Tragédias como a da Kiss poderiam ser evitadas, avaliam especialistas

Tragédias como a da boate Kiss poderiam ser evitadas, se existisse no país uma cultura de segurança, a exemplo do que já ocorre em países como Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Japão. Esta é a avaliação do especialista em segurança e consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, J. Pedro Corrêa, que participou na tarde deste sábado, 25, do I Congresso Internacional Novos Caminhos - A vida em Transformação, no Centro Universitário Franciscano, em Santa Maria.
_ Todos os anos temos tragédias que chamamos de fatalidade, mas são fatalidades que poderiam ser evitadas. O custo de fazer seguro ou de fazer inseguro é praticamente o mesmo, mas os benefícios são incalculáveis _ disse ele durante o evento criado para lembrar as 242 vítimas e os mais de 700 sobreviventes da tragédia que marcou a cidade no dia 27 de janeiro de 2013.

Ele critica a ausência de estatísticas oficiais sobre o tema, o que dificulta o trabalho de avaliação de riscos, e sugere que sejam criados conselhos municipais de segurança, com legislação específica sobre o assunto.

Para Corrêa é importante também a participação de universidades e entidades para elaboração de um projeto para minimizar a exposição a situações de risco, e que o assunto seja abordado nas instituições educacionais, por meio de um ensino transversal, inserindo o tema dentro das disciplinas. Ele acredita que as cidades devam ser mapeadas para identificar e corrigir locais com riscos de acidentes.
_ É um esforço complicado, mas é do tamanho da dor de Santa Maria, por isso indispensável. A ideia é que daqui a cinco, dez anos, Santa Maria não seja lembrada como a cidade do incêndio da boate Kiss, mas sim como a cidade que conseguiu se reerguer das cinzas e se tornar mais segura para a comunidade.

A programação do Congresso ocorre até a próxima segunda-feira, 27, e está sendo transmitida ao vivo pelo site.