A 7ª edição do curso de iniciação em Práticas Restaurativas: a Educação Entrelaçando Redes, promovido pela Promotoria de Justiça Regional de Educação de Santa Maria (Preduc-SM), por conta das medidas de isolamento social, em consequência da pandemia da Covid-19, ocorreu na modalidade virtual, pela primeira vez em diversas cidades da região: São João do Polêsine, Restinga Sêca, Agudo, São Sepé. O curso é ofertado gratuitamente aos 44 municípios de abrangência da Preduc desde 2014. Agora, é a vez dos municípios de Santa Maria e Santiago, estão previstas turmas para iniciarem o curso de Práticas Restaurativas no período de final de agosto e início de setembro. As atividades são destinadas a professores e profissionais da escola e da rede de atendimento. O requisito é que o município tenha criado o Programa de Práticas Restaurativas, por Lei Municipal.
A inscrição é feita pelas Secretarias Municipais de Educação ( Smeds) e Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). Interessados podem procurar a 8ª CRE pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (55) 3220-1050 para informações. O atendimento tem sido remoto. Já a Smed está definindo o número de vagas e, em breve,divulgará os canais para informações.
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Além da modalidade virtual, outra diferença, neste ano, foi a oferta do curso somente para municípios que já implementaram as Práticas Restaurativas no ambiente escolar por meio de lei municipal, abrangendo profissionais das redes públicas e privadas de educação e da Rede de Apoio à Escola (RAE).
_ A continuidade do trabalho com as práticas restaurativas, durante a pandemia, é importante porque, além de propiciar ao professor uma ferramenta para a prevenção e solução de conflitos. A prática restaurativa, em uma breve síntese, é uma proposta de construção das relações entre as pessoas e também entre as instituições pelo diálogo, pela empatia, sem culpabilizar, com co-responsabilidade. Fazer o que é certo, não porque se exige. Tudo o que precisamos na pandemia. Diálogo, diálogo _ reforça a titular da Preduc-SM, Rosangela Corrêa da Rosa.
SÃO JOÃO DO POLÊSINE
O curso iniciou em fevereiro ainda na modalidade presencial, com dois encontros, tendo a continuidade na modalidade online, com a participação de 50 profissionais.
_ Entendemos que é importante a busca do diálogo entre as partes do processo, utilização de uma comunicação não violenta e a realização de atividades pedagógicas restaurativas. Em nosso município, todos os envolvidos na educação tiveram a oportunidade de realizar o curso - ressaltou Flávia Regina Coradini, coordenadora pedagógica das escolas municipais.
SÃO SEPÉ
Cerca de 70 pessoas participaram da capacitação virtual. De acordo com Paula Machado, secretária municipal de Educação, a realização do curso foi promissora:
_ Os professores demonstraram satisfação em participar do curso, que possibilitou reconhecer os passos para aplicação dos círculos de construção de paz. Também consideraram os encontros muito encorajadores a fim de constituir cada um deles como facilitadores dos círculos.
RESTINGA SÊCA E AGUDO
O curso foi realizado em conjunto nos dois municípios.
_ Em um momento tão difícil como esse, em que todos e todas estão angustiados, duvidosos e sem perspectivas, surgiu a operacionalização do curso, que em princípio seria para poucos profissionais do município. Para a nossa surpresa, foi proposto um curso online, pleno de bons resultados, pudemos refletir e aprender com muita calma e concentração todos os princípios da comunicação não violenta _ comentou Antonina Garcia Cavalheiro, secretária de Educação de Restinga Sêca.
Juliana Tronco Cardoso, juíza titular da Comarca de Restinga Sêca, corroborou a importância da realização da atividade:
_ Foi uma oportunidade ímpar porque possivelmente a maioria dos participantes não teria condições de fazer um deslocamento para um curso presencial e nem teríamos um número tão grande de vagas.
Tanto nessas quanto nas outras cidades, os encontros foram realizados no período de fevereiro a julho e foram ministrados pela facilitadora Isabel Cristina Martins Silva, que também desenvolveu os seminários de Sensibilização em Práticas Restaurativas e Comunicação Não Violenta, com a participação do facilitador Jeferson Cappellari, autor do livro "ABC do Girafês".
O professor José Luís Egress, da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) afirmou que, nas escolas em que são implementadas as Práticas Restaurativas, através das professoras capacitadas nos cursos, verificou-se que essas competências são desenvolvidas através da criação de espaços seguros de diálogo, respeito e cooperação. Assim, há uma melhora no ambiente escolar, com o desenvolvimento de habilidades que mudam a forma de como nos relacionamos conosco, com os outros e com o mundo
Para Flaviana Andréa Grabner, coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação de Agudo, neste momento de isolamento social,a formação impacta positivamente no âmbito escolar.
_ Os núcleos de práticas restaurativas de cada escola poderão iniciar os seus estudos e criar espaços de diálogos permanentes a seus professores, crianças e jovens e a suas famílias, também a promoção de atividades preventivas por meio dos círculos de diálogos.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério Público