Com visto prestes a expirar, Bolsonaro diz que voltará ao Brasil antes do esperado

Denzel Valiente

Com visto prestes a expirar, Bolsonaro diz que voltará ao Brasil antes do esperado
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (10), que deve retornar para o Brasil antes do previsto. Bolsonaro está hospedado em um condomínio em Orlando, nos Estados Unidos, desde 30 de dezembro. O ex-chefe do executivo viajou para o exterior dois dias antes da posse de Lula para não precisar passar a faixa ao novo presidente e para poder ingressar em território estadunidense com visto de chefe de Estado.

Acontece que o visto especial para representantes de países expira junto com o cargo público. Ainda em dezembro, aliados do presidente afirmaram que ele deveria passar, ao menos, três meses em terras norte-americanas. Entretanto, após os comentários sobre a situação de imigração de Bolsonaro, ele anunciou que deve voltar ao Brasil até o fim de janeiro.

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro disse que não teve “dias tranquilos” na Flórida. Nesta segunda (9), ele chegou a ser internado em um hospital em Orlando para tratar dores abdominais e investigar se houve nova obstrução intestinal. Quadro que apresenta, eventualmente, desde que foi esfaqueado em 2017 – ele já passou por cinco cirurgias desde então.

– Eu vim (para os EUA) para ficar até o final do mês, mas pretendo antecipar minha volta. Porque no Brasil os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam – disse o ex-presidente, que também se manifestou via Twitter.

– Após facada sofrida em Juiz de Fora/MG, fui submetido à 5 cirurgias. Desde a última, por por 2x tive aderências que me levaram à outros procedimentos médicos.– Ontem nova aderência e baixa hospitalar em Orlando/USA.– Grato pelas orações e mensagens de pronto restabelecimento. pic.twitter.com/u5JwG7UZnc— Jair M. Bolsonaro 2️⃣2️⃣ (@jairbolsonaro) January 10, 2023

Mesmo hospitalizado, Bolsonaro afirmou que está bem e que receberá alta já nos próximos dias. Ele precisa deixar o território dos Estados Unidos até dia 31 de janeiro, quando o visto de chefe de Estado expira ou, então, solicitar um visto de turista. Caso não o faça, passa ao status de imigrante ilegal e pode ser deportado.

Pedidos de deportação

Desde que os atos antidemocráticos de vandalismo que causaram destruição de grande parte da estrutura da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, Bolsonaro passou a ser acusado por jornais internacionais e políticos estadunidenses como um dos responsáveis por insuflar os atos golpistas. Ainda na noite de domingo, enquanto os radicais eram presos, deputados dos partidos Republicano e Democrata dos EUA pediram a deportação de Jair.

O democrata Joaquin Castro, representante do Texas, foi um deles.

– Ele é um homem perigoso. Deveriam mandá-lo de volta para seu país natal, o Brasil – afirmou o membro da Câmara dos Representantes.

Alexandria Ocasio-Cortez, deputada por Nova York, foi outra parlamentar que pediu a extradição do ex-presidente brasileiro. Ela comparou os atos em Brasília com a invasão ao Capitólio em 2017.

O presidente dos EUA, Joe Biden também repudiou os atos extremistas.

–  O atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas brasileiras têm nosso apoio total e a vontade do povo brasileira não deve ser minada. Estou ansioso para poder continuar a trabalhar com Lula.

Atos criminosos em Brasília

Palácio do Planalto após a destruição de vândalos. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom (Agência Brasil)

A capital federal passou por um domingo de terror após vândalos invadirem os palácios dos Três Poderes e depredarem grande parte da estrutura e do patrimônio público e histórico. Com pedaços de madeiras e pedras, eles subiram a rampa e entraram no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF). Vídeos divulgados pela mídia mostram que policiais militares não conteram a entrada dos manifestantes e chegaram a fazer fotos e tomar agua de coco durante a invasão. Pela ação dos PMs, o presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do DF e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha, do cargo por 90 dias.

Ainda no domingo, Bolsonaro comparou as ações dos grupos extremistas aos de atos de manifestantes de esquerda em 2013 e 2017. Segundo ele: “manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”.

Bolsonaro se interna em hospital nos EUA

“Manifestações pacíficas fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões fogem à regra”, diz Bolsonaro

VÍDEOS: manifestantes enfrentam polícia, quebram vidros e invadem Congresso, Planalto e STF

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