligado à juventude emedebista, é natural de Dona Francisca e ligado a pautas da Quarta Colônia no Estado
  • Cientista político e técnico em agropecuária, já foi assessor do ex-governador do Estado José Sartori (MDB), também atuou no Ministério da Cidadania ao lado do então ministro Osmar Terra
  • Antes, foi vereador e secretário municipal de Dona Francisca
  • Fantinel, que transferiu o título eleitoral para Santa Maria, assumiu o mandato no começo do ano, já que era quarto suplente da bancada do MDB
  • Em 2018, ele fez 29.753 votos
  • Na AL, tem sido aliado ao governo do Estado junto àquelas agendas já iniciadas, ainda na gestão Sartori (MDB), e que estão tendo sequência pelo governo Leite 

GIUSEPPE RIESGO (Novo)

  • Advogado com formação pela UFSM
  • Fez "nome" com a vinda da caravana de Lula à UFSM em 2018. À época, Giuseppe Riesgo acionou o Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) porque, no entendimento dele, o petista se valeu de uma estrutura federal para promover um ato de "campanha política antecipada" 
  • A campanha dele foi toda feita junto às redes sociais
  • Estreante no Parlamento Gaúcho, Riesgo conquistou 16.224 votos, sendo quase 7 mil no município
  • O Novo, que tem adotado uma postura de independência dentro da Assembleia, vota "ao lado" da gestão Eduardo Leite apenas em questões mais voltadas às agendas liberais e privatistas, como foi no caso da venda da Corsan

VALDECI OLIVEIRA (PT)

  • O metalúrgico começou a vida política por meio dos movimentos sindical e comunitário
  • Em 1988, elegeu-se vereador em Santa Maria, sendo reeleito em 1992
  • Também foi deputado federal por duas vezes e prefeito de Santa Maria por dois mandatos, entre 2001 e 2008
  • Ele buscará o quarto mandato na Assembleia Legislativa. Foi reeleito em 2018, quando fez 57.840 votos (sendo quase 35 mil em Santa Maria)
  • Valdeci tem sido, dentro da bancada de oposição, um dos mais ferrenhos críticos à gestão tucana

DEPUTADOS QUE BUSCARÃO NOVO MANDATO (CÂMARA DOS DEPUTADOS)

PAULO PIMENTA (PT)

  • Emplacou o quinto mandato a deputado federal por Santa Maria
  • Em 2018, Pimenta fez 133.086 votos e foi o deputado mais votado pelo PT no Estado
  • Jornalista e técnico agrícola, começou sua trajetória política no movimento estudantil de Santa Maria. Na cidade, ele foi vereador por duas vezes e também deputado estadual pelo município
  • De 2000 a 2002, foi vice-prefeito de Valdeci Oliveira em Santa Maria. Em 2008, concorreu à prefeitura da cidade, mas não se elegeu
  • Tanto na Câmara Federal quanto nas redes sociais, é uma das vozes mais críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro

BIBO NUNES (PSL)

  • Ex-vereador de Cruz Alta, entre 1983 e 1986
  • Em 2018, conquistou seu primeiro mandato para a Câmara do Deputados, quando fez 91.664 votos
  • Comunicador, escritor e empresário
  • Aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro

MARCELO BRUM (PSL)

  • Natural de Santiago, Brum é radialista
  • Primeiro suplemente da coligação DEM/PROS/PSL, ele ficou em 51° lugar na disputa pela Câmara ao somar 24.820 em 2018
  • Depois que Onyx Lorenzoni foi nomeado como ministro-chefe da Casa Civil, Marcelo Brum assumiu. Onyx foi o segundo deputado federal gaúcho mais votado, ao computar 183.518 votos

PEDRO WESTPHALEN (PP)

  • Natural do município de Cruz Alta, Pedro Westphalen é médico
  • Exerce seu primeiro mandato na Câmara
  • Em 2018, conquistou 97.163 votos

POSSÍVEIS CANDIDATOS A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

  • Alice Carvalho (PSol) - Candidata a vereadora mais votada de Santa Maria em 2020 (com cerca de 3,3 mil votos); candidata à Assembleia Legislativa em 2018 (com mais de 6,7 mil votos)
  • Carla Kowalski (Cidadania) - Candidata a vice-prefeita em 2020
  • Fabiano Pereira (PSB) - Ex-vereador e ex-deputado estadual, já concorreu a prefeito de Santa Maria. Também foi secretário de Estado
  • Givago Ribeiro (PSDB) - Vereador em primeiro mandato, eleito com mais de 1,3 mil votos em 2020
  • Jader Maretolli (PSL) - Candidato a prefeito em 2020
  • João Ricardo Vargas (PP) - Conquistou seu terceiro mandato na Câmara em 2020, quando fez 1.315 votos
  • Manoel Badke (DEM) - Vereador em sexto mandato, foi eleito ao Legislativo municipal 1.016 votos
  • Marcelo Bisogno (PDT) - Ex-vereador, eleito ao Legislativo municipal com mais de 8,7 mil votos em 2012
  • Maria Rita Py Dutra (PC do B) - Primeira suplente do partido e sétima candidata mais votada da cidade em 2020 (com mais de 2 mil voto)
  • Marion Mortari (PSD) - Candidato a vice-prefeito em 2020 e já teve dois mandatos de vereador
  • Werner Rempel (PC do B) - Ex-vice-prefeito e quarto vereador mais votado em 2020, com 2.604 votos

POSSÍVEIS CANDIDATOS À CÂMARA DOS DEPUTADOS

  • Francisco Harrisson (MDB) - Candidato a vice-prefeito em 2020 e ex-vereador
  • Paulo Burmann (PDT) - Reitor da Universidade Federal de Santa Maria

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Justiça nega pedido de vereadores para suspender multas de controladores Anterior

Justiça nega pedido de vereadores para suspender multas de controladores

Prefeitura quer vender R$ 11 milhões em áreas públicas Próximo

Prefeitura quer vender R$ 11 milhões em áreas públicas

Política