Investigação

Senegalês que teve parte do corpo queimado deixa Santa Maria em direção a Caxias do Sul

Lizie Antonello

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O senegalês Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25 anos, que teve parte do corpo queimada na manhã do último sábado prestou novos esclarecimentos à Polícia Civil na tarde desta terça-feira. Diba deixou Santa Maria por volta das 19h em um carro da prefeitura com acompanhamento de servidores de saúde do município em direção a Caxias do Sul. De lá, deve partir de volta para o Senegal nos próximos dias. 

De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante em Caxias do Sul, Irmã Maria do Carmo Gonçalves, Diba procurou a entidade para auxílio com a documentação de pedido de refúgio. Ela também conta que a família que permaneceu no Senegal está muito assustada com o ataque e pediu que ele retornasse ao país de origem. A coordenadora também acredita que o deslocamento do imigrante para Caxias do Sul deve ocorrer pelo fato de que a comunidade senegalesa na cidade é muito unida, e deve querer ajudá-lo neste momento.
 
A 1ª Delegacia de Polícia Civil, capitaneada pelo delegado Carlos Alberto Dias Gonçalves tenta elucidar o caso. Diba já havia prestado depoimento na segunda-feira.

Ataque a senegalês em Santa Maria repercute nos setores públicos e políticos do país

O depoimento na terça-feira foi acompanhado por um representante da Associação dos Senegaleses de Caxias do Sul. O Diário tentou falar com Diba na delegacia, mas ele não quis falar, assim como o representante da entidade.

Ainda na tarde de terça-feira, Mor Ndiaye, presidente da Associação de Senegaleses de Porto Alegre, esteve em Santa Maria. Ele conversou com Diba e, em conjunto com a Associação de Senegaleses de Caxias do Sul, decidiu que o imigrante seria levado para Caxias. De acordo com Ndiaye, a decisão foi tomada por questões de segurança.

Em uma primeira versão, Diba disse ao delegado, que teria ido à Casa de Passagem, na noite de sexta-feira, que não teriam permitido que ele entrasse e, então, ele teria ido até o local onde passou à noite e foi agredido na manhã de sábado. Mas, conforme testemunhas, antes de se dirigir ao local onde foi agredido, Diba teria passado pelo Centro e encontrado com um outro albergado, perto da loja da Oi na Rua Venâncio Aires, onde teriam bebido juntos. Dali, ele teria ido até a Rua Borges do Canto, no bairro Itararé, onde ocorreu o fato.

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A Polícia Civil já ouviu quatro pessoas que trabalham na Casa de Passagem de Santa Maria, onde Diba ficou abrigado na quarta-feira da semana passada e onde teria tentado entrar na noite anterior ao crime. A atendente e a dona da padaria Shalon que ajudou o senegalês após a agressão ainda serão ouvidas oficialmente. A polícia tenta conseguir imagens das câmeras de segurança da padaria (veja abaixo o vídeo disponibilizado à equipe de reportagem do "Diário") e da sede da Guarda Municipal, que fica junto a Gare.

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