Dia do Orgulho LGBTQIA+: Santa Maria já tem motivos para celebrar

Redação do Diário

Dia do Orgulho LGBTQIA+: Santa Maria já tem motivos para celebrar

Fotos: Pedro Piegas, Pedro Pavan, Eduardo Ramos (Arquivo Diário) e Obervatório de Direitos Humanos (Divulgação)

Esta terça-feira (28) é o Dia internacional do orgulho LGBTQI+. A data é, também, um resgate histórico que remete à Revolta de Stonewall, em 1969, nos Estados Unidos, quando as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn resolveram dar um basta nas frequentes batidas policiais que ocorriam no local. O confronto tornou-se um marco de resistência. Na época, era comum que bares acolhessem a população LGBTQIAP+ que viviam à margem da sociedade.

Para refletir sobre a data, entidades e instituições de Santa Maria, como a ONG Igualdade e o Programa de Educação Tutorial da Educação Física, ao lado de outros grupos da UFSM, organizaram uma programação com rodas de conversa e atrações artísticas em diferentes locais da cidade.

Além disso, durante o evento “Diálogos sobre o Orgulho”, organizado pela ONG Igualdade, a partir das 19h30min desta terça-feira (28), no Café Portela, anexo ao Museu de Arte de Santa Maria (Masn), o prefeito Jorge Pozzobom realizará a assinatura do Pacto Municipal de Enfrentamento à Violência LGBTfóbica.

O ato tem relação com o decreto 56.521, de 24 de maio de 2022, assinado pelo governador, Ranolfo Vieira Júnior, que criou uma Rede Estadual de Proteção à População LGBTQIAP+ para a adesão de municípios gaúchos. Santa Maria será a primeira cidade do Rio Grande do Sul a assinar o documento e a ação integra as secretarias de Desenvolvimento Social, de Esporte e Lazer, de Cultura e de Saúde, assim como Instituições de Educação de Ensino Superior (públicas e privadas), empresas do setor privado e Organizações da Sociedade Civil sem fins lucrativos.

Para Santa Maria, de acordo com a produtora cultural e ativista Marquita Quevedo, a adesão do pacto significa que o poder público, além de atuar no combate à violência contra as pessoas LGBQIAP+, deve, também, fomentar políticas públicas nas secretarias do município com o objetivo de possibilitar assistência para essa comunidade, seja na saúde, na educação, no esporte e lazer, e claro, na segurança.

– Já existem algumas políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAP+, mas algumas não são colocadas em prática. A adesão do pacto por Santa Maria significa que o poder público estará comprometido com a proteção e o atendimento da nossa comunidade que, muitas vezes, vive em situação de vulnerabilidade social e violência, além de serem marginalizados – explica a representante da ONG Igualdade.

Leia a outra parte da reportagem:

Dia do Orgulho na visão da população LGBTQIAP+ santa-mariense

Mudanças na prática

A adesão de Santa Maria ao pacto instituído em decreto pelo governador do Rio Grande do Sul prevê mudanças futuras, mas, algumas ações do poder público municipal já chamam a atenção por serem novidades. O edital de ocupação do Theatro Treze de Maio, por exemplo, prevê a cota de uma inscrição voltada para população LGBQIAP+. Nesse sentido, a ideia é que as demais pastas também trabalhem para promover a inclusão e a proteção da comunidade LGBTQIAP+.

– A Cultura, através de seus projetos, tem voltado, cada vez mais o olhar para as politicas públicas. E estas preveem, sobretudo, a inclusão. Estaremos acompanhando todas as ações do movimento, apoiando,  aplaudindo e aprendendo mais para que possamos trabalhar de forma comprometida e efetiva no que tange o LGBT+ – garante a secretária de Cultura, Rose Carneiro.

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Assim como a cultura, o esporte e o lazer também tem caminhado para incluir e incentivar a criação de espaços seguros para as pessoas LGBTQIAP+. Neste mês, o Coração do Rio Grande recebeu o 1º Festival Internacional LGBTQIAP+ de Voleibol. A iniciativa foi criada por Jean-Pierre Chagas Avila, treinador de vôlei e sócio e diretor da J. Avila Eventos, e teve a atleta Tifanny Abreu como madrinha. O festival foi apoiado pelo poder público municipal e teve a participação do secretário de Esporte e Lazer, Gilvan Ribeiro, além dos parlamentares Tia Luci Duartes, Rudys Rodrigues e Givago Ribeiro.  

– Esse evento foi uma forma concreta da prefeitura mostrar que o esporte pode unir forças nessa luta, em busca de respeito às diferenças. Não podemos mais tolerar qualquer tipo de segregação e os órgãos públicos tem o dever cuidar das pessoas, acolhendo esta luta.

Na saúde, o Ambulatório Transcender, que nesta terça passará a funcionar em novo local, realiza, há dois anos, o atendimento e encaminhamento de pessoas trans, que buscam o processo de hormonização, com ou sem objetivo de realizar o processo de adequação sexual/redesignação sexual, para o ambulatório transexualizador, no Hospital Casa de Saúde.

E na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além da formação do Comitê de Igualdade de Gênero, convocado pela vice-reitora, Martha Adaime, que tem como objetivo a implantação da Política de Igualdade de Gênero, o Observatório de Direitos Humanos criou a Casa Verônica. O espaço multiprofissional resgata e preserva a memória de Verônica de Oliveira, conhecida como Mãe Loira, que foi assassinada em dezembro de 2019, e pode oferecer acolhimento para a comunidade LGBTQIAP+ da instituição.

De acordo com a secretaria extraordinária de Comunicação da prefeitura, os principais objetivos da adesão ao pacto incluem aperfeiçoar o marco normativo de acolhimento e ampliar a rede de proteção e de atendimento à população LGBTQIAP+ vítima de violência. Ainda, detalhes e ações que devem surgir como consequência do pacto passam por um processo de alinhamento e devem ser apresentadas no evento “Diálogos sobre Orgulho”.

Leandra Cruber, [email protected] Joels

Leia a outra parte da reportagem:

Dia do Orgulho na visão da população LGBTQIAP+ santa-mariense

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