![Lei que propõe Dia de Combate à Violência contra Pessoas Transgênero é aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores Lei que propõe Dia de Combate à Violência contra Pessoas Transgênero é aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores](https://suitacdn.cloud-bricks.net/fotos/839113/file/desktop/WhatsApp%20Image%202023-08-16%20at%2016.19.19.jpeg?1692216419)
Foto: Luciele Oliveira (Divulgação)
Foi aprovado por unanimidade, na tarde da última terça-feira (15), o Projeto de Lei (PL) número 9520/2022, também chamado de Lei Verônica Oliveira - Mãe Loira. O PL, votado na Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, institui, no âmbito municipal, o dia 12 de dezembro como o Dia Municipal de Combate à Violência contra Pessoas Transgênero.
Mãe Loira
Verônica Oliveira, conhecida como “Mãe Loira”, foi uma mulher transgênero e ativista pela causa da população LGBT+. Ela manteve, por cerca de 12 anos, um abrigo chamado Alojamento da Verônica, no Bairro Urlândia, região sul de Santa Maria. Lá, ela abrigou centenas de travestis e transexuais do Brasil inteiro.
Coroada madrinha da 5ª Parada LGBT Alternativa de Santa Maria, que ocorreu em 1º de dezembro de 2019 e teve como lema "Que bom te ver viva!", Verônica discursou sobre a alta taxa de assassinatos da população LGBTTQIA+ no país. Ela foi assassinada 11 dias depois, na madrugada de 12 de dezembro, aos 40 anos.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Durante a sessão plenária, a vereadora Marina Callegaro, autora do PL, falou sobre a necessidade de acolher e abrigar pessoas transgênero e ressaltou a importância social que Verônica tinha:
— Nós temos que ter espaços como o que a Verônica tinha. Ela cumpria um papel social que muitas vezes o Estado não cumpre, que é acolher, que é dar carinho, dar amor. Era isso que ela fazia. Então a gente tem que pensar muito quando falamos em políticas públicas e buscar construir abrigos dessa natureza, espaços de acolhimento para as pessoas transgênero que muitas vezes são expulsas de suas casas.
Entre setembro de 2019 a janeiro de 2020, além de Verônica, outras quatro mulheres trans foram vítimas de transfeminicídio em Santa Maria. Elas eram Caroline, Mana, Celena e Morgana. Esses assassinatos revelaram uma escalada na violência contra as pessoas trans no município e na intolerância contra uma das populações mais marginalizadas da sociedade.
- Dia do Orgulho LGBTQIA+: Santa Maria já tem motivos para celebrar
- 'Quando uma de nós sai de casa, não sabe se vai voltar' diz amiga de trans assassinada
De acordo com o Dossiê de Assassinatos e Violências contra pessoas Trans, em 2022 o Rio Grande do Sul (RS) registrou dois assassinatos por transfobia. Em 2021, foram quatro mortes e em 2020, cinco.
Mortes por transfobia no RS
- 2022: duas mortes
- 2021: quatro mortes
- 2020: cinco mortes
- 2019: sete mortes
- 2018: oito mortes
- 2017: uma morte