desenvolvimento econômico

Avenida Hélvio Basso: em 10 anos, número de empresas cresceu 30%

Maurício Araujo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)

A mobilidade urbana é um dos assuntos mais importantes quando se pensa o desenvolvimento de uma cidade. A locomoção das pessoas - seja em veículos automotores, bicicleta, skate e, até mesmo, a pé - entre os espaços é considerada um direito básico dos brasileiros e uma atividade essencial à população. E tudo isso passa pela mobilidade, que se tornou um dos grandes desafios das médias e grandes cidades, e não só para o trânsito... No Centro-Sul da cidade, uma avenida virou símbolo do crescimento e da descentralização dos negócios a partir da qualificação do seu acesso.

Em 2012, a Avenida Hélvio Basso - que compreende os bairros Nossa Senhora Medianeira, Duque de Caxias e Uglione - tinha apenas uma pista simples para o trânsito de veículos. Quase nove anos depois, a via é sinônimo de prosperidade e desenvolvimento econômico. O trecho de 1,4 quilômetro da avenida atraiu médias e grandes empresas àquela região, tornando-a em um polo comercial.

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Do trevo da Uglione até o trevo com a Avenida Medianeira, dezenas de empresas se instalaram nos últimos anos devido à duplicação da via, o que garante melhor tráfego, mais espaços para estacionamento, fácil acesso e uma variedade de empreendimentos.

Mas nem só de prosperidade se construiu a avenida. Ao longo dos anos, a via esteve no centro de polêmicas causadas por rachas de veículos e perturbação do sossego público. São dilemas enfrentados por moradores e que agora estão na mira dos controladores de velocidade e de uma maior fiscalização.

HISTÓRICO

Em 19 de novembro de 2012, foi iniciada a obra que transformaria a região. Ainda na gestão do então prefeito Cezar Schirmer (MDB), a duplicação custou R$ 6,6 milhões aos cofres públicos. O financiamento do empreendimento se deu a partir de um empréstimo da prefeitura junto ao Banco Mundial. Um ano e um mês depois, a duplicação dos aproximadamente 27 mil metros quadrados da Avenida Hélvio Basso eram inaugurados.

INFRAESTRUTURA

Conforme o professor de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Daniel Coronel, as obras de infraestrutura e as melhorias são fundamentais e ajudam no processo de descentralização dos negócios, como aconteceu ao longo dos anos na Hélvio Basso. Ao ser revitalizada, explica o professor, as regiões ou as próprias vias estão mais atrativas para os empresários, além de aumentar a sensação de pertencimento da sociedade:

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- Não há dúvidas de que a recuperação dessas vias atraem investimentos e, consequentemente, aumenta o emprego e a renda da população, além de impulsionar a economia como um todo.

Segundo Coronel, os empresários buscam empreender em locais em que há uma via asfáltica de qualidade, calçamento, iluminação, espaço para estacionamento. Tudo para atender o cliente com tranquilidade e segurança. Quesitos estes que, ao longo do tempo, a Hélvio Basso conquistou.

23 MIL VEÍCULOS CIRCULAM NA VIA TODOS OS DIAS

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Puxada pela duplicação e por ser um elo importante entre as regiões de Santa Maria, foram feitos diversos investimentos na Hélvio Basso, e que continuaram com o tempo.

O Executivo municipal sabe da relevância da avenida para o desenvolvimento da cidade, e, por isso, investe na via. Atualmente, conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana - considerando o mês de julho de 2021 - passaram por lá pouco mais de 700 mil veículos. Isso significa uma média diária de 23 mil veículos que circulam pela avenida.

O grande número de veículos, bem como a quantidade de pessoas que praticam atividades físicas nas proximidades todos os dias, fez com que a prefeitura empregasse recursos na segurança dos motoristas e dos pedestres. Em março deste ano, a administração realizou a recuperação asfáltica nos dois sentidos da avenida. A revitalização da sinalização também foi fundamental para organizar a mobilidade. No trecho, a Secretaria de Mobilidade Urbana também instalou novos abrigos de ônibus.

Conforme o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, a duplicação e os investimentos na avenida garantiram a descentralização do comércio para aquela localidade, que segue por toda a via e tem continuidade na Avenida Ângelo Bolson. O crescimento e a expansão, explica Ponsi, passam por melhorias na área:

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- A estruturação que foi feita ao longo dos anos tornou a localidade mais atrativa, e hoje a Hélvio Basso é um importante polo comercial da cidade. Implementamos serviços fundamentais que dão segurança aos empresários. Com a recuperação asfáltica, a sinalização adequada e a fiscalização atuante, tornamos a região uma grande área para se investir com segurança e qualidade.

