data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário
Adherbal Ferreira (à esquerda) e Flávio Silva, primeiro e atual presidentes da AVTSM, respectivamente
O atual presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria (AVTSM) Flávio Silva e o primeiro presidente da organização, Adherbal Ferreira, se reencontraram desde o sábado para acompanhar o júri do caso Kiss, em Porto Alegre.
Eles conversaram com a equipe do Diário sobre a suas impressões do julgamento e a expectativas para o restante do júri, que está em seu quinto dia.
Ferreira, que chegou na capital no sábado e permanece somente até a noite desse domingo, disse que está "acompanhando direto" o julgamento e não deixou de assistir nenhum dia.
- Hoje (sábado), graças a deus, eu vim aqui pessoalmente, até amanhã (domingo), assistir ao vivo, e poder conversar com os advogados, com a promotora, e dar apoio ao Flávio e toda nossa turma. A gente é uma família, é muito importante a gente estar junto uma hora dessas - afirmou o ex-presidente da AVTSM.
Da mesma forma, Flávio mencionou que é sempre um prazer reencontrar Adherbal, o responsável pela criação da associação que "colocou a pedra fundamental" da AVTSM.
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- Não está se julgando o mérito da bondade (dos réus), ou não, está se julgando o fato que ocorreu naquele dia - afirmou Adherbal.
Ele também disse que se o incêndio tivesse vitimado apenas uma pessoa, já seria "um absurdo". A tragédia deixou 242 vítimas fatais e mais de 600 feridos.
- Eu sei que tem uma campanha de vitimização em cima dos réus, por que falam que eles são bons cidadãos, bons sujeitos, e a gente não tem nada para desabonar eles como cidadão, mas há uma interpretação muito errada de como aconteceu - disse Flávio.
Ele explicou que a Polícia Civil fez o inquérito com 28 indiciados, e que o Ministério Público entendeu que os quatro réus seriam diretamente responsáveis, e afirmou que, de fato, os quatro teriam uma "responsabilidade bem explícita" no caso.
Flávio espera que o júri resulte em uma condenação por dolo aos quatros réus.
- O único jeito que tem de que a gente evite que continue ocorrendo tragédias como essa, é essas pessoas serem condenadas por dolo e cumprir boa parte de suas penas na prisão, porque se não qual é o empresário que vai se sentir receoso em continuar cometendo esse mesmo tipo de falhas, ou delitos, como queiram chamar - disse Flávio.
- Hoje está sendo julgado os que foram os autores do fato, se tem ou se não tem alguém atrás que devia ou não devia estar (no banco do réus) é outra coisa. O que importa agora foram os que de fato causaram a tragédia - comentou Adherbal.
O atual presidente da AVTSM também falou sobre a missão da associação.
- A minha filha, a filha dele (Adherbal), os filhos e filhas dos outros pais, a gente não vai ter de volta. Mas a gente já contribuindo para que isso isso não aconteça mais, a gente considera que nossa luta é uma missão cumprida - finalizou o atual presidente da AVTSM.