Por que Santa Maria não tem centros de atendimento ao AVC

Arianne Lima

Por que Santa Maria não tem centros de atendimento ao AVC

Renan Mattos

Foto: Renan Mattos

Em poucos minutos, tudo muda. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma alteração súbita no fluxo sanguíneo do cérebro que provoca comprometimento ou a paralisia da circulação de sangue na área afetada, resultando muitas vezes em sequelas.

No contexto atual, a doença é uma das principais causas de incapacidade e óbitos no Brasil, superando até mesmo os índices de infarto e Covid-19.

De acordo com o Portal da Transparência de Registro Civil, o Brasil registrou 99.821 mortes em decorrência do Acidente Vascular Cerebral entre 1º de janeiro a 24 de novembro deste ano. No mesmo período, foram contabilizados 7.185 óbitos com esta causa no Rio Grande do Sul. Em Santa Maria, o número é menor e, mesmo assim, alarmante. São 207 vidas perdidas devido ao AVC.

Uma doença com efeitos tão devastadores requer cuidado e investimento especialmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir da Portaria 665, de abril de 2012, e de alterações estipuladas pela Portaria 800, em junho de 2015, o Ministério da Saúde estabeleceu critérios para que instituições hospitalares pudessem ser habilitadas como Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral em todo o país.

Atualmente, existem 88 Centros, sendo que 24 estão localizados no Rio Grande do Sul e o primeiro foi habilitado em 2012. Apesar do cenário, nenhum hospital público da área de gestão da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) está habilitado para prestar o serviço e auxiliar pacientes no tratamento de AVCs isquêmicos ou hemorrágicos no presente momento. Sendo a saúde uma das prioridades no coração do Estado e tendo registrado 222 internações pela doença entre outubro de 2021 e setembro deste ano, questiona-se o motivo pelo qual Santa Maria ainda não conta um Centro de AVC.

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) é um potencial candidato ao processo de habilitação junto ao Ministério da Saúde este ano, o que mudaria o cenário atual. Na reportagem, saiba também quais são os sinais que podem indicar o princípio da doença, novos tratamentos e quais são as principais medidas a serem tomadas para reduzir as chances de AVC.

O QUE SÃO OS CENTROS DE AVC?

São unidades de internação com recursos e equipe para realizar tratamentos de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo com uso de trombolítico e/ou Hemorrágico Agudo. Os Centros de AVC fazem parte de uma rede de serviços de atenção ao paciente neurológico, que segundo a SES, “inclui serviços/unidades de assistência de alta complexidade em neurocirurgia, centros de referência de alta complexidade em neurologia e serviços de assistência em média complexidade”.

Ao ser habilitado como Centro de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC, o hospital é classificado de acordo com os recursos humanos e equipamentos oferecidos, seguindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico.

A enfermeira reguladora e chefe substituta da Divisão de Urgências e Emergências da Secretaria Estadual de Saúde, Andréa Cristiane da Silva Pinheiro, conta que o primeiro Centro de AVC no Estado foi habilitado em 2012, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Desde então, o número tem aumentado conforme a demanda.Atualmente, o Estado conta com 24 Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC, que prestam serviço no âmbito do SUS. A predominância nas habilitações é do Tipo 3, com 20 unidades. As quatro restantes são do Tipo 2.

– Os serviços de saúde autorizados a prestar assistência aos pacientes com AVC devem submeter-se à regulação, controle e avaliação dos respectivos gestores. Tais serviços deverão observar a Linha de Cuidados em AVC e o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. No Estado, a Resolução n° 158/22 da CIB/RS descreve a Regulação da Linha de Cuidado em AVC, considerando área de atuação e seguindo critérios de gravidade e risco – conta Andréa.

Entre outubro de 2021 a setembro deste ano, foram contabilizadas 7.484 internações hospitalares em todos os centros do Estado. O índice representa uma média de 624 atendimentos por mês, sendo que a faixa etária predominante nestescasos foi de 65 anos ou mais.

Considerados indicativos de AVC, fique atento aos seguintes sinais:

Perda de força muscular ou formigamento nos braços ou pernas (principalmente de um lado do corpo)

Assimetria facial

Dificuldade de fala

Dificuldade na visão ou qualquer alteração visual súbita

Confusão mental

Desequilíbrio

Fortes dores de cabeça

Principais fatores de risco do AVC

Hipertensão arterial

Idade avançada

Histórico familiar da doença

Tabagismo

Sedentarismo

Uso excessivo de álcool

Sobrepeso e obesidade

Prevenção

Um estilo de vida saudável pode diminuir as chances de AVC durante a vida. Veja algumas medidas:

Praticar atividades físicas

Ter uma alimentação saudável

Evitar o cigarro

Manter a qualidade do sono

Controlar doenças como hipertensão, obesidade, entre outros

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