Com o aumento das internações nos hospitais do Rio Grande do Sul e o agravamento da pandemia em todo o Estado, uma das preocupações é em relação à Variante de Atenção P.1 do SARS-CoV2. Na última terça-feira, o governo do Estado e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre emitiram um alerta epidemiológico. No ofício, fica declarada a transmissão comunitária na Capital da P.1. A identificação ocorreu em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, e os dados são oriundos de um projeto de pesquisa com objetivo de descrever o perfil genômico de amostras sequenciadas pelo laboratório da instituição.
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Conforme o alerta, foram identificados 21 casos de pessoas residentes em Porto Alegre com a nova variante. Em 13 casos não foi possível estabelecer contato com pessoas que tenham viajado para localidades específicas, o que caracteriza a transmissão comunitária.
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Segundo o documento, a transmissão é considerada comunitária quando não é possível rastrear a origem da infecção, indicando que o vírus já circula entre as pessoas daquela região. Ainda, em cinco casos, a investigação identificou relação com pessoas vindas de locais com circulação de P.1. Os demais três casos, cidadãos porto-alegrenses, seguem em investigação quanto à fonte de infecção. Os dados da pesquisa também relatam outros 4 exames com sequenciamento genômicos para P.1. que permanecem em investigação.
A variante brasileira foi identificada pela primeira vez ainda em janeiro, em Manaus, no estado do Amazonas.
EM SANTA MARIA
Ainda não foi possível confirmar se há a circulação da variante P1 em Santa Maria. De acordo com o médio epidemiologista da prefeitura Marcos Lobato, há suspeita de que existam pacientes com a variante, mas a confirmação é difícil de ser feita, uma vez que há necessidade de insumos específicos para realização de exames, além de profissionais qualificados e treinados para essa identificação.
- É possível que que haja pessoas com a doença, pois identificamos mudança no perfil de alguns internados, que são pessoas mais jovens, com menos de 40 anos, que antes não internavam tanto. Além disso, são pessoas sem comorbidades e que viajaram recentemente. Não era comum que pessoas com esse perfil tivessem complicações com essa doença, o que vem mudando de umas semanas para cá. Então, temos uma suspeita clínica de que possa ser a nova variante - explica Lobato.
Ainda segundo o médico, um laboratório da UFSM deve começar a fazer exames para que seja possível identificar a variante nos pacientes da cidade, mas não há previsão exata de quanto isso vai acontecer.
*Colaborou Janaína Wille