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Auxílio emergencial fez circular mais de R$ 670 milhões na economia da região

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário) 
Moradora da Vila Maringá, Rafaela está sem emprego e usa parte do auxílio para comprar no mercado do bairro: ?Ajuda muito?

Em meio à crise provocada pelas medidas restritivas impostas a diversos setores para tentar  frear o coronavírus, o auxílio  emergencial, distribuído pelo  governo federal, mostra-se uma  importante injeção de dinheiro  na economia brasileira. Ao todo,  118 milhões de pessoas foram contempladas pelo benefício,  que vai distribuir, até o final do  ano, R$ 250 bilhões no país. 

Nos 39 municípios da região  do Diário, mais de 207 mil pessoas já receberam o auxílio, o  que representou um impacto de  R$ 678,6 milhões na economia.  Santa Maria é a que teve mais  pessoas contempladas: 68,9 mil beneficiados. 

Inicialmente, o governo federal havia anunciado o pagamento de três parcelas de R$ 600.  Contudo, com o avanço da doença e a alta taxa de desemprego no  país, o presidente Jair Bolsonaro  (sem partido) anunciou mais  duas parcelas de R$ 600 e mais  três de R$ 300, que se estenderão até o final do ano.

Enquanto isso, o desemprego bate recorde desde o início da  pandemia. Segundo o Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), setembro contabilizou 13,8 milhões de desempregados. O montante significa  3,7 milhões de pessoas a mais  do que foi registrado no mês de maio - uma elevação de 33%. 

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Sem nenhuma sinalização por parte do governo de prorrogar o benefício, com a última  parcela sendo paga em dezembro, o temor é pelas consequências econômicas a  partir de janeiro de 2021, já que menos  dinheiro estará em circulação.

- Geralmente, nos meses de janeiro e fevereiro, observamos uma redução de emprego. Em um momento crucial como este, além de termos essa redução, o auxílio emergencial vai deixar de ser pago. Alguma coisa o governo precisa pensar. Uma forma de transição para isso. É um cenário extremamente complexo - diz o professor Daniel Coronel, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 

Depois de Santa Maria, a cidade da região que mais recebeu o auxílio foi São Gabriel. A Terra dos Marechais teve um incremento de R$ 59 milhões na economia. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, João Moure, relata a preocupação com a economia gabrielense no próximo ano. No entanto, ele ressalta, também, a importância do resultado da safra para a região.

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 - Aqui é uma cidade mais agrícola, o resultado vai depender também de como vai ser a safra, já que vai diminuir a área de plantio em função da estiagem. Isso tudo vai influenciar. O auxílio ajudou muito. Injetar R$ 59 milhões significa quase 30% da nossa geração de renda - constata. 

Muitos prefeitos cobram medidas mais brandas de restrições por parte dos governos federal e estadual. O chefe do Executivo de Agudo, Valério Vili Trebien (MDB), afirma que o fechamento de diversos setores da economia acaba por influenciar nos cofres municipais. 

- Queremos que essa pandemia acabe ou, pelo menos, que os órgãos de controle deixem trabalhar quem quiser trabalhar. Se voltarmos a produzir, volta a arrecadação - cobra. 

Santa Maria é a cidade que mais obteve recursos

Santa Maria foi a cidade que mais se beneficiou do auxílio emergencial na região, com R$ 223,5 milhões sendo distribuídos a 69,8 mil pessoas. É dinheiro injetado na veia da economia, sendo revertido tanto para as pessoas que recebem quanto para pequenos empreendedores que comercializam seus produtos e para o Executivo, que ganha pela geração de impostos.

Na tarde de sexta-feira, Rafaela Gomes de Oliveira, 29 anos, realizava compras no Mercado Econômico, na Vila Maringá. Desempregada desde maio, ela depende do benefício federal para comprar produtos básicos no supermercado.

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- Pretendo, em 2021, já estar trabalhando. O auxílio está me ajudando muito. Mas, como meu marido trabalha, a minha situação acaba sendo muito melhor do que muitas pessoas, que só têm esse dinheiro e nada mais - constata.

A dona do mercado, que também vende materiais de construção, Ivete Steyding, relata o aumento do movimento em função do auxílio emergencial, Contudo, para o próximo ano, ela se mostra preocupada.

- Acho que vai ter uma queda.  considerável nas minhas vendas porque muita, mas muita gente que vem aqui, compra com o dinheiro do auxílio - afirma.

