diário 18 anos

VÍDEO: Amigo Secreto trouxe solidariedade e esperança para os leitores do Diário

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
A família de Rafael lamentava não poder resolver o problema da família com quatro filhos, que estava sem luz há dois anos. Após cartinha ao Diário, ganhou de voluntários a religação

O dia era 19 de junho de 2002. Há quase 18 anos, o Diário de Santa Maria entrava, pela primeira vez, na casa dos leitores com a ambição de fazer um jornalismo responsável e, principalmente, que fizesse diferença na vida da população da Região Central. De lá para cá, as transformações na sociedade caminharam no mesmo passo da evolução tecnológica - e nós tivemos que nos reinventar para acompanhar tamanha mudança.


Trouxemos, ao longo desse período, por obrigação inerente a nossa função, muitas notícias tristes, e que fazem parte da história da nossa região. Contudo, ao mesmo tempo, o jornal teve o papel protagonista para a transformação da sociedade de maneira positiva.

Na semana em que o Diário atinge sua maioridade, trouxemos, em uma série de reportagens na contracapa, histórias marcantes que contamos ao longo de 18 anos de existência.

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Para começar, voltamos a novembro do ano passado. São apenas oito meses, mas, devido à situação que enfrentamos atualmente, o verão passado já parece distante. Naquele mês, e com a proximidade do Natal, o jornal lançou a campanha "Amigo Secreto do Diário". Com a ponta da caneta, adultos e crianças carentes escreveram seus pedidos para o Natal daquele ano. Ao todo, recebemos 4 mil cartinhas que foram adotados por pessoas anônimas e, depois, carinhosamente, os pedidos foram entregues pelo Diário aos seus remetentes.

A LUZ NO NATAL 
Morando no Bairro Tancredo Neves, o casal Tamires e Rafael Witzel estava há dois anos sem energia elétrica em casa. O corte aconteceu quando um antigo inquilino, que alugava a casa dos fundos, fez uma ligação irregular, o chamado "gato de luz". Ele não pagou as pendências com a concessionária e foi embora deixando a dívida. O casal até tentou quitar a pendência, mas não foi possível. Além do dinheiro para as contas, eles precisavam instalar um novo poste para restabelecer a luz, conforme foi solicitado pela concessionária. 

Rafael está há sete anos sem enxergar em decorrência de uma doença chamada retinite de citomegalovírus. Sem poder trabalhar, ele recebe auxílio do governo, e a esposa está desempregada. O auxílio é a única renda para sustentar os quatro filhos da família.

Ele ficou sabendo da ação de Natal pelo rádio e decidiu escrever uma carta pedindo o poste para poder ligar a luz. Tamires conta que, pela letra quase ilegível por conta da deficiência na visão, resolveu reescrever o pedido do marido e deixar no ponto de coleta. A reportagem com o pedido da família foi publicada na edição do dia 3 de dezembro, mesmo dia do aniversário de uma das filhas do casal, a Ágatha, que completou quatro anos às escuras.

No dia 12 de dezembro, um novo poste foi instalado e, em um instante, o sofrimento de dar banho nas crianças no inverno e, todas as noites, precisar acender velas para iluminar a casa, ficou no passado.

- Era muito escuro. As crianças não tinham nem uma televisão para se entreter. A gente só usava vela, mas era muito perigoso. Agora, com a luz, ficou muito melhor porque eles têm um banho melhor e a gente pode se organizar. Se não fosse a ajuda do jornal, eu acho que a gente estaria sem luz até agora - conta Tamires.

PEDIDO ATENDIDO

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
Náthaly ganhou uma mochila nova e cinco cadernos. Ela está guardando ainda um deles para quando as aulas retornarem

O Amigo Secreto do Diário chegou, também, a praticamente todas as escolas públicas de Santa Maria. A pequena Náthaly Batista, 10 anos, por incentivo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Oscar Grau, onde estuda, resolveu escrever uma carta ao Papai Noel. Mas, em vez de pedir brinquedos, ela queria material escolar para poder estudar.

Na época, só a mãe estava trabalhando e sustentava a casa em que mora um irmão, avós e primos no Bairro Itararé. Mesmo tão pequena, Náthaly já tinha ideia das dificuldades que a família enfrentava. Na reportagem publicada no jornal no final de semana dos dias 16 e 17 de novembro de 2019, ela contou:

- Quero dar um gasto a menos para meus pais, porque sei que não está fácil. Esse dinheiro que eles não vão gastar comprando minhas coisas pode ser usado para comprar comida.

O mês de dezembro chegou e, junto, trouxe cinco cadernos novos e uma mochila para Náthaly que, agora, pode estudar. Orgulhosa, ela conta agora que não precisou usar todos os presentes que recebeu.

- Eu estou guardando um caderno para uma matéria que vai começar ainda - fala a menina, que não tem aulas desde o início da pandemia.

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