reportagem especial

Para Cristiele, a jogadora Marta inspira patriotismo

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Cristiele Oliveira da Silva tem 16 anos e está no 8º ano da Escola Estadual Sergio Lopes. Para a aluna, o conceito de patriotismo é bem particular. Ela vê sentido em usar verde e amarelo e cantar o Hino nacional, por exemplo, quando a jogadora Marta entra em campo e empodera milhares de outras jovens. Neste 7 de setembro, data em que é comemorada a Independência do Brasil, o Diário fala sobre patriotismo e como esse tema é abordado nas escolas da cidade. 

-Ela me inspira. Gostou de jogar bola, sou negra. Daí, é legal cantar o hino para ela e para Seleção, mais do que na Semana da Pátria - diz a menina que, espera ter um quadra coberta para a prática da atividade física predileta.

Na mesma escola, símbolos nacionais e hino não deixam de ser trabalhados interdisciplinarmente, mas datas cívicas, bem como demais dias tradicionalmente festivos como Natal, Páscoa, Dia dos Pais e Dia das Mães não são celebrados.

Santa Maria não tem equipe de futebol feminino de campo

É por meio de rodas de conversa, em que alunos são coautores de projetos, e passeatas reivindicando os próprios direitos que eles se reconhecem como cidadãos. Alguns vivem essa cidadania escrevendo livros, outros atuam em projetos ambientais ou envolvendo-se em questões de gênero no esporte. Lá, as atividades esportivas são um exercício onde cada participante sabe respeitar regras e limites. A boneca que Cristiele segura (acima) em homenagem à Marta, por exemplo, é um trabalho resgate à autoestima das meninas, cultura e mercado de trabalho.

- Estamos tecendo ações de cidadania na escola cotidianamente. Acreditamos que a escola é um lugar de muitas vozes que democraticamente se colocam. Ser patriota, para nós, é proporcionar espaços democráticos para que as crianças estudem, sejam respeitadas e respeitem os direitos umas das outras. Também pensamos em uma Educação Além da Ponte (nome do projeto), em os estudantes conheçam o patrimônio material e cultural da cidade, pois ninguém ama o que não conhece - esclarece a professora Vanessa Flores.

A ponte em questão é uma estrutura que fica sobre o Rio Cadena. É a linha que divide a região periférica, onde está situada na região Sul de Santa Maria, como o terreno do maior shopping center da cidade.

No COLÉGIO MILITAR, A BANDEIRA É SAUDADA 365 DIAS

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Por lá, os símbolos nacionais, mais especificamente a Bandeira e o Hino Nacional, são cultuados todos os dias. Não há uma sala de aula sequer em que a bandeira não esteja fixada. Diariamente, são selecionados alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio para que, juntamente com os militares de serviço façam o hasteamento da bandeira no pavilhão. Nas formaturas do colégio, que ocorrem semanalmente as sextas-feiras, mais uma vez se reiteram os atos, sendo hasteadas as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e de Santa Maria junto da entoação do Hino.

- Ter vontade de entrar no colégio toda manhã e cantar o hino, fazer continência à bandeira é patriotismo. Assim como ter orgulho do nosso país mesmo com problemas ambientais, na política pu envolvendo corrupção e continua lutando por um Brasil melhor _ Letícia Murer de Souza, 15 anos - aluna do 1º ano do Ensino Médio.

 A instituição segue o que é preconizado pelo Ministério da Educação. No entanto, por se tratar de uma escola militar há peculiaridades onde são abordados temas como patriotismo, culto aos símbolos nacionais, noções de cidadania e culto aos valores e tradições do Exército Brasileiro e seus vultos históricos , tudo de acordo com a proposta pedagógica do Sistema Colégio Militar do Brasil.