Embora a economia santa- -mariense, neste ano, tenha ganhado um importante incremento de renda, os salários do funcionalismo público ainda são o motor da economia. Por ano, são injetados mais de R$ 2 bilhões no município, contando servidores municipais, estaduais e federais.

- Esse salário não é comprometido. Isso quer dizer que a hora que as pessoas puderem sair, com medidas menos restritivas, naturalmente a economia vai se recuperar. O lojista se pergunta por que ele não vende roupa. Não está vendendo porque não há eventos sociais. Quando as coisas voltarem, a economia vai voltar a girar - acredita o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk.  

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Quanto cada município recebeu do auxílio emergencial até agora e o número de beneficiados de cada cidade no centro do Estado:

  • Agudo recebeu 13,2 milhões por meio de 4,1 mil beneficiados 
  • Caçapava do Sul recebeu R$ 32,8 milhões por meio de 9,9 mil beneficiados 
  • Cacequi recebeu R$ 12,1 milhões por meio de 3,6 mil beneficiados
  • Cruz Alta recebeu R$ 53,4 milhões por meio de 16,2 mil beneficiados
  • Dilermando de Aguiar recebeu R$ 2,7 milhões por meio de 827 beneficiados 
  • Dona Francisca recebeu R$ 3,1 milhões por meio de 997 beneficiados
  • Faxinal do Soturno recebeu R$ 5,1 milhões por meio de 1,6 mil beneficiados
  • Formigueiro recebeu R$ 6,4 milhões por meio de 2 mil beneficiados 
  • Itaara recebeu R$ 4,8 milhões por meio de 1,5 mil beneficiados 
  • Itacurubi  recebeu R$ 3,1 milhões por meio de 947 beneficiados 
  • Ivorá recebeu R$ 1,3 milhão por meio de 429 beneficiados  
  • Jaguari recebeu R$ 8,1 milhões por meio de 2,6 mil beneficiados  
  • Jari  recebeu R$ 3,1 milhões por meio de 991 
  • Júlio de Castilhos recebeu R$ 18 milhões por meio de 5,5 mil beneficiados  
  • Lavras do Sul recebeu R$ 6,9 milhões por meio de 2,1 mil beneficiados 
  • Mata recebeu R$ 4,2 milhões por meio de 1,3 mil 
  • Nova Esperança do Sul recebeu R$ 2,7 milhões por meio de 879 beneficiados  
  • Nova Palma recebeu R$ 3,5 milhões por meio de 1,1 mil beneficiados 
  • Paraíso do Sul recebeu R$ 5,5 milhões por meio de 1,7 mil beneficiados 
  • Pinhal Grande recebeu R$ 3,3 milhões por meio de 1,1 mil beneficiados  
  • Quevedos recebeu R$ 2,6 milhões por meio de 825 beneficiados  
  • Restinga Sêca recebeu R$ 13,5 milhões por meio de 4,2 mil beneficiados 
  • Rosário do Sul recebeu R$ 38,3 milhões por meio de 11,3 mil beneficiados  
  • Santa Maria recebeu R$ 223,5 milhões por meio de 69,8 mil beneficiados 
  • Santa Margarida do Sul recebeu R$ 2,4 milhões por meio de 732 beneficiados
  • Santana da Boa Vista recebeu R$ 8,7 milhões por meio de 2,7 mil beneficiados 
  • Santiago recebeu R$ 39,9 milhões por meio de 12,6 mil beneficiados 
  • São Francisco de Assis recebeu R$ 17,5 milhões por meio de 5,3 mil beneficiados 
  • São Gabriel recebeu R$ 59 milhões por meio de 17,5 mil beneficiados 
  • São João do Polêsine recebeu R$ 1,9 milhão por meio de 615 beneficiados
  • São Martinho da Serra recebeu R$ 2,8 milhões por meio de 877 beneficiados 
  • São Pedro do Sul recebeu R$ 14 milhões por meio de 4,4 mil beneficiados 
  • São Sepé recebeu R$ 21,1 milhões por meio de 6,4 mil beneficiados  
  • São Vicente do Sul recebeu R$ 7,9 milhões por meio de 2,4 mil beneficiados 
  • Silveira Martins recebeu R$ 1,6 milhão por meio de 527 beneficiados 
  • Toropi recebeu R$ 2,3 milhões por meio de 759 beneficiados 
  • Tupanciretã recebeu R$ 21,7 milhões por meio de 6,3 mil beneficiados 
  • Unistalda recebeu R$ 2,3 milhões por meio de 703 beneficiados  
  • Vila Nova do Sul recebeu R$ 4,3 milhões por meio de 1,3 mil beneficiados  

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