CONTROLADORES

Depois de concluída, lá em dezembro de 2013, a Avenida Hélvio Basso passou por melhorias periódicas, não apenas na via em si. Em julho deste ano, começaram a operar os controladores de velocidade. Se antes as pistas novas e relativamente longas davam a possibilidade para os motoristas pisarem no acelerador, agora, com os equipamentos, a situação é diferente. Isso porque o limite de velocidade foi reduzido a 50 km/h, o que diminui a chance de acidentes e garante mais segurança aos condutores.

Os controladores têm várias funções, entre elas: verificar veículos furtados, clonados, envolvidos em ocorrências ou procurados pela polícia no contexto do sistema de cercamento eletrônico; e no controle de tráfego, para fiscalizar e inibir excesso de velocidade, assim como fiscalizar e inibir passagens de veículos em sinal vermelho do semáforo e as paradas sobre as faixas de pedestre. O propósito é melhorar a segurança no trânsito.

- Todas as melhorias, especialmente por conta dos controladores, garantem segurança aos comerciantes, aos motoristas e aos pedestres. Quanto mais segura uma localidade, mais vontade o empresário vai ter de apostar no seu negócio - finalizou o secretário.

POLÊMICAS TAMBÉM FIZERAM HISTÓRIA NA HÉLVIO BASSO

Nos quase oito anos de sua conclusão, a Avenida Hélvio Basso trouxe uma série de benefícios à população, desde a mobilidade urbana ao lazer, porém, a diversão veio acompanhada de polêmicas que envolvem rachas de veículos e perturbação do sossego público. Ao longo destes anos, o Diário registrou reclamações de moradores e motoristas em relação a estes fatos, bem como publicou como as ciclovias construídas beneficiaram as pessoas que buscam um espaço melhor para praticar atividades físicas.

Com carência de espaços voltados às práticas esportivas, como caminhada e corrida, as ciclovias da avenida se tornaram um dos espaços mais buscados pela população. É ali que centenas de pessoas se exercitam todos os dias, mesmo com o vai e vem dos veículos que transitam entre as regiões Centro e Sul. Com uma melhor trafegabilidade, também aumentou a velocidade de quem transita pelas faixas duplicadas. A melhoria levou muitas pessoas a praticarem "racha" de carros e motos. Por muito tempo, a região quase ficou estigmatizada pela prática criminosa, que tem sido reduzida, muito por conta dos controladores de velocidade instalados na via.

Também é naquela região, entre a Hélvio Basso e os arredores da Avenida Medianeira, que muitos jovens - também carentes de espaços públicos voltados ao lazer - encontraram para se reunir com amigos. Nos últimos anos - desconsiderando o período de pandemia - as festas na rua e o burburinho de pessoas incomodou os moradores e se tornou uma verdadeira dor de cabeça aos residentes.

MELHORIAS

Com o objetivo de trazer maior segurança e buscar soluções de acesso às vias principais da cidade, em maio, a Secretaria de Mobilidade Urbana instalou semáforos no cruzamento da Hélvio Basso com a Rua Carlos Uhr, tanto para motoristas quanto para pedestres.

Os novos equipamentos vinham sendo prometidos pela prefeitura desde 2018, mas só entraram em funcionamento três anos depois, também por pressão da comunidade. Naquele mesmo mês, dias antes de os semáforos entrarem em funcionamento, uma jovem morreu atropelada na avenida.

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Moradores da região aprovaram os semáforos, bem como os controladores de velocidade. Segundo eles, os equipamentos fazem com que os motoristas reduzam a velocidade - para não serem multados -, o que impossibilita a prática de rachas. Os semáforos também foram bem-vindos, pois além de regular o trânsito, dá oportunidade de os pedestres e moradores atravessarem com segurança.

- A avenida se tornou muito rápida, especialmente no começo dela (próximo a Avenida Medianeira). Então, o semáforo e depois o controlador de velocidade praticamente obrigam os motoristas a reduzirem. Sem contar que isso diminuiu a correria de motos que praticavam rachas e de barulhos que realmente perturbavam durante a noite - disse uma moradora que reside na região há cerca de 15 anos.

ACIDENTE

No dia 8 de maio, uma jovem de 18 anos saía do trabalho e atravessava a faixa de segurança quando foi atropelada por um veículo com placa de Júlio de Castilhos. Ela morreu na hora.

Semanas antes, a prefeitura trabalhava na via, onde concluía o processo de recuperação asfáltica, além de intensificar a sinalização. A própria faixa de segurança tinha sido mudada de local. 

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