Reconhecida pela Unesco, Escola Vicente Farencena é exemplo de aprendizagem sustentável

Eduarda Costa

Reconhecida pela Unesco, Escola Vicente Farencena é exemplo de aprendizagem sustentável

Eduardo Ramos

Fotos: Eduardo Ramos (Diário)

Pelos corredores, estão expostos inúmeros trabalhos feitos pelos alunos com materiais recicláveis, além de dezenas de projetos de extensão públicos e privados com viés ambiental. Este conjunto de ações faz da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Vicente Farencena um espaço de aprendizagem sustentável reconhecido internacionalmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

Desde o certificado dado pela Unesco em 2018, a educação ambiental se tornou uma característica da escola, e todos os alunos se dividem na manutenção dos projetos. Este selo é dado a instituições que desenvolvem atividades que alcancem 3 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, integrando o Programa das Escolas Associadas da Unesco (PEA-Unesco).

Todas as turmas da escola, da pré-escola ao 9º ano, estão engajados com trabalhos ambientais, desde o recolhimento de materiais reutilizáveis até o cuidado com a horta da escola. Pela proximidade com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a escola acumula projetos de extensão como uma horta e uma compositeira, além de outros novos em andamento, como um estudo de consumo de energia e de reutilização de água.

– Nós trabalhamos constantemente para manter o selo, pois somos reavaliados a cada ano. Temos trabalhos com recolhimento de papel, latinhas, tampinhas e óleo. Nós tentamos de toda a forma manter esses projetos, pois a escola já é vista na comunidade como um ponto sustentável – afirma a diretor, a Roselis Dias Oliveira.

Educação sustentável

Na turma do 4º ano, ministrados pela professora Camile Lima, todo material vira objeto para produção de trabalho dos alunos. Na sala há local destinado para recolhimento de papel e para guardar as aparas dos lápis, que vão ser usados na composteira. 

Dentro das atividades diárias, a professora ensina os alunos a cuidar da escola como se fosse o próprio lar. De forma didática, Camile aborda conceitos de separação do lixo e de cuidado com o meio ambiente, que se tornam prática dos alunos: 

– A gente trabalha o conceito mas vivencia ele na prática, transformando esse conceito em ações e em objetos palpáveis, como brinquedos reutilizáveis, para que eles utilizem no dia a dia esses materiais, unindo essas informações com a prática – explica a pedagoga.

Uma das responsabilidades da turma é a manutenção da horta da escola, que cultiva legumes, verduras, chás e temperos. Uma vez por semana, eles realizam a limpeza e a poda do local, que se tornou a atividade favorita do Henrique Costa, de 10 anos:

– Eu gosto de acompanhar as plantas, regar e ver o crescimento delas. Mas eu gosto mais das que dão frutos, eu tentei plantar na minha casa mas moro em um apartamento e meu pai disse que não ia dar certo. Então aqui eu posso cuidar delas.

Parcerias 

Além da manutenção do selo da Unesco, a escola tem histórico de ações de recolhimento de materiais e parcerias com supermercados próximos para destinação dos materiais. Agora, em convênio com a Associação dos Selecionadores de Material Reciclável (Asmar), as folhas de papel utilizadas nas atividades de sala de aula tem destino sustentável, sendo enviadas para reciclagem. 

Para os próximos anos, a diretora Roselis Dias Oliveira, sonha em aumentar a capacidade da escola, se tornando um ponto para coleta seletiva da comunidade, e fazendo a destinação correta dos materiais. Uma ação que além de ajudar o meio ambiente, contribui para a educação dos alunos, construindo hábitos sustentáveis desde a infância:

– Para os alunos é para vida toda. Eles se preocupam, muitos relatam que em casa não conseguem fazer esse descarte correto, e a escola não tem espaço físico para fazer esse recolhimento em grande quantidade, mas é um sonho nosso para o futuro. 

Reconhecimento nacional

No último mês, a aluna do 7º ano da escola, Alice Oliveira da Costa, foi reconhecida nacionalmente no IX Concurso de Redação do Instituto Jogue Limpo. Alice conquistou no segundo lugar nacional na categoria do gênero textual carta. O texto foi produzido durante a disciplina de português da escola, em uma atividade em que os alunos deveriam direcionar uma carta a uma empresa da cidade. 

A carta vencedora da estudante era remetida a um supermercado e, no texto, foi sugerido que houvessem projetos para uso de sacolas retornáveis e de separação de lixo orgânico, fazendo uma reflexão sobre como ajudar o meio ambiente. Como premiação, Alice recebeu um tablet para utilizar no ensino e um certificado de participação. 

Selo da Unesco

Certificado da Unesco foi recebido no ano de 2018, após a escola corresponder aos critérios. Anualmente, é preciso enviar um relatório das atividades prestadas para fazer a manutenção do título. 

Em Santa Maria, oito escolas da rede municipal de ensino são certificadas pela Unesco, e outras três são candidatas a receber o título. Na prática, todas as 11 fazem parte do Programa das Escolas Associadas das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (PEA-Unesco).

Certificadas pela Unesco: EMEI Borges de Medeiros; EMEF Altina Teixeira; EMEF Chácara das Flores; EMEF Intendente Manoel Ribas; EMEF José Paim de Oliveira; EMEF Nossa Sra. do Perpétuo Socorro; EMEF Pão dos Pobres Santo Antônio e EMEF Vicente Farencena.

Candidatas à certificação: EMEF Luizinho de Grandi, junto ao CAIC; EMEF Renato Nocchi Zimmermann e EMEF Ten. João Pedro Menna Barreto.

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