:: LEIA MAIS SOBRE O ESPECIAL 7 DE SETEMBRO -  COMO AS ESCOLAS DA CIDADE TÊM TRABALHADO O PATRIOTISMO E SUAS RESSIGNIFICAÇÕES::

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

- O Dia 7 de Setembro é uma data esperada com muita ansiedade por nossos alunos, pois é nessa ocasião que temos a oportunidade de evidenciar todo nosso amor ao Brasil. O colégio entende que o sentimento de patriotismo deve ser desenvolvido diariamente em nossos alunos com atos e ações. Ser patriota é sentir amor as coisas que fazem bem ao nosso país e indignar-se com aquilo que venha a denegrir sua imagem. Não apenas durante eventos esportivos como Copa do Mundo e as Olimpíadas. Devemos externar nosso amor à pátria diariamente e especialmente durante as comemorações cívicas de nossa independência - defende o Cel. Gerson Vargas Ávila, comandante e diretor do CMSM.

ESCOLA DUQUE DE CAXIAS PRONTA PARA SER HOMENAGEADA NO DESFILE

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Vitor Moretti, 11 anos, Bruno Ataides 12, Amanda de Almeida, 11, Diovana Vendruscolo Pimentel da Silva, 12, são todos alunos do sexto ano da Escola Municipal Duque de Caxias. A instituição é uma das homenageadas no Desfile Cívico deste ano, já que completa 70 anos de trajetória. Comparecer à avenida todos os dias 7 de Setembro é um comprometimento da escola, que faz questão em levar seus alunos sempre que possível. Neste ano, a expectativa é grande para demonstrar o patriotismo dentro e fora da sala de aula.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A diretora da Duque de Caxias, Silvia Beatriz Silva, esclarece que ninguém foi obrigado a ir ao evento, mas considera importante a representatividade dos alunos. É que para ela, é impossível desvincular conceitos tão arraigados. Entusiasta da capacidade mobilizadora da educação, defende que ser patriota é compreender o sentido real da democracia, ter respeito constante pela liberdade do outro sem afrontas e evoluir junto do país e da comunidade em que se vive:

- No Dia 7 de Setembro só se intensifica o patriotismo, mas trabalhamos o ano todo. Seja nas palavras do Hino Nacional, em uma aula de português sobre sinônimos e antônimos, ou aprendendo figuras geométricas da bandeira, com faz a professora de artes. Vivemos um novo momento, somos um país "novo" perto de outros. À minha época, cabia estudar Educação Moral e Cívica, hoje, trabalhamos de outra forma. Tenho 35 anos de escola e vi o quando a gente pode transformar as pessoas e o lugar em que vivemos. Isso é patriotismo, pois não tenho dúvida que a mudança só vem através da educação.

NO COLÉGIO MARISTA SANTA MARIA A SEMANA É DEDICADA À REFLEXÃO

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Para celebrar os 197 anos da Independência do Brasil, durante a Semana da Pátria, de 2 a 6 de setembro, grupos representativos de vários segmentos do Colégio Marista Santa Maria participaram do hasteamento e arreamento das bandeiras, que ocorreu pela parte da manhã e da tarde. Alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e educadores de diferentes setores participaram. A ideia era de envolver a comunidade escolar em um momento reflexivo e simbólico sobre a data. Ao longo do ano, diante as alterações curriculares, o colégio inclui e reaproveita diferentes as temáticas no cotidiano escolar.

- Cidadania faz parte do nosso Projeto Educativo. Sempre que trabalhamos qualquer conteúdo pedagógico ou formativo levamos em conta as competências éticas e políticas, além das acadêmicas, que ajudam a formar conceitos sobre temas como a cidadania. O patriotismo, acima de tudo, é trabalhado através do reconhecimento do valor que possuem as pessoas e todos os recursos que formam a nossa nação. Por exemplo, quando valorizamos o conhecimento e o respeito pelas nossas origens como povo ou pela nossa natureza e nossas riquezas, estamos cultivando o amor à Pátria - salienta o diretor Carlos Henrique Pires Sardi.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)



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