Crimes em escalada em Santa Maria

Onda de assaltos a apartamentos e sequestros relâmpagos preocupa

Marilice Daronco

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Os bandidos estão cada vez mais audaciosos. Escalam prédios sem a menor cerimônia. Entram nos apartamentos mesmo com pessoas dentro de casa e não pensam duas vezes antes de amarrarem as vítimas e ameaçá-las. Mas não para por aí. Não são só os assaltos a apartamentos que estão assustando os moradores de Santa Maria. Como se não bastasse a alta taxa de homicídios - já são 40 casos, o mesmo número de todo de 2013 -, a cidade registrou pelo menos cinco sequestros relâmpagos em julho. O resultado não podia ser outro: a sensação de insegurança.

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Só nos últimos dois meses, foram registrados na Polícia Civil pelo menos 12 casos de ladrões que entraram em apartamentos na área central de Santa Maria enquanto as vítimas estavam dentro de casa. De todas as ocorrências, nove foram no bairro Nossa Senhora do Rosário, a maioria de madrugada, em prédios menores e com facilidade de serem escalados. Só o edifício Electra foi vítima três vezes num período de 20 dias. Os moradores resolveram instalar câmeras de segurança, que flagraram um bandido escalando o local para roubar.
- É um bairro em que os moradores, em geral, têm um poder aquisitivo maior. Isso atrai os assaltantes, que conseguem mais dinheiro ou mercadoria para trocar por drogas - explica o titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, André Diefenbach.

Uma vítima dos assaltos no bairro é um técnico em enfermagem de 28 anos. Ele e o companheiro, um garçom de 21 anos, tiveram o quitinete em que moravam invadido por ladrões, que furtaram R$ 2 mil e uma motocicleta.
- Algumas pessoas disseram que era um bairro perigoso. Nós não acreditamos muito. No dia seguinte ao que entraram na nossa casa, o que não faltava eram vizinhos com o mesmo tipo de relato. No nosso prédio mesmo, já tinham tentado arrombar um carro na garagem. Então, resolvemos nos mudar - conta o técnico em enfermagem.

Trocar de prédio também foi a decisão de um jovem de 22 anos que foi amarrado dentro do apartamento, na Rua Floriano Peixoto, no dia 25 de julho, quando ladrões entraram pela sacada no meio da noite.
- Eu e minha irmã morávamos no segundo andar e, no dia seguinte ao do assalto, decidimos morar em um andar mais elevado em busca de mais segurança - conta o estudante.

Nem a nova cerca com arame farpado instalada no Edifício Livramento, na Rua Serafim Valandro, trouxe tranquilidade para uma professora de 41 anos que mora no local com os dois filhos e o marido. Na noite de 22 de junho, ela acordou com a filha de 13 anos gritando no corredor depois que um homem entrou no local. Para chegar ao segundo andar do prédio, o ladrão pulou um muro e, depois, usou como base a sacada do apartamento vizinho.
- Ele forçou a fechadura da cozinha, entrou e fugiu com a minha bolsa e um notebook. Depois disso, reforçamos todas as fechaduras, mas nada mais me dá segurança - lamenta a professora.

Enquanto no bairro Rosário se concentram as ocorrências de assaltos e furtos em apartamentos, os casos de sequestro relâmpago estão mais espalhados pela cidade. A forma de ação dos bandidos (veja quadro na página 13) chamou a atenção da Polícia Civil.
- Temos suspeitos e acreditamos que os bandidos envolvidos na maioria desses crimes são os mesmos - afirma o titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), Sandro Meinerz.

Segundo o delegado, as investigações estão avançadas não só nos casos de sequestros, mas também nos de assaltos, para os quais a polícia tem um "

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